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No Limite do Amanhã

No Limite do AmanhãÀs vezes, parece que todas as ideias já foram produzidas e que a arte do nosso tempo é recontar histórias de maneiras diferentes e envolventes. No Limite do Amanhã é baseado em uma light novel escrita por Hiroshi Sakurazaka e tem muito de diversos filmes que já vemos por aí, desde os mais óbvios como Feitiço do Tempo e Meia Noite e Um, a diversos outros que relativam o tempo. A diferença é que aqui, vem unida à temática de invasão alienígena, o que nos dá uma outra gama imensa de referências e ideias recicladas.

Reciclagem de ideias, no entanto, não é uma coisa ruim. Pode até mesmo ser extremamente criativa, nos dando outros pontos de vista, ou aprofundando algum tema em específico. O problema maior de No Limite do Amanhã é que, além de reutilizar argumentos unindo-os em um único roteiro, este está repleto de soluções óbvias recorrendo a clichês comuns ao gênero. Após a primeira vez que o tenente Cage acorda, já dá para prever todo o resto. E o final... Melhor nem falar dele.

No Limite do AmanhãApesar de tudo isso, não é um filme ruim, é apenas pouco criativo. A maior criatividade de Doug Liman foi na abertura da trama, quando vemos uma montagem com diversos telejornais que acabam por resumir a situação daquele universo. Um futuro não muito distante onde alienígenas invadiram a Terra e os seres humanos desenvolveram uma arma nova para combate, que é uma espécie de armadura bélica, com possibilidades de tiros diversos. Desta maneira, somos apresentados à situação e aos protagonistas. O Tenente-coronel Bill Cage, vivido por Tom Cruise, é uma espécie de marketeiro do exército, que se vê em uma difícil situação às vésperas de uma grande batalha. E a soldado Rita Vrataski, vivida por Emily Blunt, que é a principal guerreira.

No Limite do AmanhãDiferente de Feitiço do Tempo, onde a ideia do looping temporal não é explicada. Aqui, a trama tenta uma base mais científica, ainda que alienígena. E o argumento tem verossimilhança, somos capazes de comprar a ideia e embarcar nela, ainda que com uma sensação de déjà vú. Inclusive, o roteiro é feliz ao brincar com a questão temporal, nos mostrando apenas aquilo que precisamos ver. Inclusive com elipses significativas que necessitam de algum raciocínio para acompanhar a história. Isso acaba nos comprando. Sentido só não há nos momentos finais do filme que parece uma arrumação manhosa para agradar plateias.

Outro ponto positivo está nas cenas de ação. Ainda que os extraterrestres sejam mal desenvolvidos com uma computação gráfica aquém das possibilidades atuais, o desenho das lutas é ágil, com uma montagem bem marcada que dá ritmo ao filme. E algumas soluções impressionam, como as naves caindo, ou mesmo a jornada dos dois em busca da represa.

No Limite do AmanhãMas, ainda que exista uma boa ação e alguma coerência na história criada, há também incoerência na motivação de alguns personagens. Como o comandante francês que destitui o personagem de Cruise no início do filme. Cage é um publicitário, que viu na guerra uma forma de promover sua própria imagem e do exército, se destacando. Nunca pegou em armas, qual o sentido de mandá-lo para o fronte de batalha? Algumas atitudes simplesmente não fazem sentido.

No final das contas, No Limite do Amanhã é um filme mediano. Fica no meio do caminho, literalmente. Não chega a incomodar, mas também não empolga. Há prós e contras que nos levam a apreciar uma aventura envolvente, mas extremamente descartável. Não questiona nada, não inova na linguagem, não diz a que veio. Mesmo como história bem contada tem suas limitações. Mas, não deixa de ser um bom divertimento.


No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow, 2014 / EUA)
Direção: Doug Liman
Roteiro: Christopher McQuarrie, Jez Butterworth e John-Henry Butterworth
Com: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton
Duração: 113 min.

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