![entrevista Osmar Prado entrevista Osmar Prado](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSnadF7R4Sqhum6Ld8f4hoJtODvTTVblrrgpsEO6hLh6yCkP-MEWdxWGmzuv1Pu3FY14StfhFqB45hdaxhEN1x1s8Yd30RuLrvkfXyvo9rlZoJSQ_k98WdMrwZyeSCy1P0GM-irIPatUCR/s1600/osmar-prado-entrevista-10-segundos-para-vencer-filme.jpg)
60 anos de carreira em 71 anos de vida, Osmar Prado já interpretou as mais diversas personagens na televisão, no cinema e no teatro. E simplesmente, ama o que faz. Recém eleito melhor ator no Festival de Gramado, ele vive nos cinemas Kid Jofre, pai e técnico do grande campeão de boxe Eder Jofre, atleta que Prado diz ter acompanhando com atenção, por considerar um fenômeno único. Em passagem por Salvador, para divulgar o filme "10 Segundos para Vencer", o ator conversou um pouco conosco sobre o trabalho. Confira.
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Osmar Prado: A história. Eu sou contemporâneo dele, acompanhei a carreira dele. A história de um grande herói brasileiro. Um esporte difícil em que ele, treinado pelo pai, consegue ser campeão em duas categorias. Isso é algo inédito. Eder Jofre está no panteão dos maiores lutadores do século.
CPC: E como foi o processo de preparação com o ator Daniel Oliveira?
OP:Foi maravilhoso porque o Daniel Oliveira é um filho que não tive porque eu só tive filhas. E adoro minhas filhas, obviamente, mas gosto muito dele. Nós temos uma química já que foi construída em Hoje é dia de Maria. É uma história de amor entre pai e filho, então, entre mim e Daniel existe esse amor.
CPC: Mas era uma relação de pai e filho conturbada também.
OP:Sem dúvidas, em decorrência do esporte. Ser lutador não é fácil. É uma profissão difícil, que requer dedicação. Que afeta tudo, não só a disponibilidade do atleta, mas a questão psicológica. Afinal de contas é uma profissão que você leva porrada na cara. E a sua função é dar porrada na cara do outro. Estou falando de uma forma grosseira, claro, tem toda uma técnica, um conjunto de golpes, não deixa de ser um ballet, mas tem pancadaria.
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OP:Eu tive que entender o que é o esporte. Eu treinei com o Cláudio Coelho um pouco do conjunto de golpes e como ele se aplica, como se realiza para eu poder ser técnico do cara. Agora o Daniel, não, ele teve que lutar mesmo.
CPC: Existem muitos filmes de boxe, é um esporte bastante explorado em histórias reais ou ficção. Qual o diferencial desse?
OP: É, nesse caso tem um componente mais forte que é a relação familiar porque o técnico é o pai, não é uma relação comum. Uma coisa é você ter um treinador de uma academia que fica próximo de você, outra é ser o pai. É muito forte. É diferente. Tanto que quando o pai morre, ele não luta mais. Quem iria treiná-lo depois dessa convivência toda? A força do filme é essa, pai e filho. Filho e pai.
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OP: É. O filme ganhou dois Kikitos, melhor ator coadjuvante e melhor ator. Ricardo Gelli. que faz o Zumbanão, o cunhado de Kid Jofre, com quem ele tem muito embates, porque ele tem potência, competência, mas não tem vocação. E ele conseguiu reunir tudo isso no filho. E a família dependia do boxe, dependia da vitória do Zumbanão para viver. O boxe é essencialmente um esporte de pobre, que vê a possibilidade de ascensão social, ou pelo menos, econômica. Que eles conseguem.
CPC: Você é um ator mais do que consagrado, com uma extensa carreira, tem algum projeto que você ainda não conseguiu fazer que seja um desejo seu?
OP: 60 anos de carreira, 71 de idade e adoro o que eu faço. Mas não tenho projetos, os personagens vão chegando. Não digo quero isso ou aquilo. Não quero. Sabe como o Kid chegou para mim? O Chico Abreia (produtor) que está no projeto muito antes de eu aparecer, tocou a campainha da minha casa com a filha dele e disse: "Vim aqui te convidar para ser Kid Jofre." Eles vem, eu não procuro. Eles vem. Se o ator está preparado técnica e emocionalmente para fazer, as personagens vem. Kid veio, eu não fui a ele, ele veio a mim. E eu disse pro Eder: vou ser seu pai.