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O Jogo da Imitação
O Jogo da Imitação
Baseado no livro de Andrew Hodges, O Jogo da Imitação nos traz a biografia de Alan Turing em três épocas distintas, nos dando a exata dimensão da importância desse homem para o mundo que conhecemos hoje.
Na infância, Alan Turing foi um garoto recluso que adorava enigmas e códigos. Adulto, ele participou de um dos segredos mais bem guardados da Segunda Guerra Mundial. Já recluso novamente em seu apartamento, ele é investigado por policiais britânicos, após sua casa ser assaltada. As três épocas vão sendo narradas em paralelo, costurando informações e nos dando a dimensão do que está por trás de tudo isso.
Sua história foi marcada por uma convocação instigante, participar de uma equipe do exército britânico que tentaria decodificar a Enigma, máquina que os alemães utilizavam para passar mensagens estratégicas. O problema é que, a cada virada de dia, à meia noite, a combinação mudava, tendo eles apenas 24 horas para decifrar algo. Como isto parecia humanamente impossível, Turing começou a desenvolver uma máquina que pudesse fazer isso mais rápido.
Apesar de qualquer pessoa um pouco esclarecida saber que assim surgiram os computadores, e a Alemanha perdeu a guerra, a construção narrativa de O Jogo da Imitação não deixa de ser envolvente. Apesar de sabermos os fatos, o como é que nos deixa curiosos, vivenciar aquilo é mais interessante que saber. Principalmente, por que o ator Benedict Cumberbatch se torna um ótimo guia, nos fazendo aprofundar na alma daquela história através do protagonista.
A construção dos personagens e a dinâmica entre eles é o essencial para tornar boa a obra. Apesar de ser um homem anti-social, Alan Turing nos é apresentado como um ser humano complexo criando empatia com o espectador. Em parte, isso é construído pelo olhar da personagem Joan Clarke, vivida por Keira Knightley, que se torna sua amiga, criando uma boa química entre os dois, pelas afinidades matemáticas e de raciocínio lógico da vida.
O outro ponto de construção não é tão feliz, mas não deixa de ser fundamental para a compreensão dos processos psicológicos de Alan Turing. Flashbacks de sua infância vão sendo inseridos em momentos chaves da trama, construindo uma espécie de causa e efeito de cada acontecimento. Até o nome da máquina, Christopher, é justificava por ele. Talvez, o roteiro pudesse trabalhar isso de maneira mais harmônica, ajudando na compreensão sem precisar ser tão didático e tolo.
Vale ressaltar ainda, a boa qualidade dos diálogos. Há ótimas batalhas entre o dito e o não dito seja entre Turing e Joan, entre Turing e seu contratante Commander Denniston (Charles Dance), entre Turing e seu superior Stewart Menzies (Mark Strong) entre Turing e Hugh Alexander (Matthew Goode). Todos antagonistas e auxiliares em momentos distintos.
O Jogo da Imitação é daqueles filmes que nos deixa interessados do primeiro ao último minuto. Seja pela forma como tudo é construído, pelo segredo guardado por mais de cinquenta anos, seja pela importância daquela estranha máquina para a nossa forma de lidar com o mundo atualmente. Ou alguém consegue se imaginar sem computador hoje em dia?
O Jogo da Imitação (The Imitation Game, 2014/ Reino Unido)
Direção: Morten Tyldum
Roteiro: Graham Moore
Com: Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Matthew Goode, Rory Kinnear
Duração: 114 min.
Na infância, Alan Turing foi um garoto recluso que adorava enigmas e códigos. Adulto, ele participou de um dos segredos mais bem guardados da Segunda Guerra Mundial. Já recluso novamente em seu apartamento, ele é investigado por policiais britânicos, após sua casa ser assaltada. As três épocas vão sendo narradas em paralelo, costurando informações e nos dando a dimensão do que está por trás de tudo isso.
Sua história foi marcada por uma convocação instigante, participar de uma equipe do exército britânico que tentaria decodificar a Enigma, máquina que os alemães utilizavam para passar mensagens estratégicas. O problema é que, a cada virada de dia, à meia noite, a combinação mudava, tendo eles apenas 24 horas para decifrar algo. Como isto parecia humanamente impossível, Turing começou a desenvolver uma máquina que pudesse fazer isso mais rápido.
Apesar de qualquer pessoa um pouco esclarecida saber que assim surgiram os computadores, e a Alemanha perdeu a guerra, a construção narrativa de O Jogo da Imitação não deixa de ser envolvente. Apesar de sabermos os fatos, o como é que nos deixa curiosos, vivenciar aquilo é mais interessante que saber. Principalmente, por que o ator Benedict Cumberbatch se torna um ótimo guia, nos fazendo aprofundar na alma daquela história através do protagonista.
A construção dos personagens e a dinâmica entre eles é o essencial para tornar boa a obra. Apesar de ser um homem anti-social, Alan Turing nos é apresentado como um ser humano complexo criando empatia com o espectador. Em parte, isso é construído pelo olhar da personagem Joan Clarke, vivida por Keira Knightley, que se torna sua amiga, criando uma boa química entre os dois, pelas afinidades matemáticas e de raciocínio lógico da vida.
O outro ponto de construção não é tão feliz, mas não deixa de ser fundamental para a compreensão dos processos psicológicos de Alan Turing. Flashbacks de sua infância vão sendo inseridos em momentos chaves da trama, construindo uma espécie de causa e efeito de cada acontecimento. Até o nome da máquina, Christopher, é justificava por ele. Talvez, o roteiro pudesse trabalhar isso de maneira mais harmônica, ajudando na compreensão sem precisar ser tão didático e tolo.
Vale ressaltar ainda, a boa qualidade dos diálogos. Há ótimas batalhas entre o dito e o não dito seja entre Turing e Joan, entre Turing e seu contratante Commander Denniston (Charles Dance), entre Turing e seu superior Stewart Menzies (Mark Strong) entre Turing e Hugh Alexander (Matthew Goode). Todos antagonistas e auxiliares em momentos distintos.
O Jogo da Imitação é daqueles filmes que nos deixa interessados do primeiro ao último minuto. Seja pela forma como tudo é construído, pelo segredo guardado por mais de cinquenta anos, seja pela importância daquela estranha máquina para a nossa forma de lidar com o mundo atualmente. Ou alguém consegue se imaginar sem computador hoje em dia?
O Jogo da Imitação (The Imitation Game, 2014/ Reino Unido)
Direção: Morten Tyldum
Roteiro: Graham Moore
Com: Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Matthew Goode, Rory Kinnear
Duração: 114 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O Jogo da Imitação
2015-02-02T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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