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Perdido em Marte
Perdido em Marte
Perdido em Marte é o melhor filme de Ridley Scott em muitos anos, isso é um fato. Mas, há tempos o diretor de Alien e Blade Runner não acertava a mão. De qualquer maneira, é mesmo uma bela ficção científica.
O astronauta Mark Watney sofre um acidente durante uma tempestade e é dado como morto por seus colegas sendo deixado para trás em Marte. Agora ele tem que tentar sobreviver com os poucos recursos que restam, enquanto a Nasa tenta traçar uma estratégia para trazê-lo de volta.
Uma coisa que chama a atenção no filme é o humor. Ainda que seja uma ficção científica sobre um acontecimento extremamente complicado que poderia se desenvolver com muita tensão física e psicológica, roteiro e direção optam pela leveza e isso traz pontos positivos e negativos.
Os positivos estão na economia dramática do roteiro e no envolvimento construído durante a projeção. É fácil criar empatia com Mark e colar com ele naquele drama. Mas, principalmente, na sua sensatez de analisar a situação e tentar resolver, em vez de se desesperar. A estratégia dele criar um diário de bordo onde fala sempre de maneira irônica também ajuda a nos envolver com ele e justifica a manutenção de sua faculdade mental, pois seria fácil enlouquecer ali sozinho.
Outro ponto extremamente positivo nessa mesma linha é a montagem paralela entre os acontecimentos em Marte e na Terra, sempre também focando no humor irônico e inteligente que acaba construindo boas críticas à Nasa, às questões políticas e a própria situação humana, como o enterro simbólico e as coletivas de imprensa. Isso sem falar nas discussões sobre como agir e que informações dar. Isso sem falar na discussão de prazos e um passando a “bola” para o outro.
Importante também destacar que Matt Damon é grande responsável pelo bom desempenho do filme. Ele está muito bem na pele do astronauta, sabendo dosar as piadas com os momentos de raiva, desespero e serenidade. Mas, ele não está só, Ridley Scott conseguiu reunir um elenco de peso para contar sua história tendo nomes como Jéssica Chastain, Kristen Wiig, Michael Peña, Sean Bean, Kate Mara, Chiwetel Ejiofor e Jeff Daniels.
Com tudo isso, no entanto, o filme acaba criando um clima tão ameno que falta tensão. Há alguns momentos tensos, principalmente na parte final, seja envolvendo a horta ou o espaço. Ou ainda cenas de impacto como quando vemos o corpo do astronauta depois de tanto tempo comendo batata. E todos são muito bem comandado por Ridley Scott.
Mas, diante de tantas amenidades fica difícil comprar a ideia de que a vida dele realmente está em risco e que algo pode dar errado no final. Claro que torcemos pelo final feliz, mas o herói precisa passar pela caverna escura e pela provação maior de que fala Joseph Campbell. Precisamos temer por sua vida, e apesar de todas as provações, não tememos pela vida de Mark.
De qualquer maneira, o filme cumpre o seu principal objetivo que é criar uma boa ficção científica, sem abusar das leis da física e da química, tornando tudo crível apesar dos encaixes perfeitos. Daqueles filmes que nos traz uma experiência prazerosa, ainda que não chegue a nos encantar como uma obra prima.
Perdido em Marte (The Martian, 2015 / EUA)
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Drew Goddard
Com: Matt Damon, Jéssica Chastain, Kristen Wiig, Michael Peña, Sean Bean, Kate Mara, Chiwetel Ejiofor, Jeff Daniels
Duração: 141 min.
O astronauta Mark Watney sofre um acidente durante uma tempestade e é dado como morto por seus colegas sendo deixado para trás em Marte. Agora ele tem que tentar sobreviver com os poucos recursos que restam, enquanto a Nasa tenta traçar uma estratégia para trazê-lo de volta.
Uma coisa que chama a atenção no filme é o humor. Ainda que seja uma ficção científica sobre um acontecimento extremamente complicado que poderia se desenvolver com muita tensão física e psicológica, roteiro e direção optam pela leveza e isso traz pontos positivos e negativos.
Os positivos estão na economia dramática do roteiro e no envolvimento construído durante a projeção. É fácil criar empatia com Mark e colar com ele naquele drama. Mas, principalmente, na sua sensatez de analisar a situação e tentar resolver, em vez de se desesperar. A estratégia dele criar um diário de bordo onde fala sempre de maneira irônica também ajuda a nos envolver com ele e justifica a manutenção de sua faculdade mental, pois seria fácil enlouquecer ali sozinho.
Outro ponto extremamente positivo nessa mesma linha é a montagem paralela entre os acontecimentos em Marte e na Terra, sempre também focando no humor irônico e inteligente que acaba construindo boas críticas à Nasa, às questões políticas e a própria situação humana, como o enterro simbólico e as coletivas de imprensa. Isso sem falar nas discussões sobre como agir e que informações dar. Isso sem falar na discussão de prazos e um passando a “bola” para o outro.
Importante também destacar que Matt Damon é grande responsável pelo bom desempenho do filme. Ele está muito bem na pele do astronauta, sabendo dosar as piadas com os momentos de raiva, desespero e serenidade. Mas, ele não está só, Ridley Scott conseguiu reunir um elenco de peso para contar sua história tendo nomes como Jéssica Chastain, Kristen Wiig, Michael Peña, Sean Bean, Kate Mara, Chiwetel Ejiofor e Jeff Daniels.
Com tudo isso, no entanto, o filme acaba criando um clima tão ameno que falta tensão. Há alguns momentos tensos, principalmente na parte final, seja envolvendo a horta ou o espaço. Ou ainda cenas de impacto como quando vemos o corpo do astronauta depois de tanto tempo comendo batata. E todos são muito bem comandado por Ridley Scott.
Mas, diante de tantas amenidades fica difícil comprar a ideia de que a vida dele realmente está em risco e que algo pode dar errado no final. Claro que torcemos pelo final feliz, mas o herói precisa passar pela caverna escura e pela provação maior de que fala Joseph Campbell. Precisamos temer por sua vida, e apesar de todas as provações, não tememos pela vida de Mark.
De qualquer maneira, o filme cumpre o seu principal objetivo que é criar uma boa ficção científica, sem abusar das leis da física e da química, tornando tudo crível apesar dos encaixes perfeitos. Daqueles filmes que nos traz uma experiência prazerosa, ainda que não chegue a nos encantar como uma obra prima.
Perdido em Marte (The Martian, 2015 / EUA)
Direção: Ridley Scott
Roteiro: Drew Goddard
Com: Matt Damon, Jéssica Chastain, Kristen Wiig, Michael Peña, Sean Bean, Kate Mara, Chiwetel Ejiofor, Jeff Daniels
Duração: 141 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Perdido em Marte
2015-10-03T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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