![Mulheres de Nine Mulheres de Nine](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCdfFtKn5wi0t8oBXH6NO1PYuKnMAlUroI6BQNszR5mpwD24p5d8h3GFKRAQ6GcRaDquCkaOT-gW8J7ZNdMVNtUta9Wb7yNpIdoVJ-kgRfflaz7XwggdUlXnq7OqhG6Znf1r5exIs00uo/s320/nine.jpg)
Em sua homenagem, Arthur Kopit estreou na Broadway o musical Nine, baseado em Oito e Meio, com Raul Julia no papel principal. Traz a mesma história do filme italiano: Guido um cineasta em crise criativa que apela para as lembranças das mulheres que passaram em sua vida para tentar fazer a trama. A diferença é o ritmo, com músicas criadas para a nova história e o nome, Nine, afinal, ele não era apenas meio filme.
![Fellini Fellini](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSz4A0i0E1yAvlr0241NMv6hafKXexYPgh4CVt6qyVNbx_zaPj6I5Ktd1fP9gXAHvQfnN8bq-OvyHm8RJ5ZDbjKrQLOH1IQpoN_TUJJL0b3xhkCpl_SvD6xn-J03jWJeuiD8PjAvsnvFY/s320/fellini.jpg)
Há em Oito e Meio, várias cutucações ao movimento neo-realista como a frase de Guido "...estou cheio desses filmes em que nada acontecem..." Ou o formato narrativo que flerta com o surrealismo, escandalizando os neo-realistas que viam em um filme a essência da vida. A ponto do termo "felliniano", virar uma gíria na Itália que significa pessoas bizarras e imagens circenses. Filme é sonho, gritava Fellini com sua obra. É interessante ver o Guido de Daniel Day Lewis dizer em Nine que acha ser o palhaço daquele circo. Uma referência não apenas a isso, como a cena final de Oito e Meio, feita em um picadeiro ao ar livre.
![Kate Hudson e Daniel Day Lewis em Nine Kate Hudson e Daniel Day Lewis em Nine](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEaEGkA5m5OdY5DASA5mua1L5M6Eh6gKiADobqvdFqNwbKOobGjkMhentJ7LpT2OE8CLee_-iKdSInYH1I1XLao_u2abJCT7jVuQ2zRm2cCOh5pi4vISt_DIOXWef7TshalPF241x3gh8/s320/nine-4.jpg)
Daniel Day Lewis está esplêndido no papel que foi de Mastroiani, dando a densidade exata para o cineasta em crise, e ainda cantando muito bem. As mulheres são um show a parte, destaco apenas Marion Cotillard que desde Piaf não nos brindava com uma interpretação tão intensa. Quanto às demais, deixo a dica de um post interessante que este já está ficando imenso.
Por ser bem produzido, ter uma história interessante, um roteiro bem feito e interpretações tão boas fica o questionamento de o porquê Nine ter sido tão excluído do Oscar. Apenas Penélope Cruz, que parece ter virado a nova queridinha da América, está na lista de indicados. Talvez seja um prenúncio da morte definitiva dos musicais. Tiveram sua época áurea nas décadas de 50/60, um revival na década de 80 e poucos contemporâneos de sucesso. Interessante é perceber que hoje não cabe mais ninguém sair cantando e dançando no meio de uma cena. Assim como Chicago, Nine só utiliza músicas na imaginação de um personagem. Será que não há mais espaço para musicais em Hollywood? Fica a questão para pensar...