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Jim Carrey sem máscaras

Jim CarreyConhecido por seus personagens cômicos, Jim Carrey é um ator que precisa lutar contra o estereótipo. Tanto que seu primeiro filme, Introducing Janet, teve seu título alterado para Rubberface (rosto de borracha), tudo por causa do grande sucesso dos filmes O Máscara e Débi e Lóide. No Brasil, a tradução ficou "Um Debilóide sem Máscara" o que só demonstra o tamanho do problema. Confesso que não gosto de suas caras e bocas, nem mesmo desse estilo pastelão próprio que ele criou. Porém, quando ele assume um papel dramático, tudo se ilumina em minha opinião. Suas interpretações em Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças e Cine Majestic me encantam. Por isso resolvi resgatar aqui seus papéis não-cômicos.

Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças
Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças
EUA: 2004. Direção: Michel Gondry
Quem nunca quis arrancar um sentimento da lembrança? Mas, ao mesmo tempo, não seria melhor a dor da lembrança de um amor vivido do que o vazio de nunca ter amado? É nessa dúbia situação que encontra-se Joel Barish, o personagem de Jim Carrey ao descobrir que sua amada Clementine, vivida pela não menos empolgante Kate Winslet, apagou seu registro da memória para não mais sofrer. Carrey consegue construir toda a dor de Joel sem nenhum resquício do palhaço que lhe deu fama. Nem mesmo nas situações esdrúxulas onde está de fraldas em uma pia ou com a mentalidade de uma criança. O amor que sente, o desespero por manter um fio de lembrança nos envolve profundamente. É para mim, um dos filmes mais representativos do amor.

O Show de Truman
O Show de Truman
EUA: 1998. Direção: Peter Weir.
O ícone maior de Carrey, apesar da expressão boba de Truman, é um filme dramático. Uma homem que vive uma mentira e é completamente controlado pelo diretor de seu programa. O argumento é forte e absurdamente desumano. Jim Carrey impressiona ao transitar entre o tolo e o desesperado. O filme nos envolve da mesma forma que os espectadores do programa televisivo. Foi o personagem que fez Carrey mostrar que era um ator com possibilidades de construir um personagem sólido e não apenas caras e bocas pseudo-engraçadas. É daqueles filmes que empolga, emociona e fica sendo maturado na mente com todos os significados que envolve.

Cine Majestic
Cine Majestic
EUA: 2001. Direção: Frank Darabont
Uma ode ao cinema. Frank Darabont tenta fazer o seu Cinema Paradiso e só não consegue porque foi incompreendido. A bilheteria foi fraca e o filme quase esquecido. Mas, é uma bela e envolvente história de amor à sétima arte. Peter Appleton é um roteirista de filmes B confundido com comunista que acaba sofrendo um acidente de carro e parando desmemoriado em uma pequena cidade na Califórnia. Lá, ele é confundido com Luke Trimble, o filho do dono do cinema local e acaba aceitando sua nova identidade. A reconstrução do Cine Majestic e a forma como Peter se envolve com os moradores locais é bonita e envolvente. Torcemos para que ele descubra que é Luke de fato. Vibramos com as luzes do cinema acendendo. Vemos a paixão de Peter em fazer filmes. Jim Carrey consegue um bom papel, apesar de escorregar em alguns trejeitos que lembram seus tempos de comédia.

Os Fantasmas de Scrooge
Os Fantasmas de Scrooge
EUA: 2009. Direção: Robert Zemeckis.
O clássico O Conto de Natal, ganhou nova roupagem nas mãos de Robert Zemeckis e deu a Jim Carrey a oportunidade de interpretar não apenas o ranzinza Scrooge como os três fantasmas dos Natais Passado, Presente e Futuro. Um drama denso e repleto de simbologias. O problema é que Um Conto de Natal é uma das histórias mais adaptadas do mundo, e trazer um roteiro tão fiel ao conto, apesar da roupagem de animação, acaba sendo cansativo. Nem por isso, Jim Carrey deixa de brilhar. Suas interpretações são fortes, condizentes e marcantes.

Número 23
Número 23
EUA: 2007. Direção: Joel Schumacher.
Provavelmente o mais fraco dos dramas de Jim Carrey. Walter Sparrow ganhou um livro da esposa chamado "O Número 23" e fica obcecado por ele. A forma como ele começa a ver o número 23 em sua vida o torna paranóico e com medo de ter o mesmo fim do escritor do livro, sem saber que muita coisa ainda seria revelada. Apesar da boa premissa, da boa interpretação de Jim Carrey e da surpresa final, o filme força para conquistar a platéia. Se perde no meio do roteiro e acaba ficando bobo, quase infantil. Melhor assistir ao filme espanhol O Operário, com Christian Bale, que tem a mesma premissa na paranóia de seu protagonista.

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