 Eu que reclamo tanto das versões dos títulos brasileiros, tenho que começar dizendo que Minhas mães e meu pai, traduz muito melhor o filme de Lisa Cholodenko do que The Kids Are All Right. Na verdade, o nome original é baseado na música do grupo de rock inglês The Who. Diretora e roteirista, Cholodenko traz ao seu terceiro filme o mesmo estilo independente abordando dramas íntimos. A história seria quase requentada se não fosse o fato de se tratar de um casal homossexual. E, principalmente, de um elenco tão intenso.
Eu que reclamo tanto das versões dos títulos brasileiros, tenho que começar dizendo que Minhas mães e meu pai, traduz muito melhor o filme de Lisa Cholodenko do que The Kids Are All Right. Na verdade, o nome original é baseado na música do grupo de rock inglês The Who. Diretora e roteirista, Cholodenko traz ao seu terceiro filme o mesmo estilo independente abordando dramas íntimos. A história seria quase requentada se não fosse o fato de se tratar de um casal homossexual. E, principalmente, de um elenco tão intenso.  Julianne Moore e Annette Bening vivem o casal Jules e Nic. Bem estruturado e com dois filhos feitos por inseminação artificial, usando o mesmo doador, onde cada uma deu a luz uma das crianças que criam juntas. A mais velha, Joni, vivida por Mia Wasikowska, e o mais novo, Laser, vivido por Josh Hutcherson. Apesar de algumas dificuldades de Jules em se firmar em uma profissão, enquanto Nic é uma médica bem estruturada, a família pode ser considerada padrão e feliz. Tudo começa a ser remexido quando Joni faz dezoito anos e Laser implora para que ela ligue para o banco de espermas e descubra quem é o pai dos dois. É aí que entra o personagem de Mark Ruffalo. Paul é um cara comum que, ao interagir com cada membro da família, irá desestruturar um pouco a mesma, conduzindo a um drama muito bem construído.
 Não pensem, no entanto, que estamos diante daqueles dramas pesados. É uma história leve e muitas vezes engraçada. Somos envolvidos aos poucos por essa família e passamos a gostar de cada membro, compreendendo-os como se fossem nossos amigos. Mesmo de Paul, o intruso. O personagem acaba sendo o mais massacrado, mas é fácil compreendê-lo e até mesmo se envolver com ele. Na verdade, em determinado momento-chave, é a atitude dos filhos que fica sendo questionada pelo espectador.
Não pensem, no entanto, que estamos diante daqueles dramas pesados. É uma história leve e muitas vezes engraçada. Somos envolvidos aos poucos por essa família e passamos a gostar de cada membro, compreendendo-os como se fossem nossos amigos. Mesmo de Paul, o intruso. O personagem acaba sendo o mais massacrado, mas é fácil compreendê-lo e até mesmo se envolver com ele. Na verdade, em determinado momento-chave, é a atitude dos filhos que fica sendo questionada pelo espectador.A relação de Jules e Nic é tratada de forma natural, sem questionamentos ou polêmicas. Elas se apresentam como um casal junto há muito tempo que começa a demonstrar algum desgaste. Já não há mais tanto romance e paixão, apenas o amor maduro. Em alguns momentos achamos estranho certos comportamentos, como o tal vídeo encontrado por Laser, tanto que Cholodenko coloca na boca de sua personagem a explicação. Mas, no geral, não tem nada além do que todos casais passam após muitos anos de relação. A cena da banheira é mesmo a mais emblemática.
 As interpretações enriquecem a história de uma forma única. O garoto Josh Hutcherson, há muito na tela, vem demonstrando maior carga dramática desde Ponte para Terabítia. Já Mia Wasikowska, exorcizou a atuação ruim em Alice com um tom mais natural. Julianne Moore é sempre aquela atuação intensa, gosto muito do trabalho da atriz. Muitos tem falado da excelente atuação de Annette Bening, que concordo. Provavelmente a atriz é forte candidata ao Oscar, mas Mark Ruffalo consegue se destacar dentre todos em minha opinião pelo ponto-chave que é seu personagem. Um deslize do ator e toda a história estaria perdida. Seu personagem é o mais difícil de todos, qualquer coisa poderia fazê-lo cair no caricato.
As interpretações enriquecem a história de uma forma única. O garoto Josh Hutcherson, há muito na tela, vem demonstrando maior carga dramática desde Ponte para Terabítia. Já Mia Wasikowska, exorcizou a atuação ruim em Alice com um tom mais natural. Julianne Moore é sempre aquela atuação intensa, gosto muito do trabalho da atriz. Muitos tem falado da excelente atuação de Annette Bening, que concordo. Provavelmente a atriz é forte candidata ao Oscar, mas Mark Ruffalo consegue se destacar dentre todos em minha opinião pelo ponto-chave que é seu personagem. Um deslize do ator e toda a história estaria perdida. Seu personagem é o mais difícil de todos, qualquer coisa poderia fazê-lo cair no caricato. É um filme bonito, bem feito, bem interpretado, com uma boa trilha sonora e fotografia, que nos levam para intimidade daquela família peculiar e o drama da chegada de um intruso. Tocando em assuntos sérios de uma forma leve, Minhas mães e meu pai tem tudo para agradar. Não por acaso está tão bem cotado nos festivais por onde tem passado.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
