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oscar 2011
Minhas mães e meu pai
Minhas mães e meu pai
Eu que reclamo tanto das versões dos títulos brasileiros, tenho que começar dizendo que Minhas mães e meu pai, traduz muito melhor o filme de Lisa Cholodenko do que The Kids Are All Right. Na verdade, o nome original é baseado na música do grupo de rock inglês The Who. Diretora e roteirista, Cholodenko traz ao seu terceiro filme o mesmo estilo independente abordando dramas íntimos. A história seria quase requentada se não fosse o fato de se tratar de um casal homossexual. E, principalmente, de um elenco tão intenso.
Julianne Moore e Annette Bening vivem o casal Jules e Nic. Bem estruturado e com dois filhos feitos por inseminação artificial, usando o mesmo doador, onde cada uma deu a luz uma das crianças que criam juntas. A mais velha, Joni, vivida por Mia Wasikowska, e o mais novo, Laser, vivido por Josh Hutcherson. Apesar de algumas dificuldades de Jules em se firmar em uma profissão, enquanto Nic é uma médica bem estruturada, a família pode ser considerada padrão e feliz. Tudo começa a ser remexido quando Joni faz dezoito anos e Laser implora para que ela ligue para o banco de espermas e descubra quem é o pai dos dois. É aí que entra o personagem de Mark Ruffalo. Paul é um cara comum que, ao interagir com cada membro da família, irá desestruturar um pouco a mesma, conduzindo a um drama muito bem construído.
Não pensem, no entanto, que estamos diante daqueles dramas pesados. É uma história leve e muitas vezes engraçada. Somos envolvidos aos poucos por essa família e passamos a gostar de cada membro, compreendendo-os como se fossem nossos amigos. Mesmo de Paul, o intruso. O personagem acaba sendo o mais massacrado, mas é fácil compreendê-lo e até mesmo se envolver com ele. Na verdade, em determinado momento-chave, é a atitude dos filhos que fica sendo questionada pelo espectador.
A relação de Jules e Nic é tratada de forma natural, sem questionamentos ou polêmicas. Elas se apresentam como um casal junto há muito tempo que começa a demonstrar algum desgaste. Já não há mais tanto romance e paixão, apenas o amor maduro. Em alguns momentos achamos estranho certos comportamentos, como o tal vídeo encontrado por Laser, tanto que Cholodenko coloca na boca de sua personagem a explicação. Mas, no geral, não tem nada além do que todos casais passam após muitos anos de relação. A cena da banheira é mesmo a mais emblemática.
As interpretações enriquecem a história de uma forma única. O garoto Josh Hutcherson, há muito na tela, vem demonstrando maior carga dramática desde Ponte para Terabítia. Já Mia Wasikowska, exorcizou a atuação ruim em Alice com um tom mais natural. Julianne Moore é sempre aquela atuação intensa, gosto muito do trabalho da atriz. Muitos tem falado da excelente atuação de Annette Bening, que concordo. Provavelmente a atriz é forte candidata ao Oscar, mas Mark Ruffalo consegue se destacar dentre todos em minha opinião pelo ponto-chave que é seu personagem. Um deslize do ator e toda a história estaria perdida. Seu personagem é o mais difícil de todos, qualquer coisa poderia fazê-lo cair no caricato.
É um filme bonito, bem feito, bem interpretado, com uma boa trilha sonora e fotografia, que nos levam para intimidade daquela família peculiar e o drama da chegada de um intruso. Tocando em assuntos sérios de uma forma leve, Minhas mães e meu pai tem tudo para agradar. Não por acaso está tão bem cotado nos festivais por onde tem passado.
Julianne Moore e Annette Bening vivem o casal Jules e Nic. Bem estruturado e com dois filhos feitos por inseminação artificial, usando o mesmo doador, onde cada uma deu a luz uma das crianças que criam juntas. A mais velha, Joni, vivida por Mia Wasikowska, e o mais novo, Laser, vivido por Josh Hutcherson. Apesar de algumas dificuldades de Jules em se firmar em uma profissão, enquanto Nic é uma médica bem estruturada, a família pode ser considerada padrão e feliz. Tudo começa a ser remexido quando Joni faz dezoito anos e Laser implora para que ela ligue para o banco de espermas e descubra quem é o pai dos dois. É aí que entra o personagem de Mark Ruffalo. Paul é um cara comum que, ao interagir com cada membro da família, irá desestruturar um pouco a mesma, conduzindo a um drama muito bem construído.
Não pensem, no entanto, que estamos diante daqueles dramas pesados. É uma história leve e muitas vezes engraçada. Somos envolvidos aos poucos por essa família e passamos a gostar de cada membro, compreendendo-os como se fossem nossos amigos. Mesmo de Paul, o intruso. O personagem acaba sendo o mais massacrado, mas é fácil compreendê-lo e até mesmo se envolver com ele. Na verdade, em determinado momento-chave, é a atitude dos filhos que fica sendo questionada pelo espectador.
A relação de Jules e Nic é tratada de forma natural, sem questionamentos ou polêmicas. Elas se apresentam como um casal junto há muito tempo que começa a demonstrar algum desgaste. Já não há mais tanto romance e paixão, apenas o amor maduro. Em alguns momentos achamos estranho certos comportamentos, como o tal vídeo encontrado por Laser, tanto que Cholodenko coloca na boca de sua personagem a explicação. Mas, no geral, não tem nada além do que todos casais passam após muitos anos de relação. A cena da banheira é mesmo a mais emblemática.
As interpretações enriquecem a história de uma forma única. O garoto Josh Hutcherson, há muito na tela, vem demonstrando maior carga dramática desde Ponte para Terabítia. Já Mia Wasikowska, exorcizou a atuação ruim em Alice com um tom mais natural. Julianne Moore é sempre aquela atuação intensa, gosto muito do trabalho da atriz. Muitos tem falado da excelente atuação de Annette Bening, que concordo. Provavelmente a atriz é forte candidata ao Oscar, mas Mark Ruffalo consegue se destacar dentre todos em minha opinião pelo ponto-chave que é seu personagem. Um deslize do ator e toda a história estaria perdida. Seu personagem é o mais difícil de todos, qualquer coisa poderia fazê-lo cair no caricato.
É um filme bonito, bem feito, bem interpretado, com uma boa trilha sonora e fotografia, que nos levam para intimidade daquela família peculiar e o drama da chegada de um intruso. Tocando em assuntos sérios de uma forma leve, Minhas mães e meu pai tem tudo para agradar. Não por acaso está tão bem cotado nos festivais por onde tem passado.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Minhas mães e meu pai
2010-11-19T13:46:00-03:00
Amanda Aouad
Annette Bening|comedia|critica|drama|Julianne Moore|Mark Ruffalo|Mia Wasikowska|oscar 2011|
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