Eclipse
Enfim conferi o terceiro filme da Saga Crepúsculo. E a boa impressão que Lua Nova tinha me deixado caiu por terra. Não que a produção seja ruim. Está bem feita, com ótimos efeitos especiais e uma direção de arte caprichada. Mas, a história é algo tão sem sentido que não consigo entender a febre que causa. Tudo bem que não li os livros, e o roteiro pode ter deturpado algo, mas Eclipse me parece sem nenhuma utilidade. Tudo soa como enrolação para ter mais um filme / livro antes do episódio final: Amanhecer. Atenção, vou citar alguns detalhes que podem ser considerados spoilers. Mas, não tinha como explicar o que achei de inútil nesse longametragem sem citá-los. Então, se você não viu e não gosta de saber nada antes, melhor deixar para depois este texto.
O filme começa e termina com Bella e Edward planejando o casamento, o que acontece no meio é só para render o que não tem mais como ser rendido. Tudo bem, a trama traz a "batalha do século", lobisomens e vampiros se unem para combater um exército de sangue-sugas recém-transformados que estão vindo a Forks matar Bella. A idéia "brilhante" da caçada é de Vitória, agora interpretada por Bryce Dallas Howard com uma peruca esquisita para parecer Rachelle Lefevre. Mas, o roteiro de Melissa Rosenberg não dá chance a esse plot de uma forma que o espectador possa se envolver ou mesmo temer pela vida de alguém, já que constrói uma colcha de retalhos confusa, misturando presente e passado, dúvidas eternas de Bella, formatura, etc. A vilã mesmo quase não aparece, e, quando aparece, chega a ser uma piada nas mãos de Edward.
Na verdade, o foco continua sendo a menina entre um vampiro e um lobisomem, mas em um conflito esquizofrênico sem sentido, já que ela já escolheu Edward e marcou casamento. Aos que criticaram as atitudes de Edward com a noiva na cama, lembrem que ele é um vampiro, então, sua mente é do século retrasado, quando a honra de uma mulher era preservada até o casamento. Isso, eu acho perfeitamente coerente. Da mesma forma que Jacob, um rapaz do século vinte um, ser muito mais sexual e interessante. A frase dele para Bella lembrando que está vivo e ela não precisa mudar, nem abrir mão de nada para ficar com ele, resume o que já falei sobre esse dilema na crítica sobre Lua Nova.
Acho depressivo uma menina escolher morrer para ficar ao lado do seu amado e, mais ainda, dizer que esta é a vida que ela sempre quis. Lembrou uma canção. Refém da solidão. "Vai ver até que essa vida é morte e a morte é a vida que se quer". Mas, cada literatura com sua dose de fantasia e licença poética. Não discuto as escolhas de Stephenie Meyer, mas a qualidade final desse filme, dirigido por David Slade. É morno, quase sem emoção. Não nos prende, nem faz compreender a magia que enfeitiçou milhares de adolescentes que passaram a endeusar essa história como a melhor coisa que surgiu nos últimos tempos.
Eclipse é um filme que vai do nada a lugar nenhum. Passa sem deixar seu recado. Afinal, na Saga Crepúsculo o que exatamente aconteceu nesse capítulo que modificou algo? Ou acrescentou substancialmente recursos para se chegar no clímax? O tal beijo? Só me mostrou que Edward não tem mesmo sangue correndo em suas veias, porque a noiva pedir para outro beijá-la e ainda confessar que ama esse outro. É meio esquisito. Mesmo dizendo que ama mais a ele. Mas, de fato, não muda nada. E eles ainda resolveram trazer o último livro em duas partes. Tenho medo. Mas, pelo visto não sou mesmo o público dessa saga.
O filme começa e termina com Bella e Edward planejando o casamento, o que acontece no meio é só para render o que não tem mais como ser rendido. Tudo bem, a trama traz a "batalha do século", lobisomens e vampiros se unem para combater um exército de sangue-sugas recém-transformados que estão vindo a Forks matar Bella. A idéia "brilhante" da caçada é de Vitória, agora interpretada por Bryce Dallas Howard com uma peruca esquisita para parecer Rachelle Lefevre. Mas, o roteiro de Melissa Rosenberg não dá chance a esse plot de uma forma que o espectador possa se envolver ou mesmo temer pela vida de alguém, já que constrói uma colcha de retalhos confusa, misturando presente e passado, dúvidas eternas de Bella, formatura, etc. A vilã mesmo quase não aparece, e, quando aparece, chega a ser uma piada nas mãos de Edward.
Na verdade, o foco continua sendo a menina entre um vampiro e um lobisomem, mas em um conflito esquizofrênico sem sentido, já que ela já escolheu Edward e marcou casamento. Aos que criticaram as atitudes de Edward com a noiva na cama, lembrem que ele é um vampiro, então, sua mente é do século retrasado, quando a honra de uma mulher era preservada até o casamento. Isso, eu acho perfeitamente coerente. Da mesma forma que Jacob, um rapaz do século vinte um, ser muito mais sexual e interessante. A frase dele para Bella lembrando que está vivo e ela não precisa mudar, nem abrir mão de nada para ficar com ele, resume o que já falei sobre esse dilema na crítica sobre Lua Nova.
Acho depressivo uma menina escolher morrer para ficar ao lado do seu amado e, mais ainda, dizer que esta é a vida que ela sempre quis. Lembrou uma canção. Refém da solidão. "Vai ver até que essa vida é morte e a morte é a vida que se quer". Mas, cada literatura com sua dose de fantasia e licença poética. Não discuto as escolhas de Stephenie Meyer, mas a qualidade final desse filme, dirigido por David Slade. É morno, quase sem emoção. Não nos prende, nem faz compreender a magia que enfeitiçou milhares de adolescentes que passaram a endeusar essa história como a melhor coisa que surgiu nos últimos tempos.
Eclipse é um filme que vai do nada a lugar nenhum. Passa sem deixar seu recado. Afinal, na Saga Crepúsculo o que exatamente aconteceu nesse capítulo que modificou algo? Ou acrescentou substancialmente recursos para se chegar no clímax? O tal beijo? Só me mostrou que Edward não tem mesmo sangue correndo em suas veias, porque a noiva pedir para outro beijá-la e ainda confessar que ama esse outro. É meio esquisito. Mesmo dizendo que ama mais a ele. Mas, de fato, não muda nada. E eles ainda resolveram trazer o último livro em duas partes. Tenho medo. Mas, pelo visto não sou mesmo o público dessa saga.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Eclipse
2011-01-25T09:14:00-03:00
Amanda Aouad
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