Garota Fantástica
Há filmes que são pura curtição. A estreia na direção de Drew Barrymore parece uma grande farra com as amigas. Tá certo que uma farra meio violenta, mas ainda assim uma farra. Não é para se levar muito a sério mulheres patinando em círculos e batendo umas nas outras. E o mais incrível é que, sim, o "roller derby" existe e é uma sensação nos Estados Unidos. Uma espécie de terapia da porrada. As esportistas normalmente pagam para competir e sustentar as ligas desse esporte estranho. Por essa óptica, não deixa de ser interessante um filme chamar a atenção para essa modalidade.
Mas, mais do que um filme sobre o "roller derby", Garota Fantástica é um filme sobre o amadurecimento de uma adolescente. Bliss Cavender é o oposto do que sua mãe sonhou. Apesar de ser arrastada para concursos de beleza, ela adora indie rock e sonha com outros tipos de aventura. O contraste entre mãe e filha é muito bem apresentado, principalmente pela atuação das duas atrizes, Ellen Page e Marcia Gay Harden. Aliás, Page só demonstra a cada filme que tem uma segurança impressionante.
Um dia, Bliss conhece o "roller derby" e acredita ter encontrado seu futuro. Para participar da liga, ela treina com seu velho patins, mente a idade e finge para os pais que está indo apenas passear com os amigos. A menina se torna a sensação da liga e muita coisa muda não apenas para ela, mas para as demais integrantes do time. Destaque para o embate com a personagem de Juliette Lewis. A diretora Drew Barrymore também está no filme como a jogadora de contato. Ela é quem mais apanha, mas também quem mais bate.
O roteiro de Shauna Cross, que escreveu também o livro Derby Girl, não se aprofunda muito no drama por trás dessa roupagem enlouquecida que são as particularidades do "roller derby", mas dá indícios valorosos do verdadeiro sentido do feminismo. Sem bandeiras. Mulheres que perderam suas oportunidades durante a vida, pelas obrigações cotidianas, filhos, marido, casa. Mulheres que buscam alguma forma de reconhecimento e que se agarram àquilo que consideram seu único talento. A força da união, da convivência em grupo e ao mesmo tempo das eternas disputas mesquinhas. E, por que não, o sonho de beleza e reconhecimento retratado na mãe de Bliss, ex-miss, que pode parecer fútil aos olhos alheios, mas tem seu valor.
A direção de Drew Barrymore é segura, criando um filme ágil e envolvente. As cenas são bem fotografadas, principalmente durante as partidas. Tudo muito rápido e eficiente. A gente consegue se empolgar com aquela correria. Sem querer descobrir a pólvora, apenas viver. Não precisa levar muito a sério, mas foi bom descobrir essas meninas.
Mas, mais do que um filme sobre o "roller derby", Garota Fantástica é um filme sobre o amadurecimento de uma adolescente. Bliss Cavender é o oposto do que sua mãe sonhou. Apesar de ser arrastada para concursos de beleza, ela adora indie rock e sonha com outros tipos de aventura. O contraste entre mãe e filha é muito bem apresentado, principalmente pela atuação das duas atrizes, Ellen Page e Marcia Gay Harden. Aliás, Page só demonstra a cada filme que tem uma segurança impressionante.
Um dia, Bliss conhece o "roller derby" e acredita ter encontrado seu futuro. Para participar da liga, ela treina com seu velho patins, mente a idade e finge para os pais que está indo apenas passear com os amigos. A menina se torna a sensação da liga e muita coisa muda não apenas para ela, mas para as demais integrantes do time. Destaque para o embate com a personagem de Juliette Lewis. A diretora Drew Barrymore também está no filme como a jogadora de contato. Ela é quem mais apanha, mas também quem mais bate.
O roteiro de Shauna Cross, que escreveu também o livro Derby Girl, não se aprofunda muito no drama por trás dessa roupagem enlouquecida que são as particularidades do "roller derby", mas dá indícios valorosos do verdadeiro sentido do feminismo. Sem bandeiras. Mulheres que perderam suas oportunidades durante a vida, pelas obrigações cotidianas, filhos, marido, casa. Mulheres que buscam alguma forma de reconhecimento e que se agarram àquilo que consideram seu único talento. A força da união, da convivência em grupo e ao mesmo tempo das eternas disputas mesquinhas. E, por que não, o sonho de beleza e reconhecimento retratado na mãe de Bliss, ex-miss, que pode parecer fútil aos olhos alheios, mas tem seu valor.
A direção de Drew Barrymore é segura, criando um filme ágil e envolvente. As cenas são bem fotografadas, principalmente durante as partidas. Tudo muito rápido e eficiente. A gente consegue se empolgar com aquela correria. Sem querer descobrir a pólvora, apenas viver. Não precisa levar muito a sério, mas foi bom descobrir essas meninas.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Garota Fantástica
2011-01-12T08:09:00-03:00
Amanda Aouad
acao|critica|drama|Drew Barrymore|Ellen Page|Juliette Lewis|
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