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Gnomeu e Julieta

Gnomeu e JulietaCriada por William Shakespeare no século XVI, o amor de Romeu e Julieta já serviu de inspiração para milhares de histórias, isso sem contar as adaptações mais fiéis. Acredito que não há uma criatura na Terra que não sabia pelo menos o básico da história. Agora, pode uma tragédia ser adaptada para o universo infantil? Os estúdios Maurício de Sousa já tinha feito isso na década de 80 e foi divertido. Agora, é a vez do cinema de animação dirigido por Kelly Asbury em um roteiro coletivo nos apresentar uma versão inusitada da peça, onde o romance proibido é vivenciado por dois anões de jardim.

Em uma cidadezinha qualquer, na rua Verona, dois vizinhos vivem em pé de guerra. Seus jardins são separados por muros e diferenciado pelas cores, de um lado azul e do outro vermelho. A rivalidade foi transportada para os objetos que lá vivem, e ganham vida quando seus donos não estão olhando, em uma espécie de Toy Story de objetos. Cada jardim tem sua família de anões de porcelana. Na azul está o jovem Gnomeu e na vermelha a bela Julieta. Quando os dois se conhecem, o inevitável amor proibido ganha a tela, mas aqui, há muito mais paródias e diversão do que romance e tragédia.

Gnomeu e JulietaO filme já começa de forma interessante. Um palco de teatro com um anão de jardim anunciando que aquela história que ele irá contar já foi contada um bocado de vezes, mas eles vão contar de novo. Depois de uma breve apresentação, ele explica que vai ter que ler um prólogo "enorme e chato", começando a ler o texto original de Shakespeare. Mas, vão dar um jeito divertido de tirar ele de lá. Esse é o único momento em que ouvimos as palavras rebuscadas do século XVI, mesmo quando faz alusão a uma cena famosa, a exemplo do balcão, Gnomeu e Julieta têm um diálogo mais coloquial, tornando toda a história mais coerente.

Gnomeu e JulietaA animação tem um cuidado interessante com o som, onde podemos ouvir o barulho característico da porcelana quando eles andam e alguns outros detalhes. E a produção é bem feita, dando a sensação de estarmos vendo anões de jardim de verdade na forma animada. E Kelly Asbury traz de Shrek um certo humor sátiro e a dancinha final. No mais, Gnomeu e Julieta é um filme que prioriza as gags típicas para fazer o público infantil rir. Com muito personagem atrapalhado, situações que dão errado e música. A diferença aqui, que pode animar o público adulto, é que as músicas não são criações originais, mas versões, e até mesmo as próprias letras, das músicas de Elton John, criando a mesma brincadeira do filme Moulin Rouge.

O fato é que Gnomeu e Julieta pega apenas o superficial do texto de Shakespeare, sem se aprofundar em nenhum momento em uma trama mais consistente. As situações aparecem quase como citação a determinado momento, sem desenvolver a questão. O próprio drama do amor proibido é minimizado. Ainda assim, é uma forma criativa de contar a história mais conhecida do mundo, claro que com algumas adaptações, afinal é para o público infantil, então, mortes, duelos e ferimentos tem que ser mostrados de uma forma mais figurativa. Destaque ainda para participação do próprio William Shakespeare como uma estátua.


Gnomeu e Julieta: (Gnomeo and Juliet: 2011 / Reino Unido, EUA)
Direção:Kelly Asbury
Roteiro: Kelly Asbury, Mark Burton, Kevin Cecil, Emily Cook, Kathy Greenberg, Andy Riley e Steve Hamilton Shaw, baseado em roteiro original de John R. Smith e Rob Sprackling e em peça teatral de William Shakespeare
Vozes: James McAvoy, Daniel de Oliveira, Emily Blunt, Vanessa Giácomo.
Duração: 84 min

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