Rango
Fundada em 1975 por George Lucas a ILM (Industrial Light and Magic) é reconhecidamente uma grande empresa de efeitos especiais. Era de se esperar então, que uma animação realizada por este estúdio fosse um primor. Rango, que chega hoje aos cinemas enche mesmo aos olhos. Cada bicho, objeto e detalhe do cenário chama atenção pela perfeição da construção. Há história, no entanto, não chega a ser primorosa. Repleta de referências a filmes, principalmente aos de Western como Era uma vez no oeste, mas em determinados momentos até Apocalypse Now, Star Wars e 2001 entram nas homenagens.
Rango é um lagarto de aquário que para passar o tempo brinca de ser ator. Um dia, o caminhão onde viaja tomba e ele é atirado na estrada em meio a um deserto. Com o sol escaldante e sem rumo, Rango vagueia até encontrar a lagarta Priscilla e ser levado a uma cidade de animais bem ao estilo do velho oeste com direito a saloon, pistoleiros, prefeito corrupto, xerife e muito mais. Aproveitando seu treino como ator, Rango vai se envolvendo em uma rede de mentiras sobre seu passado e habilidades e acaba se envolvendo cada vez mais com o mistério da falta de água.
A história é divertida, envolvente e inteligente. Acredito que os adultos possam gostar mais até que as crianças, já que tem muita referência não apenas a filmes. As corujas Mariachis narradoras dão um tempero especial à obra, interferindo em vários momentos. Lembrei muito do filme Quem vai ficar com Mary a cada aparição do conjunto. O tom de comédia é sátiro, com vários duplos sentidos e mensagens subliminares. Mas, é possível acompanhar a história compreendendo apenas a primeira camada. Em alguns momentos, no entanto, pode ficar cansativo.
Considero a caçada à água a melhor parte do filme, não apenas por causa da coleção de referências, mas pela construção da narrativa que nos envolve em aventura e comédia de uma forma equilibrada. As referências são inúmeras e não vou entregar todas aqui para não perder o efeito surpresa. Mas, é lindo, por exemplo, ouvir a Cavalgada das Valquírias e, em vez de aviões, aparecerem seres voadores servindo de montaria, semelhante a Avatar. As passagens que começam com o lagarto gritando: "vamos cavalgar" também nos trazem uma enxurrada de lembranças. Destaque ainda para cena do espírito do Oeste.
Uma pena que as salas de cinema parecem estar regredindo e animações não chegam mais por aqui em cópias legendadas. Esse é o tipo do filme que atrai facilmente o público adulto e cinéfilo. Mas, somos privados das vozes de Johnny Depp, Alfred Molina, Abigail Breslin ou Bill Nighy porque, cada vez mais, as cópias dubladas invadem os cinemas. Até filmes de ação com atores reais como Incontrolável chegam por aqui dublados. É lamentável. Precisamos ter opções ou, cada vez mais, o público irá se afastar das salas e se voltar para os vídeos piratas ou baixados na internet, em sua grande maioria, legendados.
Ainda assim, Rango é daqueles filmes em que saímos felizes da sala de projeção. É sempre bom ver um trabalho tão detalhado em termos técnicos, com um cuidado especial em cada animação. Enche os olhos. Ainda mais se a técnica está em função de uma história divertida, envolvente, e mesmo que clichê em alguns momentos, conta com uma certa dose de surpresa.
Rango: (Rango: 2011 / EUA)
Direção:Gore Verbinski
Roteiro: John Logan
Vozes originais: Johnny Depp, Timothy Olyphant, Abigail Breslin, Bill Nighy.
Duração: 107 min
Rango é um lagarto de aquário que para passar o tempo brinca de ser ator. Um dia, o caminhão onde viaja tomba e ele é atirado na estrada em meio a um deserto. Com o sol escaldante e sem rumo, Rango vagueia até encontrar a lagarta Priscilla e ser levado a uma cidade de animais bem ao estilo do velho oeste com direito a saloon, pistoleiros, prefeito corrupto, xerife e muito mais. Aproveitando seu treino como ator, Rango vai se envolvendo em uma rede de mentiras sobre seu passado e habilidades e acaba se envolvendo cada vez mais com o mistério da falta de água.
A história é divertida, envolvente e inteligente. Acredito que os adultos possam gostar mais até que as crianças, já que tem muita referência não apenas a filmes. As corujas Mariachis narradoras dão um tempero especial à obra, interferindo em vários momentos. Lembrei muito do filme Quem vai ficar com Mary a cada aparição do conjunto. O tom de comédia é sátiro, com vários duplos sentidos e mensagens subliminares. Mas, é possível acompanhar a história compreendendo apenas a primeira camada. Em alguns momentos, no entanto, pode ficar cansativo.
Considero a caçada à água a melhor parte do filme, não apenas por causa da coleção de referências, mas pela construção da narrativa que nos envolve em aventura e comédia de uma forma equilibrada. As referências são inúmeras e não vou entregar todas aqui para não perder o efeito surpresa. Mas, é lindo, por exemplo, ouvir a Cavalgada das Valquírias e, em vez de aviões, aparecerem seres voadores servindo de montaria, semelhante a Avatar. As passagens que começam com o lagarto gritando: "vamos cavalgar" também nos trazem uma enxurrada de lembranças. Destaque ainda para cena do espírito do Oeste.
Uma pena que as salas de cinema parecem estar regredindo e animações não chegam mais por aqui em cópias legendadas. Esse é o tipo do filme que atrai facilmente o público adulto e cinéfilo. Mas, somos privados das vozes de Johnny Depp, Alfred Molina, Abigail Breslin ou Bill Nighy porque, cada vez mais, as cópias dubladas invadem os cinemas. Até filmes de ação com atores reais como Incontrolável chegam por aqui dublados. É lamentável. Precisamos ter opções ou, cada vez mais, o público irá se afastar das salas e se voltar para os vídeos piratas ou baixados na internet, em sua grande maioria, legendados.
Ainda assim, Rango é daqueles filmes em que saímos felizes da sala de projeção. É sempre bom ver um trabalho tão detalhado em termos técnicos, com um cuidado especial em cada animação. Enche os olhos. Ainda mais se a técnica está em função de uma história divertida, envolvente, e mesmo que clichê em alguns momentos, conta com uma certa dose de surpresa.
Rango: (Rango: 2011 / EUA)
Direção:Gore Verbinski
Roteiro: John Logan
Vozes originais: Johnny Depp, Timothy Olyphant, Abigail Breslin, Bill Nighy.
Duração: 107 min
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Rango
2011-03-09T08:17:00-03:00
Amanda Aouad
animacao|aventura|Bill Nighy|comedia|critica|Johnny Depp|oscar2012|
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