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Eu Sou o Número 4
Eu Sou o Número 4
"Nove de nós vieram para cá. Somos parecidos com vocês. Falamos como vocês. Vivemos entre vocês. Mas não somos vocês. Conseguimos fazer coisas que vocês apenas sonham fazer. Temos poderes que vocês apenas sonham ter. Somos mais fortes e mais rápidos que qualquer coisa que já viram. Somos os super-heróis que vocês idolatram nos filmes — porém, somos reais." - orelha do livro.
A falta de inspiração de Hollywood tem nos brindado cada vez mais com adaptações, refilmagens e continuações. Com o fim da Saga Harry Potter e Crepúsculo quase no fim, a busca pela nova série de livros da vez continua. Nárnia não teve fôlego, Percy Jackson estreou mal das pernas e A Bússola de Ouro já foi esquecida. Agora é a vez de Eu sou o Número Quatro, o primeiro volume da série Os Legados de Lorien, criada por James Frey. O exagero dessa série, no entanto, é que o livro foi lançado quase que concomitantemente ao filme e o segundo volume ainda nem tem data para chegar as livrarias. Ou seja, ainda não deu tempo nem de ter fãs. E se depender da qualidade do filme, vai ser difícil.
Os Mogadorians, parasitas que invadiram o planeta Lorien estão em busca dos nove seres especiais que estão crescendo secretamente no planeta Terra com o planejamento de um dia voltar e destruí-los. A trama do filme começa com a morte do número 3, e, como os vilões são cartesianos, a próxima vítima é o número 4. A questão é que o rapaz, interpretado por Alex Pettyfer, vive escondido, fugindo de cidade a cidade, enquanto desenvolve seus poderes. Ele e seu guardião, vivido por Timothy Olyphant, chegam à pequena Paradise em Ohio, onde assume o nome de John Smith e conhece algumas pessoas em seu novo colégio que vão chamar sua atenção.
É nesse ponto que a saga de ficção científica fica um pouco de lado e vemos mais um daqueles filmes adolescentes baseados nos estereótipos da High School. Tem o capitão do time de futebol e seus amigos valentões, a garota bonita e inteligente, mas que é namorada desse valentão, o rapaz nerd que sofre bullying e ele, o número 4 novato que vai brigar contra a razão estabelecida. Claro que ele vai ficar amigo do nerd, se apaixonar pela garota e tentar vencer o valentão, mas ele não é um rapaz comum. Além de precisar controlar os seus poderes, ele precisa passar despercebido pelos lugares. Aí se encontra seu dilema e o filme se perde.
O roteiro a três mãos não define qual o foco da história e ficamos perdidos entre as descobertas adolescentes, a mitologia do planeta Lorien e os vilões Mogadorians que mais parecem uma gangue do "mal" rasamente estereotipada. Interessante apenas ressaltar a referência à série Arquivo X e aos bastidores dos ufologistas que tem um papel importante em um dos principais pontos de virada da história. O diretor D.J. Caruso tenta, então, focar nas cenas de ação e é feliz muitas vezes. A cena no parque de diversões gera um suspense interessante, principalmente pela montagem em paralelo antecipando os passos dos Mogadorians na estrada. A forma como o cachorro beagle entra na vida do número 4 também é bastante feliz e vai fazer todo o sentido no terceiro ato. E a luta final no colégio gera alguma tensão, além de ter bons efeitos especiais. Fora isso, no entanto, a trama é toda telegrafada. Cada movimento é antecipado por nós, acostumados a filmes de ação.
A participação de Teresa Palmer poderia ser melhor explorada, não apenas para a alegria do público masculino, mas porque sua personagem acaba sendo a mais interessante do filme, junto com o beagle, devo dizer, melhor ator em cena. Alex Pettyfer como ator é um belo homem e a construção do seu personagem acaba sendo prejudicada por essa oscilação do roteiro que o torna imaturo demais. A número seis que vem duas casas depois dele parece muito melhor resolvida. O filme acaba sendo um amontoado de clichês e algumas poucas cenas de ação envolventes. Fica raso, sem conteúdo. Não traz nada de novo, não impressiona, não nos convence.
Ainda assim, eu espero que consiga um mínimo de bilheteria, não apenas para justificar uma continuação, mas para dar uma chance aos livros. Comecei a ler o primeiro volume e, à primeira vista, me pareceu mais agradável que o que vi nas telas, ainda que não tenha me fisgado completamente.
Eu sou o número 4 (I Am Number Four: 2011 / EUA)
Direção: D.J. Caruso
Roteiro: Alfred Gough, Miles Millar e Marti Noxon
Com: Alex Pettyfer, Timothy Olyphant, Dianna Agron, Kevin Durand, Teresa Palmer.
Duração: 110 min.
A falta de inspiração de Hollywood tem nos brindado cada vez mais com adaptações, refilmagens e continuações. Com o fim da Saga Harry Potter e Crepúsculo quase no fim, a busca pela nova série de livros da vez continua. Nárnia não teve fôlego, Percy Jackson estreou mal das pernas e A Bússola de Ouro já foi esquecida. Agora é a vez de Eu sou o Número Quatro, o primeiro volume da série Os Legados de Lorien, criada por James Frey. O exagero dessa série, no entanto, é que o livro foi lançado quase que concomitantemente ao filme e o segundo volume ainda nem tem data para chegar as livrarias. Ou seja, ainda não deu tempo nem de ter fãs. E se depender da qualidade do filme, vai ser difícil.
Os Mogadorians, parasitas que invadiram o planeta Lorien estão em busca dos nove seres especiais que estão crescendo secretamente no planeta Terra com o planejamento de um dia voltar e destruí-los. A trama do filme começa com a morte do número 3, e, como os vilões são cartesianos, a próxima vítima é o número 4. A questão é que o rapaz, interpretado por Alex Pettyfer, vive escondido, fugindo de cidade a cidade, enquanto desenvolve seus poderes. Ele e seu guardião, vivido por Timothy Olyphant, chegam à pequena Paradise em Ohio, onde assume o nome de John Smith e conhece algumas pessoas em seu novo colégio que vão chamar sua atenção.
É nesse ponto que a saga de ficção científica fica um pouco de lado e vemos mais um daqueles filmes adolescentes baseados nos estereótipos da High School. Tem o capitão do time de futebol e seus amigos valentões, a garota bonita e inteligente, mas que é namorada desse valentão, o rapaz nerd que sofre bullying e ele, o número 4 novato que vai brigar contra a razão estabelecida. Claro que ele vai ficar amigo do nerd, se apaixonar pela garota e tentar vencer o valentão, mas ele não é um rapaz comum. Além de precisar controlar os seus poderes, ele precisa passar despercebido pelos lugares. Aí se encontra seu dilema e o filme se perde.
O roteiro a três mãos não define qual o foco da história e ficamos perdidos entre as descobertas adolescentes, a mitologia do planeta Lorien e os vilões Mogadorians que mais parecem uma gangue do "mal" rasamente estereotipada. Interessante apenas ressaltar a referência à série Arquivo X e aos bastidores dos ufologistas que tem um papel importante em um dos principais pontos de virada da história. O diretor D.J. Caruso tenta, então, focar nas cenas de ação e é feliz muitas vezes. A cena no parque de diversões gera um suspense interessante, principalmente pela montagem em paralelo antecipando os passos dos Mogadorians na estrada. A forma como o cachorro beagle entra na vida do número 4 também é bastante feliz e vai fazer todo o sentido no terceiro ato. E a luta final no colégio gera alguma tensão, além de ter bons efeitos especiais. Fora isso, no entanto, a trama é toda telegrafada. Cada movimento é antecipado por nós, acostumados a filmes de ação.
A participação de Teresa Palmer poderia ser melhor explorada, não apenas para a alegria do público masculino, mas porque sua personagem acaba sendo a mais interessante do filme, junto com o beagle, devo dizer, melhor ator em cena. Alex Pettyfer como ator é um belo homem e a construção do seu personagem acaba sendo prejudicada por essa oscilação do roteiro que o torna imaturo demais. A número seis que vem duas casas depois dele parece muito melhor resolvida. O filme acaba sendo um amontoado de clichês e algumas poucas cenas de ação envolventes. Fica raso, sem conteúdo. Não traz nada de novo, não impressiona, não nos convence.
Ainda assim, eu espero que consiga um mínimo de bilheteria, não apenas para justificar uma continuação, mas para dar uma chance aos livros. Comecei a ler o primeiro volume e, à primeira vista, me pareceu mais agradável que o que vi nas telas, ainda que não tenha me fisgado completamente.
Eu sou o número 4 (I Am Number Four: 2011 / EUA)
Direção: D.J. Caruso
Roteiro: Alfred Gough, Miles Millar e Marti Noxon
Com: Alex Pettyfer, Timothy Olyphant, Dianna Agron, Kevin Durand, Teresa Palmer.
Duração: 110 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Eu Sou o Número 4
2011-04-19T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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