Páscoa é tempo de renovar a fé
Domingo de Páscoa, o mundo cristão comemora a ressurreição do Cristo. E este post fala mais de fé e religiosidade que cinema. É tempo de renovação, mesmo que muitos símbolos sejam emprestados dos rituais antigos, que comemoravam no equinócio de primavera o renascimento da terra após um longo inverno. Independente das crenças, das raças e religiões é sempre tempo de renovar a fé. E para não dizer que não falei de filme, cito abaixo três longametragens que tem esse caráter de dúvida e crença muito fortes. Não escolhi os filmes pela qualidade técnica, nem preferência, mas pelo conteúdo da discussão que incita. Afinal, o que importa? Comprovar que o Cristo veio à terra por meio de uma virgem, pregou por três anos, foi crucificado e ressuscitou no terceiro dia? Ou sua mensagem de amor para humanidade?
O Código Da Vinci (2006)
Direção: Ron Howard. Roteiro: Akiva Goldsman
Com: Tom Hanks, Audrey Tautou, Ian McKellen, Alfred Molina.
Baseado no Best Seller de Dan Brown, O Código Da Vinci fez muito muito barulho por questionar o destino de Jesus e sua descendência. Baseado no fato de que Maria Madalena teria sido sua esposa e com ele tido filhos, sendo este o Santo Graal escondido pelos Iluminatti, levantava uma questão bastante polêmica dentro da Igreja Católica. Se Jesus tivesse tido uma família terrena, sua mensagem seria invalidada? Para os dogmas católicos, sim, pois Jesus não era um homem e sim o Deus encarnado. Eu acho bobagem. Ser Deus, representante de Deus ou mártir da humanidade não modifica o seu legado, sua mensagem, seu exemplo de fé. Em 2011 anos muito foi criado, modificado e escondido, principalmente durante a Idade Média, mas o que Jesus nos deixou sempre foi muito claro: "Amai uns aos outros, como eu vos amei".
O Corpo (2001)
Direção e roteiro: Jonas McCord.
Com: Antonio Banderas, Olivia Williams, Yoav Dekelbaum, Joni Nykänen.
Este filme, que dos três é o mais fraco em relação a construção fílmica, traz à discussão a data que comemoramos hoje. Jesus realmente ressuscitou no terceiro dia? Um padre é enviado a uma expedição que acabou de encontrar um corpo que parece ser o de Jesus Cristo e toda a fé católica é posta em cheque com essa possível descoberta. Neste caso é mais do que simples dogmas, mas o maior milagre que faz toda a humanidade acreditar na vida eterna. Entendo a polêmica, que é maior do que a do caso de Código da Vinci. Para mim, no entanto, também não chega a ser um problema. Afinal, acredito que o que é eterno é nossa alma, nosso espírito, não o corpo que serviu apenas de envoltório durante a vida. Se um corpo dito de Jesus Cristo aparecesse não me faria deixar de acreditar em suas mensagens e no significado de sua vinda à Terra.
Stigmata (1999)
Direção: Rupert Wainwright. Roteiro: Tom Lazarus e Rick Ramage.
Com: Patricia Arquette, Gabriel Byrne, Jonathan Pryce, Nia Long.
Dos três filmes, é o que mais gosto. Este longametragem questiona diretamente os dogmas católicos e a capacidade da fé ao colocar em uma mulher "mundana" as chagas de Cristo, os estigmas, símbolo maior de fé e abnegação. É fraco ao dar uma explicação plausível para este fato, mas mexe com a fé do padre Andrew Kiernan e nos mostra mensagens muito mais profundas com citações até dos evangelhos apócrifos. Esta é a parte que mais gosto: “O reino de Deus está dentro de você e ao seu redor, não em prédios de madeira e pedra. Corte um pedaço de madeira e lá estarei, levante uma pedra e me encontrarás.” Frankie Paige recita isso várias vezes enquanto está em transe. Para mim, é uma das mensagens do Cristo quando ele disse: "Pedro tu és pedra e sob esta pedra edificarei minha Igreja". Ou seja, está em cada um de nós, não em templos.
Para terminar, deixo vocês com a Oração de São Francisco que simboliza o maior exemplo de fé Cristã. Francisco de Assis era um jovem rico que questiona o luxo da Igreja em contraste com tantos sofredores no mundo, criando assim a sua própria ordem com voto de pobreza e dedicação ao próximo. Aqui uma cena do filme Irmão Sol e Irmã Lua em que ele recita sua oração de fé, com os companheiros de jornada. Boa Páscoa a todos.
O Código Da Vinci (2006)
Direção: Ron Howard. Roteiro: Akiva Goldsman
Com: Tom Hanks, Audrey Tautou, Ian McKellen, Alfred Molina.
Baseado no Best Seller de Dan Brown, O Código Da Vinci fez muito muito barulho por questionar o destino de Jesus e sua descendência. Baseado no fato de que Maria Madalena teria sido sua esposa e com ele tido filhos, sendo este o Santo Graal escondido pelos Iluminatti, levantava uma questão bastante polêmica dentro da Igreja Católica. Se Jesus tivesse tido uma família terrena, sua mensagem seria invalidada? Para os dogmas católicos, sim, pois Jesus não era um homem e sim o Deus encarnado. Eu acho bobagem. Ser Deus, representante de Deus ou mártir da humanidade não modifica o seu legado, sua mensagem, seu exemplo de fé. Em 2011 anos muito foi criado, modificado e escondido, principalmente durante a Idade Média, mas o que Jesus nos deixou sempre foi muito claro: "Amai uns aos outros, como eu vos amei".
O Corpo (2001)
Direção e roteiro: Jonas McCord.
Com: Antonio Banderas, Olivia Williams, Yoav Dekelbaum, Joni Nykänen.
Este filme, que dos três é o mais fraco em relação a construção fílmica, traz à discussão a data que comemoramos hoje. Jesus realmente ressuscitou no terceiro dia? Um padre é enviado a uma expedição que acabou de encontrar um corpo que parece ser o de Jesus Cristo e toda a fé católica é posta em cheque com essa possível descoberta. Neste caso é mais do que simples dogmas, mas o maior milagre que faz toda a humanidade acreditar na vida eterna. Entendo a polêmica, que é maior do que a do caso de Código da Vinci. Para mim, no entanto, também não chega a ser um problema. Afinal, acredito que o que é eterno é nossa alma, nosso espírito, não o corpo que serviu apenas de envoltório durante a vida. Se um corpo dito de Jesus Cristo aparecesse não me faria deixar de acreditar em suas mensagens e no significado de sua vinda à Terra.
Stigmata (1999)
Direção: Rupert Wainwright. Roteiro: Tom Lazarus e Rick Ramage.
Com: Patricia Arquette, Gabriel Byrne, Jonathan Pryce, Nia Long.
Dos três filmes, é o que mais gosto. Este longametragem questiona diretamente os dogmas católicos e a capacidade da fé ao colocar em uma mulher "mundana" as chagas de Cristo, os estigmas, símbolo maior de fé e abnegação. É fraco ao dar uma explicação plausível para este fato, mas mexe com a fé do padre Andrew Kiernan e nos mostra mensagens muito mais profundas com citações até dos evangelhos apócrifos. Esta é a parte que mais gosto: “O reino de Deus está dentro de você e ao seu redor, não em prédios de madeira e pedra. Corte um pedaço de madeira e lá estarei, levante uma pedra e me encontrarás.” Frankie Paige recita isso várias vezes enquanto está em transe. Para mim, é uma das mensagens do Cristo quando ele disse: "Pedro tu és pedra e sob esta pedra edificarei minha Igreja". Ou seja, está em cada um de nós, não em templos.
Para terminar, deixo vocês com a Oração de São Francisco que simboliza o maior exemplo de fé Cristã. Francisco de Assis era um jovem rico que questiona o luxo da Igreja em contraste com tantos sofredores no mundo, criando assim a sua própria ordem com voto de pobreza e dedicação ao próximo. Aqui uma cena do filme Irmão Sol e Irmã Lua em que ele recita sua oração de fé, com os companheiros de jornada. Boa Páscoa a todos.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Páscoa é tempo de renovar a fé
2011-04-24T11:44:00-03:00
Amanda Aouad
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