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De Volta para o Futuro
De Volta para o Futuro
Há filmes que se tornam ícones de uma geração e parecem que não envelhecem. A trilogia De Volta para o Futuro é uma delas, revendo recentemente o primeiro filme de 1985, foi como se realmente voltasse no tempo e me divertisse da mesma maneira com a família McFly e Dr. Emmett Brown. Deu vontade de rever os outros dois, que farei em breve e também comentarei aqui.
Acho que hoje é quase impossível alguém pelo menos não conhecer a trama do filme de Robert Zemeckis. Marty McFly (Michael J. Fox) é um garoto comum, com uma família atrapalhada de classe média, uma namorada apaixonada e que sonha em ser cantor de rock. Um dia é chamado por seu amigo cientista, Dr. Emmett Brown (Christopher Lloyd), para conhecer seu novo invento: uma máquina do tempo. Em meio a uma confusão e em fuga, Marty acaba embarcando e ficando preso no ano de 1955, atrapalhando o primeiro encontro de seus pais e colocando toda a sua existência em risco. Só resta pedir ajuda ao Dr. Brown de 1955 para conseguir resolver tudo e retornar ao seu tempo.
É impressionante como é uma aventura relativamente simples, bem amarrada, mas que deixa várias pistas para os próximos filmes. Aliás, o roteiro de De Volta para o Futuro é que mais chama a atenção, repleto de pistas e recompensas que não nos deixam nenhum gosto de engano quando tudo se encaixa perfeitamente. Basta observar que está tudo ali, desde a primeira cena. Há um frescor na composição das sucessões de confusões e desenlaces, um bom ritmo na aventura, principalmente nas cenas de Marty em seu skate ao som de The Power of Love.
A primeira cena já é bastante instigante, o laboratório do Dr. Brown sendo observado em detalhes, abandonado a uma semana, as fotos na parede, o prato de comida do cão Einstein com seu nome peculiar, a matéria na televisão sobre o roubo do plutônio e a caixa dele, embaixo de uma mesa, nada está ali de graça. Nem mesmo a piada de Marty chegando e ligando o amplificador que estoura, para ouvir depois a recomendação de que não deve tentar ligar, pois pode estar com uma pequena sobrecarga. Tudo isso ajuda a construir a personalidade do Dr. Brown e o invento estranho que estamos prestes a presenciar.
Claro que nem tudo é perfeito, há um exagero nas gags dos personagens, por exemplo. Ninguém pode ser tão tolo quanto George McFly com seu exagero de caras e bocas tanto quando não consegue enfrentar Biff, quanto quando assiste televisão rindo exageradamente. Assim como as caras e bocas do Dr. Brown lembram uma caricatura de Jim Carrey, fora que um cientista que só faz trapalhadas conseguir construir uma máquina do tempo em um Delorean é algo bem complexo de acreditar.
Outra coisa que fica sem explicação é a reação de Marty ao chegar no ano de 1955. Ele sabia que estava dentro de uma máquina no tempo, acabara de ouvir a explicação de que, ao chegar a velocidade de 88 mph, ou 142 Km/h, acionaria a máquina, porque é tão complicado de entender o que aconteceu ao se ver naquele tempo estranho? Ainda mais com todas as dicas do Dr. Brown de que ali antes era uma fazenda de Pinheiros. A data está gravada no painel do carro, porque ele precisa de um jornal jogado no lixo para saber onde está? Mas, tudo isso são detalhes que podem ser justificados com a própria descrença do garoto, que já presenciara diversos inventos que deram errado. E a gente desculpa, principalmente, porque há muito mais coisas que se encaixam do que pontas soltas nesse roteiro.
A situação da praça, o prefeito que é faxineiro, o relógio, o raio, o tombo do Dr. Brown e a visão do capacitor de fluxo, o primeiro encontro dos pais de Marty, o acidente, o baile, tudo é muito bem construído. Isso sem falar nas brincadeiras e piadas com a mudança de época como o presidente "ator", a reprise de um programa que na época era inédito, o refrigerante diet que ainda não existia, e claro, a piada com o Darth Vader Vulcano com direito até a saudação de "vida longa e próspera".
E no clima de unir pistas e recompensas, ainda temos uma cena marcante que é quando Marty canta Johnny B. Goode para a plateia de 1955. Além de realizar seu sonho de tocar no baile do colégio e ainda abre espaço para piadas como o líder do grupo ligando para o seu primo Chuck Berry, para muitos o inventor do rock'n'roll, para mostrar o som que ele estava procurando ou ele exagerando na performance no final dizendo que os filhos da plateia irão adorar.
De Volta para o Futuro é, então, daqueles filmes que não envelhecem. Uma boa história, bem contada, com boas interpretações e cenas memoráveis, que consagraram Michael J. Fox como estrela de Hollywood. Tudo leva a crer que os produtores sabiam exatamente o que estavam fazendo.
De Volta para o Futuro (Back to the Future. 1985 / EUA)
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale
Com: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson
Duração: 116 min.
Acho que hoje é quase impossível alguém pelo menos não conhecer a trama do filme de Robert Zemeckis. Marty McFly (Michael J. Fox) é um garoto comum, com uma família atrapalhada de classe média, uma namorada apaixonada e que sonha em ser cantor de rock. Um dia é chamado por seu amigo cientista, Dr. Emmett Brown (Christopher Lloyd), para conhecer seu novo invento: uma máquina do tempo. Em meio a uma confusão e em fuga, Marty acaba embarcando e ficando preso no ano de 1955, atrapalhando o primeiro encontro de seus pais e colocando toda a sua existência em risco. Só resta pedir ajuda ao Dr. Brown de 1955 para conseguir resolver tudo e retornar ao seu tempo.
É impressionante como é uma aventura relativamente simples, bem amarrada, mas que deixa várias pistas para os próximos filmes. Aliás, o roteiro de De Volta para o Futuro é que mais chama a atenção, repleto de pistas e recompensas que não nos deixam nenhum gosto de engano quando tudo se encaixa perfeitamente. Basta observar que está tudo ali, desde a primeira cena. Há um frescor na composição das sucessões de confusões e desenlaces, um bom ritmo na aventura, principalmente nas cenas de Marty em seu skate ao som de The Power of Love.
A primeira cena já é bastante instigante, o laboratório do Dr. Brown sendo observado em detalhes, abandonado a uma semana, as fotos na parede, o prato de comida do cão Einstein com seu nome peculiar, a matéria na televisão sobre o roubo do plutônio e a caixa dele, embaixo de uma mesa, nada está ali de graça. Nem mesmo a piada de Marty chegando e ligando o amplificador que estoura, para ouvir depois a recomendação de que não deve tentar ligar, pois pode estar com uma pequena sobrecarga. Tudo isso ajuda a construir a personalidade do Dr. Brown e o invento estranho que estamos prestes a presenciar.
Claro que nem tudo é perfeito, há um exagero nas gags dos personagens, por exemplo. Ninguém pode ser tão tolo quanto George McFly com seu exagero de caras e bocas tanto quando não consegue enfrentar Biff, quanto quando assiste televisão rindo exageradamente. Assim como as caras e bocas do Dr. Brown lembram uma caricatura de Jim Carrey, fora que um cientista que só faz trapalhadas conseguir construir uma máquina do tempo em um Delorean é algo bem complexo de acreditar.
Outra coisa que fica sem explicação é a reação de Marty ao chegar no ano de 1955. Ele sabia que estava dentro de uma máquina no tempo, acabara de ouvir a explicação de que, ao chegar a velocidade de 88 mph, ou 142 Km/h, acionaria a máquina, porque é tão complicado de entender o que aconteceu ao se ver naquele tempo estranho? Ainda mais com todas as dicas do Dr. Brown de que ali antes era uma fazenda de Pinheiros. A data está gravada no painel do carro, porque ele precisa de um jornal jogado no lixo para saber onde está? Mas, tudo isso são detalhes que podem ser justificados com a própria descrença do garoto, que já presenciara diversos inventos que deram errado. E a gente desculpa, principalmente, porque há muito mais coisas que se encaixam do que pontas soltas nesse roteiro.
A situação da praça, o prefeito que é faxineiro, o relógio, o raio, o tombo do Dr. Brown e a visão do capacitor de fluxo, o primeiro encontro dos pais de Marty, o acidente, o baile, tudo é muito bem construído. Isso sem falar nas brincadeiras e piadas com a mudança de época como o presidente "ator", a reprise de um programa que na época era inédito, o refrigerante diet que ainda não existia, e claro, a piada com o Darth Vader Vulcano com direito até a saudação de "vida longa e próspera".
E no clima de unir pistas e recompensas, ainda temos uma cena marcante que é quando Marty canta Johnny B. Goode para a plateia de 1955. Além de realizar seu sonho de tocar no baile do colégio e ainda abre espaço para piadas como o líder do grupo ligando para o seu primo Chuck Berry, para muitos o inventor do rock'n'roll, para mostrar o som que ele estava procurando ou ele exagerando na performance no final dizendo que os filhos da plateia irão adorar.
De Volta para o Futuro é, então, daqueles filmes que não envelhecem. Uma boa história, bem contada, com boas interpretações e cenas memoráveis, que consagraram Michael J. Fox como estrela de Hollywood. Tudo leva a crer que os produtores sabiam exatamente o que estavam fazendo.
De Volta para o Futuro (Back to the Future. 1985 / EUA)
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis, Bob Gale
Com: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson
Duração: 116 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
De Volta para o Futuro
2012-05-21T08:30:00-03:00
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