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De Volta para Futuro 2
De Volta para Futuro 2
Continuando nossa maratona resgate da trilogia De Volta para o Futuro, hora de relembrar a segunda parte. O filme começa exatamente onde termina o primeiro, com a única diferença da troca de atriz, sai Claudia Wells entra Elisabeth Shue como a personagem Jennifer. E é interessante que, nesse prólogo de repetição do filme anterior já está também o gancho que motivará a trama do segundo filme: Biff vê a máquina do tempo.
Este é o roteiro mais complexo da trilogia, já que envolve os três filmes e é o ponto-chave para a jornada do personagem Marty McFly que, ao passear entre presente, passado e futuro, amadurece bastante, tendo uma chance única de refazer a sua vida antes mesmo de começar a errar. Isso não deixa de ser incrível na franquia. Agora, até por ser o meio de uma aventura, interferindo diretamente nas outras duas, tem alguns pontos complicados e umas falhas. Entre elas, a principal é como Biff retorna ao futuro de 2015 se ele já havia alterado aquela realidade ao viajar com o Almanaque? Mas, aí não teríamos filme.
Para quem não viu ou não lembra, a trama começa com o Dr. Emmett Brown chamando Marty para ir ao ano de 2015 impedir uma tragédia em sua família. Parece que depois de se salvar de uma morte violenta, o "Doc" começou a rever os conceitos de mudar o futuro. Pelo menos quando lhe é conveniente. O fato é que os dois e Jennifer vão parar no futuro e começa ali uma série de confusões que irá alterar toda a realidade que eles conhecem. Biff volta ao passado e torna a si mesmo um milionário em uma cidade transformada pela violência. Marty precisa, então, descobrir em que ponto a realidade foi alterada para impedi-la.
Como a dupla retorna ao ano de 1955, o segundo filme se mistura ainda mais com o primeiro, com brincadeiras e crossovers divertidos. Mas, antes disso, temos uma viagem fantástica ao ano de 2015. É interessante ver no que o filme acertou e no que passou longe, agora que estamos a três anos dessa data. A tecnologia evoluiu muito, mas ainda estamos longe de carros voadores, pizzas instantâneas ou roupas auto-secáveis. Em compensação, a televisão evoluiu bastante, os canais se multiplicaram e temos coisas até mais desenvolvidas principalmente nos meios de comunicação, que não precisam daqueles faxes espalhados por toda a casa, por exemplo.
Interessante também ver que o bar onde Marty vai encontrar a gangue no lugar do filho é o Café 80, um bar retrô da década em que o filme foi feito. Mas, o que é interessante nisso, é que realmente cultuamos os anos 80 até hoje como uma década mágica, e um bar assim, não seria impossível. Detalhe na fisionomia de Michael Jackson que ainda era negro naquela época. E na pequena participação de Elijah Wood como um dos garotos que está no vídeo game.
Construindo um padrão, De Volta para o Futuro 2 repete muitas situações, sempre com a presença da famosa praça da cidade de Hill Valley com seu relógio, perseguições em skates e ameaças constantes ao chamarem Marty de covarde. Há também piadas quase internas como o tio Joey que não importa a realidade está sempre preso em 1985. Ou piadas novas como a justiça ser mais rápida no futuro depois que eliminaram os advogados.
As pistas e recompensas também continuam fortes, desde o prólogo com Biff vendo a máquina, passando pelo Almanaque na vitrine, a troca dos McFlys, até as provas que vão sendo coletadas por Marty na nova realidade, como o jornal e a caixa de fósforo que será fundamental para o desfecho da trama. Isso sem falar nas diversas pistas sobre o Velho Oeste que serão fundamentais para o terceiro filme. Temos a cena do filme que Biff assiste na banheira, o jogo que Marty vê no Café 80, a citação ao parente antigo de Biff, entre outras.
No elenco, tirando a mudança da atriz para o papel de Jennifer, continua o mesmo, todos seguindo o padrão. Porém, De Volta para o Futuro 2 é de Michael J. Fox. Além de manter o Marty de sempre, o ator faz o personagem mais velho, os filhos dele (tanto o homem quanto a mulher) e ainda tem que administrar todas essas situações onde contracena consigo mesmo. Está presente em todas as cenas do filme e em uma determinada cena está com três personagens distintos. Não deixa de ser uma façanha incrível, ainda que o tom em muitos momentos seja propositadamente caricato.
E em meio a tantas idas e vindas, com furos ou não, o filme consegue finalizar de uma maneira surpreendente e boa. Tudo para abrir caminho para a última fase da jornada que muitos não gostam, mas tem suas qualidades também. Em breve, resgato-a aqui para uma análise mais detalhada.
De Volta para Futuro 2 (Back to the Future Part II, 1989)
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis
Com: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson e Elisabeth Shue
Duração: 107 min.
Este é o roteiro mais complexo da trilogia, já que envolve os três filmes e é o ponto-chave para a jornada do personagem Marty McFly que, ao passear entre presente, passado e futuro, amadurece bastante, tendo uma chance única de refazer a sua vida antes mesmo de começar a errar. Isso não deixa de ser incrível na franquia. Agora, até por ser o meio de uma aventura, interferindo diretamente nas outras duas, tem alguns pontos complicados e umas falhas. Entre elas, a principal é como Biff retorna ao futuro de 2015 se ele já havia alterado aquela realidade ao viajar com o Almanaque? Mas, aí não teríamos filme.
Para quem não viu ou não lembra, a trama começa com o Dr. Emmett Brown chamando Marty para ir ao ano de 2015 impedir uma tragédia em sua família. Parece que depois de se salvar de uma morte violenta, o "Doc" começou a rever os conceitos de mudar o futuro. Pelo menos quando lhe é conveniente. O fato é que os dois e Jennifer vão parar no futuro e começa ali uma série de confusões que irá alterar toda a realidade que eles conhecem. Biff volta ao passado e torna a si mesmo um milionário em uma cidade transformada pela violência. Marty precisa, então, descobrir em que ponto a realidade foi alterada para impedi-la.
Como a dupla retorna ao ano de 1955, o segundo filme se mistura ainda mais com o primeiro, com brincadeiras e crossovers divertidos. Mas, antes disso, temos uma viagem fantástica ao ano de 2015. É interessante ver no que o filme acertou e no que passou longe, agora que estamos a três anos dessa data. A tecnologia evoluiu muito, mas ainda estamos longe de carros voadores, pizzas instantâneas ou roupas auto-secáveis. Em compensação, a televisão evoluiu bastante, os canais se multiplicaram e temos coisas até mais desenvolvidas principalmente nos meios de comunicação, que não precisam daqueles faxes espalhados por toda a casa, por exemplo.
Interessante também ver que o bar onde Marty vai encontrar a gangue no lugar do filho é o Café 80, um bar retrô da década em que o filme foi feito. Mas, o que é interessante nisso, é que realmente cultuamos os anos 80 até hoje como uma década mágica, e um bar assim, não seria impossível. Detalhe na fisionomia de Michael Jackson que ainda era negro naquela época. E na pequena participação de Elijah Wood como um dos garotos que está no vídeo game.
Construindo um padrão, De Volta para o Futuro 2 repete muitas situações, sempre com a presença da famosa praça da cidade de Hill Valley com seu relógio, perseguições em skates e ameaças constantes ao chamarem Marty de covarde. Há também piadas quase internas como o tio Joey que não importa a realidade está sempre preso em 1985. Ou piadas novas como a justiça ser mais rápida no futuro depois que eliminaram os advogados.
As pistas e recompensas também continuam fortes, desde o prólogo com Biff vendo a máquina, passando pelo Almanaque na vitrine, a troca dos McFlys, até as provas que vão sendo coletadas por Marty na nova realidade, como o jornal e a caixa de fósforo que será fundamental para o desfecho da trama. Isso sem falar nas diversas pistas sobre o Velho Oeste que serão fundamentais para o terceiro filme. Temos a cena do filme que Biff assiste na banheira, o jogo que Marty vê no Café 80, a citação ao parente antigo de Biff, entre outras.
No elenco, tirando a mudança da atriz para o papel de Jennifer, continua o mesmo, todos seguindo o padrão. Porém, De Volta para o Futuro 2 é de Michael J. Fox. Além de manter o Marty de sempre, o ator faz o personagem mais velho, os filhos dele (tanto o homem quanto a mulher) e ainda tem que administrar todas essas situações onde contracena consigo mesmo. Está presente em todas as cenas do filme e em uma determinada cena está com três personagens distintos. Não deixa de ser uma façanha incrível, ainda que o tom em muitos momentos seja propositadamente caricato.
E em meio a tantas idas e vindas, com furos ou não, o filme consegue finalizar de uma maneira surpreendente e boa. Tudo para abrir caminho para a última fase da jornada que muitos não gostam, mas tem suas qualidades também. Em breve, resgato-a aqui para uma análise mais detalhada.
De Volta para Futuro 2 (Back to the Future Part II, 1989)
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Robert Zemeckis
Com: Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson e Elisabeth Shue
Duração: 107 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
De Volta para Futuro 2
2012-06-04T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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