
Depois de levar às grandes telas contos de fadas como Cinderela, Branca de Neve e Chapeuzinho Vermelho, chegou a vez do clássico João e Maria. Aqueles dois irmãos, fofinhos que "se perdem" na floresta, encontram uma casa de doce, viram prisioneiros de uma bruxa, conseguem se soltar e assá-la em uma fornalha. Lembram?
Pois é, o interessante do roteiro de Tommy Wirkola e Dante Harper para João e Maria: Caçadores de Bruxas é que o conto dos Irmãos Grimm é apenas o prólogo. Os dois irmãozinhos, aqui, foram abandonados pelo pai na floresta e não eram órfãos de mãe até então. No mais, muitas semelhanças. Porém, o que conta é o que vem depois. Após a experiência com essa bruxa, João e Maria viram exímios caçadores da espécie e são chamados em uma cidade para desvendar um sumiço em massa de crianças.

A partir daí, esqueça o conto e esqueça qualquer pretensão a uma obra séria, ou terá sérios problemas em acompanhar uma jornada em busca de bruxas no sentido mais caricato da palavra. Elas estão pela floresta em suas vassouras, com aparência horrorosa e muita maldade no coração sequestrando criancinhas indefesas. E João e Maria (Hansel e Gretel no original), por sua vez, também esboçam o estereótipo do caçador de recompensa sem muitas emoções, de maneira prática e precisa.


No final, João e Maria: Caçadores de Bruxas demonstra ser apenas uma curta jornada pelo mundo da fantasia. Sem muitas pretensões, sem grande criatividade ou mesmo técnica para ir além. Um filme que fica até difícil tecer maiores análises críticas porque não parece acreditar em sua própria força, ficando apenas no raso do entorno da história conhecida. Poderiam ser mais ousados. Hansel e Gretel, com certeza, seriam. Afinal, eles já enfrentaram batalhões de bruxas.
João e Maria: Caçadores de Bruxas (Hansel & Gretel: Witch Hunters, 2013 / EUA)
Direção: Tommy Wirkola
Roteiro: Tommy Wirkola e Dante Harper
Com: Jeremy Renner, Gemma Arterton, Peter Stormare, Pihla Viitala e Famke Janssen
Duração: 84 min.