![Kramer vs Kramer](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJR0AhgT32B1Hucn1EuYepjCetFDmZMrA9o9mMPXm6fwRNO2dXRDBMf5LvyQzWOh4UqDR95_8kVZJhfMiqnIK4sXIq3nh_s5d5o7inhec67beHgl8IP3D9JpTPAzfD1yUJs4Fn9tiu3vfq/s200/meryl-streep-kramer.jpg)
A história poderia ser tola ou absurda. Uma mulher cansa de ser ignorada pelo marido e resolve abandoná-lo de um dia para o outro. Um caso como tantos por aí. Mas o que chama a atenção é que ela não apenas abandona o marido, mas também o filho do casal de apenas sete anos. Assim, pai e filho têm que reaprender a viver. Convivendo com as dificuldades que é cuidar de uma criança e trabalhar ao mesmo tempo, Ted vai fazendo o melhor que pode, mas nada parece mesmo fácil. E quando tudo começava a se ajeitar, Joanna volta querendo brigar pela guarda do pequeno Billy.
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A questão é que ao escolher abandonar Billy saindo de casa sem dar muitas satisfações, Joanna perde em nossa visão de espectador boa parte desse direito, ainda que o pequeno sofra tanto com a sua ausência. A cena em que Ted lê a carta da mãe para o filho, quase um mês depois dela ir embora é um símbolo disso. O garoto ainda chora e espera pela volta dela, mas quando as palavras começam a demonstrar que ela não pretende retornar, pelo menos não tão cedo, ele começa a mudar a expressão até que aumenta o volume da televisão não querendo mais ouvir.
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A evolução de Ted é visível em um detalhe da relação dos dois que Robert Benton, de maneira primorosa, coloca no início e no final do filme como um fechamento de ciclo. Pai e filho na cozinha fazendo rabanada. Na primeira tentativa tudo é estranho, estabanado e dá errado. No final parece harmonicamente ensaiado. Cada gesto, cada ingrediente, cada utensílio utilizado parece agora encaixado. Uma forma simbólica de demonstra o quanto eles se entenderam, o quanto estão juntos, ainda que tenham problemas a serem resolvidos, como a guarda do garoto.
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Kramer vs Kramer é um jogo de emoções, uma construção bela de atuações e redefinições de valores familiares. Nos envolvemos com aquela família, sofremos junto com Ted, nos apaixonamos pelo pequeno Billy, tentamos entender o lado de Joanna. Queremos que tudo se resolva da melhor maneira, apesar de uma sensação constante de injustiça. E no final, seguimos o fluxo, sofrendo, nos emocionando e vibrando com cada reviravolta. Fica um certo apaziguamento de que afinal, assim é a vida.
Kramer vs Kramer (Kramer vs Kramer, 1979 / EUA)
Direção: Robert Benton
Roteiro: Robert Benton
Com: Dustin Hoffman, Meryl Streep, Justin Henry e Jane Alexander
Duração: 105 min.