![Amor Filme](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKeFd3geSQ_pn4PLFQfr62nC00Wr1iYg-OtM9uMTjzXcvHIQmqA_pGq58le1hl73Kzaf1-r2B3sM7WwVo2ICMDaEcq5s5Dw9wSfLNFnVlukoOhyphenhyphenRhVmWSp2iiEhrqZeJwnRd4KDwG4uRL9/s200/amour-cena.jpg)
Um casal da terceira idade, um amor como poucos, eterno. E um obstáculo inconveniente, uma doença degenerativa que vai paralisando aos poucos a simpática Anne, deixando Georges, cada vez mais, sofrido. Toda a trama é bastante delicada, a doença, na verdade, não é muito explicada, nos parece uma isquemia, com algumas crises. Mas, a primeira é uma crise de ausência. Porém, isso é o que menos importa. A rotina do casal é que nos é apresentada, a dor, a superação, as novas dificuldades e o desfecho de tirar o fôlego.
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Destaque para os atores Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva que sustentam quase sozinhos toda a obra. As participações esporádicas, principalmente, da filha, dos vizinhos e do ex-aluno, ajudam. Mas, é no casal que se centra toda a trajetória. A troca de olhares, os pactos, os cuidados, o sofrimento exposto, a necessidade de alguma independência. Tudo nos é passado com muita competência pelos dois. A cena da primeira ausência de Anne, por exemplo, é impressionante. O rosto imóvel, o desespero dele em tentar chamá-la, tudo é muito bem construído.
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É nesse ponto que Amor se mostra não ser apenas atores, mas uma construção perfeita de roteiro, direção, encenação e montagem. Temos momentos muito bem construídos nos detalhes, como quando o ex-aluno os visita. Em um plano, temos a visão dele observando a porta entre-aberta com Anne atrás de Georges, sentada em sua cadeira de rodas. A dor do rapaz que não sabia do estado da ex-professora é passada por imagens. Assim como temos, a dor de Georges exposta em montagens simples dele vendo Anne ao piano, enquanto ouve o CD do rapaz.
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Amor é isso. Um filme-tratado. Um belo retrato de um amor eterno e da forma como o destino brincou com ele, fazendo passar por uma prova extrema. E que chega ao seu final com uma forma tamanha que nos deixa sem ar. Daqueles filmes incômodos que temos que bater palmas ao final.
Amor (Amour, 2012 / Áustria)
Direção: Michael Haneke
Roteiro: Michael Haneke
Com: Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva e Isabelle Huppert
Duração: 127 min.