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Herson Capri
Ingrid Guimarães
Paulo Gustavo
Minha Mãe é Uma Peça
Minha Mãe é Uma Peça
Sucesso absoluto no teatro e na televisão, Paulo Gustavo desembarca no cinema com o humor que lhe é peculiar. Enquanto filme, Minha Mãe é Uma Peça é uma obra frágil, mas é inegável que o ator nos faz rir com a hilária Dona Hermínia.
A personagem é uma senhora de classe média que mora em Niterói. Mãe de três filhos e totalmente desbocada. Não apenas desbocada, mas capaz de atitudes drásticas como invadir uma boate de camisola e bobes para resgatar sua filha adolescente fujona. Ou jogar um balde d´água nela, enquanto dorme. Ou ainda fazer uma inquisição com o "amigo" do filho, que sabe ser gay. O filho mais velho é o único "normal" da família, casado, morando em Brasília, fica longe de todas as confusões.
O plot da trama é interessante. Dona Hermínia ouve seus filhos falando mal dela pelo celular e resolve sair de casa. Então, os dois adolescentes terão que se virar uns dias sem a mãe para cuidar da casa, dar comida, lembrar dos compromissos, e claro, pegar no pé deles. O problema é que esse plot não se sustenta em si, então, boa parte do filme é feito em flash backs da vida da família, com Dona Hermínia contando para a tia, e para nós, alguns fatos marcantes dos seus filhos e ex-maridos. E isso acaba cansando, além de ficar repetitivo.
Há exageros, claro, é uma comédia de exageros, cheia de estereótipos exacerbados. É o tipo de humor proposto. Há muitas cenas pastelão que, para quem não curte o estilo, pode ser uma irritação a parte. A reunião de condomínio, por exemplo, é a própria caricatura, tudo parecer over, fake até. E esse é o problema de boa parte das situações em flash back. Mas, a figura de Paulo Gustavo travestido de Dona Hermínia acaba envolvendo e divertindo em momentos diversos. A personagem é rápida no raciocínio e não mede as palavras. Está sempre soltando o verbo naquilo que acha errado.
Agora, o filme tem também momentos mais sérios, que buscam emocionar até, como a história do sobrinho, ou os sentimentos de Dona Hermínia. Há uma moral em tudo isso que busca valorizar o amor de mãe, a importância dessa figura tão marcante na vida de um ser humano, que carrega consigo um amor incondicional que ninguém consegue explicar. Mas, são momentos pontuais, em um até a tia brinca dizendo "ih, o papo ficou sério, né?"
A direção segue o ritmo da comédia marcada. A trilha pontua os passos, as movimentações em cena. A montagem com cortes rápidos acelera situações. A paleta de cores é sempre vibrante, com cores vivas. Mesmo nos momentos mais difíceis. Então, apesar de ser uma comédia pastelão, há uma preocupação com a estética. Ainda que uma estética que siga esse tom over.
Minha Mãe é Uma Peça poderia ser também Meu Filho é Um Artista. Porque, claro que a inspiração da mãe levou Paulo Gustavo a criar situações tão inusitadas e engraçadas. Mas, foi o talento dele que transformou tudo isso no sucesso que a peça é, a ponto de chegar ao cinema. É visível que ele é um bom humorista, e traz momentos ótimos durante o filme. Mas, como filme não se sustenta. Fica faltando algo mais. Perde o cinema, mas ganha a diversão. É uma escolha.
Ah, tem uma cena durante os créditos.
Minha Mãe é Uma Peça (idem, 2013 / Brasil)
Direção: Andre Pellenz
Roteiro: Fil Braz, Paulo Gustavo
Com: Paulo Gustavo, Ingrid Guimarães, Herson Capri, Suely Franco, Mariana Xavier, Rodrigo Pandolfo
Duração: 85 min.
A personagem é uma senhora de classe média que mora em Niterói. Mãe de três filhos e totalmente desbocada. Não apenas desbocada, mas capaz de atitudes drásticas como invadir uma boate de camisola e bobes para resgatar sua filha adolescente fujona. Ou jogar um balde d´água nela, enquanto dorme. Ou ainda fazer uma inquisição com o "amigo" do filho, que sabe ser gay. O filho mais velho é o único "normal" da família, casado, morando em Brasília, fica longe de todas as confusões.
O plot da trama é interessante. Dona Hermínia ouve seus filhos falando mal dela pelo celular e resolve sair de casa. Então, os dois adolescentes terão que se virar uns dias sem a mãe para cuidar da casa, dar comida, lembrar dos compromissos, e claro, pegar no pé deles. O problema é que esse plot não se sustenta em si, então, boa parte do filme é feito em flash backs da vida da família, com Dona Hermínia contando para a tia, e para nós, alguns fatos marcantes dos seus filhos e ex-maridos. E isso acaba cansando, além de ficar repetitivo.
Há exageros, claro, é uma comédia de exageros, cheia de estereótipos exacerbados. É o tipo de humor proposto. Há muitas cenas pastelão que, para quem não curte o estilo, pode ser uma irritação a parte. A reunião de condomínio, por exemplo, é a própria caricatura, tudo parecer over, fake até. E esse é o problema de boa parte das situações em flash back. Mas, a figura de Paulo Gustavo travestido de Dona Hermínia acaba envolvendo e divertindo em momentos diversos. A personagem é rápida no raciocínio e não mede as palavras. Está sempre soltando o verbo naquilo que acha errado.
Agora, o filme tem também momentos mais sérios, que buscam emocionar até, como a história do sobrinho, ou os sentimentos de Dona Hermínia. Há uma moral em tudo isso que busca valorizar o amor de mãe, a importância dessa figura tão marcante na vida de um ser humano, que carrega consigo um amor incondicional que ninguém consegue explicar. Mas, são momentos pontuais, em um até a tia brinca dizendo "ih, o papo ficou sério, né?"
A direção segue o ritmo da comédia marcada. A trilha pontua os passos, as movimentações em cena. A montagem com cortes rápidos acelera situações. A paleta de cores é sempre vibrante, com cores vivas. Mesmo nos momentos mais difíceis. Então, apesar de ser uma comédia pastelão, há uma preocupação com a estética. Ainda que uma estética que siga esse tom over.
Minha Mãe é Uma Peça poderia ser também Meu Filho é Um Artista. Porque, claro que a inspiração da mãe levou Paulo Gustavo a criar situações tão inusitadas e engraçadas. Mas, foi o talento dele que transformou tudo isso no sucesso que a peça é, a ponto de chegar ao cinema. É visível que ele é um bom humorista, e traz momentos ótimos durante o filme. Mas, como filme não se sustenta. Fica faltando algo mais. Perde o cinema, mas ganha a diversão. É uma escolha.
Ah, tem uma cena durante os créditos.
Minha Mãe é Uma Peça (idem, 2013 / Brasil)
Direção: Andre Pellenz
Roteiro: Fil Braz, Paulo Gustavo
Com: Paulo Gustavo, Ingrid Guimarães, Herson Capri, Suely Franco, Mariana Xavier, Rodrigo Pandolfo
Duração: 85 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Minha Mãe é Uma Peça
2013-06-23T08:00:00-03:00
Amanda Aouad
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