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Grandes Cenas: Uma Noite de Aventuras
Grandes Cenas: Uma Noite de Aventuras
Nesta sessão Grandes Cenas, gosto sempre de trazer aqueles momentos clássicos do cinema para uma análise mais detalhada. Mas, a escolha é sempre relativa, não precisa ser exatamente um grande filme, de qualidade inconteste, mas apenas que tenha algo marcante. O escolhido de hoje está longe de ser um grande filme, é bobo até, mas figurou entre mais repetidos na Sessão da Tarde dos anos 90 e tem seu valor afetivo.
Dirigido por Chris Columbus, Uma Noite de Aventuras conta a saga de Chris, personagem de Elisabeth Shue, que trabalha como babá (babysitter) de três crianças e se vê envolvida em uma grande confusão noturna, que começa com um pedido de ajuda de uma amiga e termina com uma fuga de uma quadrilha de bandidos.
No geral, o filme segue o padrão desse tipo de comédia / aventura adolescente, mas uma determinada cena chama a atenção e é lembrada até hoje. O grupo está fugindo e acaba entrando em um bar, onde uma banda de blues está se apresentando. Só que eles acabam entrando diretamente no palco, e o vocalista, que é ninguém menos que Albert Collins, diz: "Ninguém sai daqui sem cantar um Blues". É a deixa para começar uma divertida música improvisada bem ao estilo do Blues.
Ao ouvir isso, a personagem de Elisabeth Shue se desespera, ela não sabe cantar. Interessante o clima de tensão que se forma. A montagem nos mostra os bandidos do lado de fora tentando entrar, depois volta para o palco, onde eles continuam sem saber o que fazer. A plateia é mostrada para aumentar a tensão, todos com expressão de tédio, esperando por algo, enquanto Elisabeth Shue continua sem graça no palco. Chris Columbus faz uma construção bem picotada de planos gerais e alguns closes, construindo esta expectativa. A expressão corporal da atriz também é bem desajeitada, dando uma graça maior à situação.
Ela começa a contar sua sina até ali, e a banda ensaia uns acordes. Fica uma coisa bem característica do Blues, que é bastante improvisado e com falas. É interessante como a música vai sendo construída aos poucos, assim como os personagens vão se soltando aos poucos, tornando tudo crível, exatamente por fazer parte do próprio estilo musical.
A fala de Elisabeth Shue começa tímida, e vai se tornando mais rápida, à medida que a história / música, vai sendo contada. Até que no final, ela já está ensaiando um refrão musicado. Os meninos também vão acompanhando, em um tom menos assustado que ela, o que é normal. Achando tudo aquilo uma grande diversão. Principalmente, a pequena Sara, interpretada por Maia Brewton, que pede até para baixarem o microfone para ela falar também. Um detalhe é que ela está com o capacete do personagem Thor, seu grande ídolo e ela encontrando o homem que acha ser o super-herói é outro bom momento do filme.
Toda a cena vai sendo construída no ritmo da improvisação da música, trocando os planos entre geral do bar, primeiros planos e closes dos personagens à medida que cantam. Albert Collins ajuda, é ele que fala as primeiras letras dentro da melodia tocada, afinal ele é o profissional, o que ajuda os personagens a irem construindo a música. E isso dá mais verossimilhança à cena. Tanto que a personagem vai se soltando no palco, começando até a ensaiar uma dancinha tímida.
A virada que conquista a plateia é construída com falas dos quatro, em um jogral que termina com o "it´s so hard" (é tão difícil). Quando ela grita a frase, a plateia vibra e começa a bater palmas. E isso acaba puxando o refrão que dá nome à música: Babysitting Blues.
A brincadeira vai crescendo e os meninos começam até a fazer passinhos de dança, ao estilo de backing vocais de bandas. Enquanto Elisabeth Shue começa a ficar completamente a ficar completamente à vontade no palco. Enquanto isso, os bandidos estão entrando no local e se destacam ainda mais por toda a plateia estar sorrindo e dançando, enquanto eles andam lentamente e com expressões sérias. Quando eles vão saindo dançando, a fila de bandidos tenta ir atrás e acaba sendo barrada pela mesma justificativa: "Ninguém sai daqui sem cantar um Blues". O que dá uma piada divertida e resolve momentaneamente o problema dos protagonistas que tem mais tempo de fugir.
Dirigido por Chris Columbus, Uma Noite de Aventuras conta a saga de Chris, personagem de Elisabeth Shue, que trabalha como babá (babysitter) de três crianças e se vê envolvida em uma grande confusão noturna, que começa com um pedido de ajuda de uma amiga e termina com uma fuga de uma quadrilha de bandidos.
No geral, o filme segue o padrão desse tipo de comédia / aventura adolescente, mas uma determinada cena chama a atenção e é lembrada até hoje. O grupo está fugindo e acaba entrando em um bar, onde uma banda de blues está se apresentando. Só que eles acabam entrando diretamente no palco, e o vocalista, que é ninguém menos que Albert Collins, diz: "Ninguém sai daqui sem cantar um Blues". É a deixa para começar uma divertida música improvisada bem ao estilo do Blues.
Ao ouvir isso, a personagem de Elisabeth Shue se desespera, ela não sabe cantar. Interessante o clima de tensão que se forma. A montagem nos mostra os bandidos do lado de fora tentando entrar, depois volta para o palco, onde eles continuam sem saber o que fazer. A plateia é mostrada para aumentar a tensão, todos com expressão de tédio, esperando por algo, enquanto Elisabeth Shue continua sem graça no palco. Chris Columbus faz uma construção bem picotada de planos gerais e alguns closes, construindo esta expectativa. A expressão corporal da atriz também é bem desajeitada, dando uma graça maior à situação.
Ela começa a contar sua sina até ali, e a banda ensaia uns acordes. Fica uma coisa bem característica do Blues, que é bastante improvisado e com falas. É interessante como a música vai sendo construída aos poucos, assim como os personagens vão se soltando aos poucos, tornando tudo crível, exatamente por fazer parte do próprio estilo musical.
A fala de Elisabeth Shue começa tímida, e vai se tornando mais rápida, à medida que a história / música, vai sendo contada. Até que no final, ela já está ensaiando um refrão musicado. Os meninos também vão acompanhando, em um tom menos assustado que ela, o que é normal. Achando tudo aquilo uma grande diversão. Principalmente, a pequena Sara, interpretada por Maia Brewton, que pede até para baixarem o microfone para ela falar também. Um detalhe é que ela está com o capacete do personagem Thor, seu grande ídolo e ela encontrando o homem que acha ser o super-herói é outro bom momento do filme.
Toda a cena vai sendo construída no ritmo da improvisação da música, trocando os planos entre geral do bar, primeiros planos e closes dos personagens à medida que cantam. Albert Collins ajuda, é ele que fala as primeiras letras dentro da melodia tocada, afinal ele é o profissional, o que ajuda os personagens a irem construindo a música. E isso dá mais verossimilhança à cena. Tanto que a personagem vai se soltando no palco, começando até a ensaiar uma dancinha tímida.
A virada que conquista a plateia é construída com falas dos quatro, em um jogral que termina com o "it´s so hard" (é tão difícil). Quando ela grita a frase, a plateia vibra e começa a bater palmas. E isso acaba puxando o refrão que dá nome à música: Babysitting Blues.
A brincadeira vai crescendo e os meninos começam até a fazer passinhos de dança, ao estilo de backing vocais de bandas. Enquanto Elisabeth Shue começa a ficar completamente a ficar completamente à vontade no palco. Enquanto isso, os bandidos estão entrando no local e se destacam ainda mais por toda a plateia estar sorrindo e dançando, enquanto eles andam lentamente e com expressões sérias. Quando eles vão saindo dançando, a fila de bandidos tenta ir atrás e acaba sendo barrada pela mesma justificativa: "Ninguém sai daqui sem cantar um Blues". O que dá uma piada divertida e resolve momentaneamente o problema dos protagonistas que tem mais tempo de fugir.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Grandes Cenas: Uma Noite de Aventuras
2013-08-28T08:00:00-03:00
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