Home
Charlotte Le Bon
cinebiografia
critica
drama
Guillaume Gallienne
Jalil Lespert
Pierre Niney
Yves Saint Laurent
Yves Saint Laurent
Baseado no livro escrito por Pierre Bergé, a cinebiografia Yves Saint Laurent tem um foco bastante claro, o ponto de vista do companheiro do estilista sobre os primeiros anos de convivência e criação da grife própria. Isso traz pontos positivos e negativos para o filme.
Sempre pontuado com uma voz over que tenta criar um clima de intimidade, mas, em muitos momentos, só pontua o já exposto, o filme começa com o jovem Yves Saint Laurent sendo encarregado de assumir a grife Christian Dior. Com o sucesso, Pierre Bergé o incentiva a lançar a grife própria e juntos vão conquistar e revolucionar o mundo da moda. Porém, o foco se volta para a relação pessoal do casal, assim como os excessos de Saint Laurent neste período.
Então, quem busca um filme sobre moda e seus bastidores, querendo compreender um pouco mais sobre a importância do estilista para sua época. Ou mesmo, tentando entender um pouco melhor o que significa o termo a mulher "Yves Saint Laurent" e a questão da emancipação feminina. O filme usa isso apenas como pano de fundo, sem discutir ou aprofundar algo nesse sentido.
A narrativa se faz mesmo através da relação entre Yves e Pierre. Além do óbvio ponto de vista e escolhas de momentos pelos sentimentos do empresário seja de alegria, arrependimento ou saudade. Estamos sempre observando a forma como o narrador segura a empresa, enquanto o estilista se entrega à festas, drogas, bebidas e relações diversas. Muitas vezes, Pierre Bergé é taxado por Yves como um castrador chato, mas por observarmos por seu ponto de vista, entendemos que ele está apenas preocupado com o amado.
De qualquer maneira, a moda não passa tão à parte assim da narrativa, acompanhamos a confecção e apresentação de diversas coleções. Há uma sequência longa com destaque para a criação do Vestido Mondrian, desde a inspiração, passando pela apresentação, sucesso e cópias. Há sempre uma reconstituição cuidadora de vestidos, estilo e inovações. Apenas não há aprofundamento, como já foi dito.
Agora, o maior destaque do filme é mesmo o ator Pierre Niney, que encarna o estilista de uma maneira impressionante. Vemos semelhança física, de gestos, de sorriso, de postura. Sua interpretação é comovente e cativante, nos deixando envolvidos com aquele personagem. Há uma aura especial que o envolve, seja pela composição, pela iluminação, pela fotografia, ou, claro, pela narração apaixonada.
E até por ser apresentado como uma pessoa tão cativante, o filme poderia ser mais. Só que em muitos momentos parece não querer se arriscar além do lugar comum de qualquer cinebiografia. Talvez Jalil Lespert pudesse experimentar mais, tal qual o estilista, trazer para a estética fílmica um pouco mais de Yves Saint Laurent. De qualquer maneira, não é um filme ruim. É correto e tem bons momentos.
Yves Saint Laurent (Yves Saint Laurent, 2014 / França)
Direção: Jalil Lespert
Roteiro: Jacques Fieschi
Com: Pierre Niney, Guillaume Gallienne, Charlotte Le Bon
Duração: 106 min.
Sempre pontuado com uma voz over que tenta criar um clima de intimidade, mas, em muitos momentos, só pontua o já exposto, o filme começa com o jovem Yves Saint Laurent sendo encarregado de assumir a grife Christian Dior. Com o sucesso, Pierre Bergé o incentiva a lançar a grife própria e juntos vão conquistar e revolucionar o mundo da moda. Porém, o foco se volta para a relação pessoal do casal, assim como os excessos de Saint Laurent neste período.
Então, quem busca um filme sobre moda e seus bastidores, querendo compreender um pouco mais sobre a importância do estilista para sua época. Ou mesmo, tentando entender um pouco melhor o que significa o termo a mulher "Yves Saint Laurent" e a questão da emancipação feminina. O filme usa isso apenas como pano de fundo, sem discutir ou aprofundar algo nesse sentido.
A narrativa se faz mesmo através da relação entre Yves e Pierre. Além do óbvio ponto de vista e escolhas de momentos pelos sentimentos do empresário seja de alegria, arrependimento ou saudade. Estamos sempre observando a forma como o narrador segura a empresa, enquanto o estilista se entrega à festas, drogas, bebidas e relações diversas. Muitas vezes, Pierre Bergé é taxado por Yves como um castrador chato, mas por observarmos por seu ponto de vista, entendemos que ele está apenas preocupado com o amado.
De qualquer maneira, a moda não passa tão à parte assim da narrativa, acompanhamos a confecção e apresentação de diversas coleções. Há uma sequência longa com destaque para a criação do Vestido Mondrian, desde a inspiração, passando pela apresentação, sucesso e cópias. Há sempre uma reconstituição cuidadora de vestidos, estilo e inovações. Apenas não há aprofundamento, como já foi dito.
Agora, o maior destaque do filme é mesmo o ator Pierre Niney, que encarna o estilista de uma maneira impressionante. Vemos semelhança física, de gestos, de sorriso, de postura. Sua interpretação é comovente e cativante, nos deixando envolvidos com aquele personagem. Há uma aura especial que o envolve, seja pela composição, pela iluminação, pela fotografia, ou, claro, pela narração apaixonada.
E até por ser apresentado como uma pessoa tão cativante, o filme poderia ser mais. Só que em muitos momentos parece não querer se arriscar além do lugar comum de qualquer cinebiografia. Talvez Jalil Lespert pudesse experimentar mais, tal qual o estilista, trazer para a estética fílmica um pouco mais de Yves Saint Laurent. De qualquer maneira, não é um filme ruim. É correto e tem bons momentos.
Yves Saint Laurent (Yves Saint Laurent, 2014 / França)
Direção: Jalil Lespert
Roteiro: Jacques Fieschi
Com: Pierre Niney, Guillaume Gallienne, Charlotte Le Bon
Duração: 106 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Yves Saint Laurent
2014-05-10T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
Charlotte Le Bon|cinebiografia|critica|drama|Guillaume Gallienne|Jalil Lespert|Pierre Niney|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
mais populares do blog
-
Em um cenário gótico banhado em melancolia, O Corvo (1994) emerge como uma obra singular no universo cinematográfico. Dirigido por Alex Pro...
-
Matador de Aluguel (1989), dirigido por Rowdy Herrington , é um filme de ação dos anos 80 . Uma explosão de adrenalina, pancadaria e tensão...
-
Pier Paolo Pasolini , um mestre da provocação e da subversão, apresenta em Teorema (1968) uma obra que desafia não apenas a moralidade burg...
-
Em seu quarto longa-metragem, Damien Chazelle , conhecido por suas incursões musicais de sucesso, surpreende ao abandonar o território da me...
-
Ruben Östlund , o provocador diretor sueco, nos guia por um cruzeiro inusitado em Triângulo da Tristeza (2022), uma obra cinematográfica qu...