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Filme de Irmã Dulce já encanta
Filme de Irmã Dulce já encanta
Iniciadas no dia 15 de abril, as gravações do filme sobre Irmã Dulce nem terminaram ainda, mas o clima já é de vitória. Não pelo sucesso do filme, que como disse a atriz Bianca Comparato, é uma incógnita, mas pelo espírito da freira, anjo bom da Bahia, que contagiou a todos de uma maneira única.
A atriz Regina Braga que faz a personagem na segunda fase se diz agradecida pela oportunidade. "Ela mudou muita coisa dentro de mim, nem eu sei avaliar o quanto. E fiquei muito agradecida de ter sido escolhida para o papel. Com tantas atrizes boas no Brasil, eu ter sido convidada, foi muito bom. Então, eu estou dando tudo de mim para fazer um trabalho realmente importante".
Ainda segundo a atriz, o filme tem muita importância em tempos de tanta violência e notícias ruins. "O amor dela não se limitava. As pessoas boas, que não se sente fortalecida na própria bondade, porque não temos muitos exemplos de pessoas que venceram pela bondade. Então, fica difícil. Esse exemplo da irmã Dulce é muito transformador", afirma Regina. Bianca Comparato, que viverá a freira jovem, concorda afirmando que "O mundo precisa de mais pessoas como ela".
E o diretor Vicente Amorim vai além, reforçando que o que irmã Dulce fazia já naquela época era o que o Papa Francisco está pendido hoje, levar a Igreja para a rua. Mas, ele alerta que o seu filme não é sobre a Igreja Católica, o diretor rejeita o rótulo de filme religioso para Dulce.
- É engraçado esse negócio de filme religioso. Se você faz um filme sobre um lutador, você não está fazendo um filme de violência. Você está fazendo um filme de um personagem. Se você está fazendo um filme sobre uma religiosa, você não está fazendo um filme sobre religião. A religião é um dos aspectos dessa personagem. Um aspecto fundamental, importantíssimo, mas não é a religião, como funciona a estrutura eclesiástica da Igreja Católica, que certamente daria um filme. Mas, não é esse o filme que a gente está fazendo. A gente está fazendo um filme sobre irmã Dulce. Sobre amor ao próximo. Sobre a ordem, o caos e o que surge desse encontro. A força criativa da irmã Dulce, que conseguia virar uma situação completamente adversa. A fé era esse motor da criatividade dela (Vicente Amorim).
A atriz Bianca Comparato concorda que a fé era o retrato de irmã Dulce, muito acima de religiões. "Ela era uma santa como São Francisco foi, uma santa descalça", diz. Mas, percebe-se o seu encantamento com a figura da freira, tanto que encontramos em seu pescoço uma medalhinha dela. Ao ser perguntada se tornou-se devota, ela se diz confusa ainda. "Minha família é católica, sou batizada, tenho estudado muito a Bíblia, mas não sei, vamos ver".
A escolha das atrizes não foi difícil para Vicente Amorim. Ele disse que já queria trabalhar com a Bianca há algum tempo e quando a produtora Iafa Britz sugeriu o nome, não pensou duas vezes. Já a Regina, ele selecionou pelo talento, já que a considera uma das duas melhores atrizes de sua geração, pela semelhança física e por uma característica que vai além de talento, que ele encontrou também em Bianca. "Tem uma coisa que é fundamental para o papel que é a entrega. Não dava para chamar para esse papel, por melhor que fosse, uma atriz que tivesse frescura, que fosse uma diva insuportável, que só funcionasse quando estivesse na frente das câmeras. Vou ousar dizer até que o espírito de irmã Dulce não iria permitir. Não ia conseguir passar a entrega e o amor, fundamental ao personagem. Porque viver alguém que tem tanto amor não é algo que consiga fazer apenas na técnica, tem que ser da pessoa. E as duas atrizes tem isso".
E para afinar duas atrizes em um mesmo personagem, foi preciso muito entrosamento. "Eu e a Bianca não nos conhecíamos, mas nós nos afinamos muito, houve um entendimento do trabalho muito poderoso, nós duas nos sentíamos imbuídas da força dessa personagem", afirma Regina. No que é endossa por Bianca, que considera essa 'passada do bastão' essencial para o filme "para que o público veja como uma personagem única. É um trabalho em conjunto, com unidade. Eu me sinto fazendo o filme inteiro e a Regina também. A gente está junto na preparação, nos gestos. Trabalhamos o roteiro juntas. A Regina é uma atriz que admiro muito, uma ótima diretora também, que me ajudou muito", completa.
Diretor de outros sucessos como O Caminho das Nuvens e Corações Sujos, Vicente Amorim diz que este filme traz uma grande responsabilidade. "Todos os meus filmes até hoje foram baseadas em histórias verdadeiras. Mas, não eram personagens que tinham a devoção que tem em irmã Dulce. É diferente. Uma coisa é retratar um personagem que as pessoas tem admiração, ou um personagem absolutamente controverso. Agora um personagem pela qual as pessoas tem devoção é complicado", explica.
Mas, ainda que tenha devotos, ele lembra que não está fazendo o filme apenas para eles, e sim, um filme para todos, onde a história e a essência da personagem é que é o mais importante. "Terão altos e baixos, não pode sofrimento, não é só vitória", afirma. E Amorim reforça ainda que ao fazer o filme não está pensando em agradar ao público e sim em produzir um bom filme. "Qualquer filme que você faz, tem que fazer respeitando o público. Não dá para fazer um filme como quem faz um poema, uma obra só para si. Mas, não dá para ter isso como pensamento a cada etapa. Na hora são outras preocupações como o plano, o figurino, a atuação. Não pode trair a essência do filme, pensando em atingir pessoas. Tem que ser verdadeiro, senão não agrada ninguém".
As filmagens vão até o dia 26 de maio, dia em que irmã Dulce completaria 100 anos, não poderia ter data mais simbólica. E a previsão de estreia é para ainda esse ano. Agora é só aguardar.
A atriz Regina Braga que faz a personagem na segunda fase se diz agradecida pela oportunidade. "Ela mudou muita coisa dentro de mim, nem eu sei avaliar o quanto. E fiquei muito agradecida de ter sido escolhida para o papel. Com tantas atrizes boas no Brasil, eu ter sido convidada, foi muito bom. Então, eu estou dando tudo de mim para fazer um trabalho realmente importante".
Ainda segundo a atriz, o filme tem muita importância em tempos de tanta violência e notícias ruins. "O amor dela não se limitava. As pessoas boas, que não se sente fortalecida na própria bondade, porque não temos muitos exemplos de pessoas que venceram pela bondade. Então, fica difícil. Esse exemplo da irmã Dulce é muito transformador", afirma Regina. Bianca Comparato, que viverá a freira jovem, concorda afirmando que "O mundo precisa de mais pessoas como ela".
E o diretor Vicente Amorim vai além, reforçando que o que irmã Dulce fazia já naquela época era o que o Papa Francisco está pendido hoje, levar a Igreja para a rua. Mas, ele alerta que o seu filme não é sobre a Igreja Católica, o diretor rejeita o rótulo de filme religioso para Dulce.
- É engraçado esse negócio de filme religioso. Se você faz um filme sobre um lutador, você não está fazendo um filme de violência. Você está fazendo um filme de um personagem. Se você está fazendo um filme sobre uma religiosa, você não está fazendo um filme sobre religião. A religião é um dos aspectos dessa personagem. Um aspecto fundamental, importantíssimo, mas não é a religião, como funciona a estrutura eclesiástica da Igreja Católica, que certamente daria um filme. Mas, não é esse o filme que a gente está fazendo. A gente está fazendo um filme sobre irmã Dulce. Sobre amor ao próximo. Sobre a ordem, o caos e o que surge desse encontro. A força criativa da irmã Dulce, que conseguia virar uma situação completamente adversa. A fé era esse motor da criatividade dela (Vicente Amorim).
A atriz Bianca Comparato concorda que a fé era o retrato de irmã Dulce, muito acima de religiões. "Ela era uma santa como São Francisco foi, uma santa descalça", diz. Mas, percebe-se o seu encantamento com a figura da freira, tanto que encontramos em seu pescoço uma medalhinha dela. Ao ser perguntada se tornou-se devota, ela se diz confusa ainda. "Minha família é católica, sou batizada, tenho estudado muito a Bíblia, mas não sei, vamos ver".
A escolha das atrizes não foi difícil para Vicente Amorim. Ele disse que já queria trabalhar com a Bianca há algum tempo e quando a produtora Iafa Britz sugeriu o nome, não pensou duas vezes. Já a Regina, ele selecionou pelo talento, já que a considera uma das duas melhores atrizes de sua geração, pela semelhança física e por uma característica que vai além de talento, que ele encontrou também em Bianca. "Tem uma coisa que é fundamental para o papel que é a entrega. Não dava para chamar para esse papel, por melhor que fosse, uma atriz que tivesse frescura, que fosse uma diva insuportável, que só funcionasse quando estivesse na frente das câmeras. Vou ousar dizer até que o espírito de irmã Dulce não iria permitir. Não ia conseguir passar a entrega e o amor, fundamental ao personagem. Porque viver alguém que tem tanto amor não é algo que consiga fazer apenas na técnica, tem que ser da pessoa. E as duas atrizes tem isso".
E para afinar duas atrizes em um mesmo personagem, foi preciso muito entrosamento. "Eu e a Bianca não nos conhecíamos, mas nós nos afinamos muito, houve um entendimento do trabalho muito poderoso, nós duas nos sentíamos imbuídas da força dessa personagem", afirma Regina. No que é endossa por Bianca, que considera essa 'passada do bastão' essencial para o filme "para que o público veja como uma personagem única. É um trabalho em conjunto, com unidade. Eu me sinto fazendo o filme inteiro e a Regina também. A gente está junto na preparação, nos gestos. Trabalhamos o roteiro juntas. A Regina é uma atriz que admiro muito, uma ótima diretora também, que me ajudou muito", completa.
Diretor de outros sucessos como O Caminho das Nuvens e Corações Sujos, Vicente Amorim diz que este filme traz uma grande responsabilidade. "Todos os meus filmes até hoje foram baseadas em histórias verdadeiras. Mas, não eram personagens que tinham a devoção que tem em irmã Dulce. É diferente. Uma coisa é retratar um personagem que as pessoas tem admiração, ou um personagem absolutamente controverso. Agora um personagem pela qual as pessoas tem devoção é complicado", explica.
Mas, ainda que tenha devotos, ele lembra que não está fazendo o filme apenas para eles, e sim, um filme para todos, onde a história e a essência da personagem é que é o mais importante. "Terão altos e baixos, não pode sofrimento, não é só vitória", afirma. E Amorim reforça ainda que ao fazer o filme não está pensando em agradar ao público e sim em produzir um bom filme. "Qualquer filme que você faz, tem que fazer respeitando o público. Não dá para fazer um filme como quem faz um poema, uma obra só para si. Mas, não dá para ter isso como pensamento a cada etapa. Na hora são outras preocupações como o plano, o figurino, a atuação. Não pode trair a essência do filme, pensando em atingir pessoas. Tem que ser verdadeiro, senão não agrada ninguém".
As filmagens vão até o dia 26 de maio, dia em que irmã Dulce completaria 100 anos, não poderia ter data mais simbólica. E a previsão de estreia é para ainda esse ano. Agora é só aguardar.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Filme de Irmã Dulce já encanta
2014-05-09T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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