13º Distrito é mais um da coleção de
filmes descartáveis dos Estados Unidos.
Remake do
filme francês de 2004, daí o título em português, tem dois elementos do original, o roteiro de
Luc Besson e a presença do ator
David Belle. Mas, mesmo assim, ou até por isso, tudo parece meio sem alma ainda que com boas cenas de
ação.
A cidade de
Detroit possui um bairro extremamente violento, tão violento que a prefeitura praticamente abandonou o local e ainda a isolou do resto da cidade com muros.
Brick Mansions é, então, uma área deixada à própria sorte e comandada pelo traficante Tremaine Alexander. Um morador local, Lino (
David Belle) e um policial correto, Damien Collier (
Paul Walker) vão ter que enfrentá-lo para recuperar e desativar uma
bomba que pode destruir toda a região.

Mesmo sendo o roteiro feito pelo mesmo
Luc Besson, a adaptação da realidade não parece tão bem estruturada quanto no
filme francês. Lá, a França tinha sido dividida em distritos, e o décimo terceiro era o mais distante e por isso, abandonado pela situação. Daí o título daquele
filme (
Banlieue 13), que o Brasil resolveu manter no atual, apesar de não haver distritos, muito menos um décimo terceiro.
Brick Mansions fica no centro de Detroit, não deixa de ser estranho ver aquele muro e aquele portão, como se realmente estivéssemos mudando de país ou região, como uma Faixa de Gaza, se só ele é assim.

No início do
filme, tem uma cena que também entrega muito da virada no roteiro, coisa que o original deixa mais escondido. De qualquer maneira, a estrutura é muito parecida. Inclusive o fato de que tudo é construído para uma exibição pública da habilidade de
David Belle com o
Le Parkour. É impressionante, ainda que dez anos mais velho e com outra direção, as manobras e saltos que ele consegue fazer no ambiente urbano construído. A cena inicial em que ele foge do seu apartamento continua de tirar o fôlego e todas as cenas de luta são bem orquestradas.
Para os que não viram o
filme original, nem sua continuação de 2009, soa como algo novo. Afinal, as cenas de perseguição e lutas em
filmes de
ação tendem a ser todas parecidas. Com tecnologias e pouca criatividade de diretores, não temos momentos de verdadeira surpresa. Até a coreografia parece igual. E o fato de se utilizar a técnica do
Le Parkour nela, acaba sendo um plus a favor da trama. Uma pena é que em relação ao
filme francês, este não tenha nada de realmente novo.

Outro ponto que acaba contando para o
filme é o fato de ser um dos últimos trabalhos de
Paul Walker, com direito a dedicatória ao final da projeção. Um ator carismático, que aqui acaba de certa forma repetindo o papel que o consagrou na Saga
Velozes e Furiosos. O
policial certinho infiltrado no meio de
bandidos para conseguir desmascarar esquemas. Tem bons momentos, outros nem tanto como na operação na lavanderia.
No final das contas,
13º Distrito pode divertir as plateias que não viram o original e gostam do gênero. Pois, como disse, não deixa de ter seus encantos. Mas, ao ser comparado ao original que foi feito hã tão pouco tempo, se torna mesmo desnecessário. Uma quase cópia, com pequenas mudanças que não melhoram a trama. Cumpre a sua função de apresentar aos americanos, e consequentemente ao resto do mundo, uma histórica bacana, mas que já não era excepcional e que, ainda assim, merece uma visita.
13° Distrito (Brick Mansions, 2014 / EUA)
Direção: Camille Delamarre
Roteiro: Luc Besson
Com: Paul Walker, David Belle, RZA
Duração: 90 min.