3 Dias Para Matar
É difícil acompanhar o objetivo de 3 Dias Para Matar. O filme constrói uma linha narrativa esquizofrênica que já funcionou em muitos projetos de Luc Besson, mas aqui soam excessivas e muitas vezes, de mal gosto. Uma pena, pois ver Kevin Costner em cena demonstra que ele ainda tem muito a nos oferecer, se tiver um bom projeto.
Costner interpreta Ethan Renner, um agente da CIA que descobre estar com os dias contatos. Seus planos, então, são mudar para Paris e resgatar a relação com sua filha adolescente (Hailee Steinfeld) que teve que abandonar por causa do trabalho. E quem sabe, se reconciliar também com a ex-esposa (Connie Nielsen). Mas, uma vez lá, uma mulher misteriosa, vivida por Amber Heard lhe oferece uma droga experimental que pode salvar sua vida, em troca de uma última missão, matar um homem conhecido como O Lobo, vivido por Richard Sammel.
A mistura de objetivos de Ethan é a mistura de tons do filme. É ação, é suspense, é comédia, é drama família, é romance. Tudo isso misturado de uma maneira um pouco indigesta por não saber dosar os limites. Fora que tem coisas meio absurdas, como a família de indigentes que invadiu a casa de Ethan e vão convivendo com ele a cada dia. Principalmente o garotinho que se torna seu "segurança", toda vez que ele leva alguém para interrogar no banheiro.
As cenas de ação não são ruins, mas McG não nos oferece nada a mais do que já tenha sido visto ou oferecido, inclusive por eles em seus diversos trabalhos, que aliás não tem grandes destaques a exceção de O Exterminador do Futuro - A Salvação, talvez. E a mistura da ação com comédia, como o celular tocando no meio de uma missão, fica interessante a primeira vez, mas logo se torna repetitiva, assim como é repetitivo também um outro problema que o agente tem sempre que enfrenta o vilão cara a cara no duelo decisivo.
O drama familiar também é mal desenvolvido. A personagem de Connie Nielsen é muito inconstante, não sabemos exatamente a que Christine veio, seus sentimentos pelo ex-marido e até mesmo sua relação com a filha que parece por vezes tão protetora e outras quase irresponsável. Da mesma maneira que a menina Zooey é uma mistura estranha de boa moça, rebelde e desajustada. A forma como ela parece estar tranquila com a mãe contrasta com a briga na escola e mais ainda com a fugida dela para uma certa boate. Faria mais sentido se ela mentisse para encontrar o namoradinho, por exemplo.
Por fim, temos a figura da Vivi. Amber Heard faz uma femme fatale exagerada. A espécie de boate em que ela sempre se encontra, a forma como parece sempre extremamente eficiente, e a necessidade de ajudar e contratar Ethan não nos convence tão bem. Suas aparições são sempre exóticas, buscando reforçar essa aura de mistério de maneira gratuita.
De qualquer maneira, Kevin Costner se esforça para fazer seu papel e é convincente nele. É um pai preocupado que consegue gerar uma empatia em nós. É um homem ainda bonito capaz de entrar no jogo de sedução de Vivi e ao mesmo tempo ter seus momentos românticos com Christine. E é ágil nas cenas de ação, correndo, atirando ou sentido dores. Mas, não é suficiente para salvar o filme.
3 Dias Para Matar acaba sendo um filme inconstante e mal administrado. Diverte em poucos momentos e tem uma ou outra cena interessante, mas no geral, é muito menos do que seu protagonista ou seu roteirista e produtor podem oferecer. Quanto ao diretor, só confirma sua filmografia mediana.
3 Dias Para Matar (3 Days to Kill, 2014 / EUA)
Direção: McG
Roteiro: Adi Hasak, Luc Besson
Com: Kevin Costner, Hailee Steinfeld, Connie Nielsen, Amber Heard
Duração: 117 min.
Costner interpreta Ethan Renner, um agente da CIA que descobre estar com os dias contatos. Seus planos, então, são mudar para Paris e resgatar a relação com sua filha adolescente (Hailee Steinfeld) que teve que abandonar por causa do trabalho. E quem sabe, se reconciliar também com a ex-esposa (Connie Nielsen). Mas, uma vez lá, uma mulher misteriosa, vivida por Amber Heard lhe oferece uma droga experimental que pode salvar sua vida, em troca de uma última missão, matar um homem conhecido como O Lobo, vivido por Richard Sammel.
A mistura de objetivos de Ethan é a mistura de tons do filme. É ação, é suspense, é comédia, é drama família, é romance. Tudo isso misturado de uma maneira um pouco indigesta por não saber dosar os limites. Fora que tem coisas meio absurdas, como a família de indigentes que invadiu a casa de Ethan e vão convivendo com ele a cada dia. Principalmente o garotinho que se torna seu "segurança", toda vez que ele leva alguém para interrogar no banheiro.
As cenas de ação não são ruins, mas McG não nos oferece nada a mais do que já tenha sido visto ou oferecido, inclusive por eles em seus diversos trabalhos, que aliás não tem grandes destaques a exceção de O Exterminador do Futuro - A Salvação, talvez. E a mistura da ação com comédia, como o celular tocando no meio de uma missão, fica interessante a primeira vez, mas logo se torna repetitiva, assim como é repetitivo também um outro problema que o agente tem sempre que enfrenta o vilão cara a cara no duelo decisivo.
O drama familiar também é mal desenvolvido. A personagem de Connie Nielsen é muito inconstante, não sabemos exatamente a que Christine veio, seus sentimentos pelo ex-marido e até mesmo sua relação com a filha que parece por vezes tão protetora e outras quase irresponsável. Da mesma maneira que a menina Zooey é uma mistura estranha de boa moça, rebelde e desajustada. A forma como ela parece estar tranquila com a mãe contrasta com a briga na escola e mais ainda com a fugida dela para uma certa boate. Faria mais sentido se ela mentisse para encontrar o namoradinho, por exemplo.
Por fim, temos a figura da Vivi. Amber Heard faz uma femme fatale exagerada. A espécie de boate em que ela sempre se encontra, a forma como parece sempre extremamente eficiente, e a necessidade de ajudar e contratar Ethan não nos convence tão bem. Suas aparições são sempre exóticas, buscando reforçar essa aura de mistério de maneira gratuita.
De qualquer maneira, Kevin Costner se esforça para fazer seu papel e é convincente nele. É um pai preocupado que consegue gerar uma empatia em nós. É um homem ainda bonito capaz de entrar no jogo de sedução de Vivi e ao mesmo tempo ter seus momentos românticos com Christine. E é ágil nas cenas de ação, correndo, atirando ou sentido dores. Mas, não é suficiente para salvar o filme.
3 Dias Para Matar acaba sendo um filme inconstante e mal administrado. Diverte em poucos momentos e tem uma ou outra cena interessante, mas no geral, é muito menos do que seu protagonista ou seu roteirista e produtor podem oferecer. Quanto ao diretor, só confirma sua filmografia mediana.
3 Dias Para Matar (3 Days to Kill, 2014 / EUA)
Direção: McG
Roteiro: Adi Hasak, Luc Besson
Com: Kevin Costner, Hailee Steinfeld, Connie Nielsen, Amber Heard
Duração: 117 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
3 Dias Para Matar
2014-09-14T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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