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Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário
Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário
Após diversas sagas em mangás e animes, Os Cavaleiros do Zodíaco têm uma adaptação específica para o cinema com uma modelagem em 3D e a missão de resumir os acontecimentos da Saga do Santuário em uma hora e meia.
A história já é conhecida, a encarnação de Atena corre perigo, e cabe aos Cavaleiros de Bronze que foram treinados desde pequenos para protegê-la, atravessar as doze casas do Santuário e enfrentar o grande mestre. Alguns Cavaleiros de Ouro entenderão a missão e acabarão ajudando os jovens Seiya, Shiryu, Hyoga e Shun, outros poderão ser seus inimigos mortais.
Resumir mais de setenta episódios em uma hora e meia é mesmo uma tarefa árdua, e os roteiristas Chihiro Suzuki e Tomohiro Suzuki não conseguem se sair tão bem quanto poderiam. Muita coisa fica confusa, o início precisa ser muito didático e com diversas elipses que não nos deixam entrar completamente no clima da trama. A própria forma como Saori é atingida e suas consequências não são tão bem construídas.
A passagem pelas doze casas é feita de maneira apressada também, focando em lutas específicas, mas que acabam perdendo muito da preparação dos Cavaleiros para conseguir atingir o máximo de seus cosmos. O passado deles, que retorna no anime sempre em flashbacks que ajudam a construir melhor suas trajetórias, é retirado, ficando difícil entender boa parte da essência de cada um deles.
Ou seja, para uma pessoa que nunca viu a Saga e está conhecendo os Cavaleiros agora, fica algo confuso e genérico, perde-se muito da riqueza da mitologia da série e da construção dos personagens, deixando tudo muito mais raso. Apressado até, sem muita emoção, fora que algumas mudanças que foram feitas tornam tudo muito frágil, principalmente na parte final.
Outro ponto que chama a atenção em relação aos animes é no tom mais clean visando a classificação indicativa livre. Enquanto os desenhos chegaram a criar polêmicas na época pelo excesso de violência explícita, o filme não nos mostra sangue. As lutas continuam, eles caem e apanham bastante, principalmente Seya, mas apesar de arranhões e rachaduras nas armaduras, o sangue não é visto, não escorre, não jorra, não enche a tela, deixando tudo mais limpo e com uma sensação de quase não violência.
De qualquer maneira, para os fãs da Saga não deixa de ser interessante acompanhar a adaptação e ver essa nova roupagem dos personagens já tão conhecidos. Seya continua sendo um bobo por fora e um valente por dentro. Unindo o grupo em prol do bem maior. Shiryu continua zen, buscando a honra e o equilíbrio, e Hyoga continua forte, corajoso e introspectivo. Até Shun continua o frágil em busca de seu lugar, agora gritando menos por seu irmão mais velho Ikki, que é aqui um figurante de luxo. Ah, e a dublagem traz o efeito nostálgico dos tempos em que o anime passava na extinta Rede Manchete.
Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário não precisava existir. Não acrescenta ao que já conhecemos, nem apresenta tão bem às novas gerações toda a sua mitologia. Em um tom mais infantil, pode ser uma porta para esse universo rico em sagas que trazem um tom repetitivo, mas que não deixam de nos envolver. Uma forma de vê-los também nos cinemas, em uma versão mais trabalhada esteticamente. Mas, poderia ser melhor. Sempre poderia ser melhor.
Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário (Seinto Seiya: Legend of Sanctuary, 2014 / Japão)
Direção: Kei'ichi Sato
Roteiro: Chihiro Suzuki, Tomohiro Suzuki
Duração: 93 min.
A história já é conhecida, a encarnação de Atena corre perigo, e cabe aos Cavaleiros de Bronze que foram treinados desde pequenos para protegê-la, atravessar as doze casas do Santuário e enfrentar o grande mestre. Alguns Cavaleiros de Ouro entenderão a missão e acabarão ajudando os jovens Seiya, Shiryu, Hyoga e Shun, outros poderão ser seus inimigos mortais.
Resumir mais de setenta episódios em uma hora e meia é mesmo uma tarefa árdua, e os roteiristas Chihiro Suzuki e Tomohiro Suzuki não conseguem se sair tão bem quanto poderiam. Muita coisa fica confusa, o início precisa ser muito didático e com diversas elipses que não nos deixam entrar completamente no clima da trama. A própria forma como Saori é atingida e suas consequências não são tão bem construídas.
A passagem pelas doze casas é feita de maneira apressada também, focando em lutas específicas, mas que acabam perdendo muito da preparação dos Cavaleiros para conseguir atingir o máximo de seus cosmos. O passado deles, que retorna no anime sempre em flashbacks que ajudam a construir melhor suas trajetórias, é retirado, ficando difícil entender boa parte da essência de cada um deles.
Ou seja, para uma pessoa que nunca viu a Saga e está conhecendo os Cavaleiros agora, fica algo confuso e genérico, perde-se muito da riqueza da mitologia da série e da construção dos personagens, deixando tudo muito mais raso. Apressado até, sem muita emoção, fora que algumas mudanças que foram feitas tornam tudo muito frágil, principalmente na parte final.
Outro ponto que chama a atenção em relação aos animes é no tom mais clean visando a classificação indicativa livre. Enquanto os desenhos chegaram a criar polêmicas na época pelo excesso de violência explícita, o filme não nos mostra sangue. As lutas continuam, eles caem e apanham bastante, principalmente Seya, mas apesar de arranhões e rachaduras nas armaduras, o sangue não é visto, não escorre, não jorra, não enche a tela, deixando tudo mais limpo e com uma sensação de quase não violência.
De qualquer maneira, para os fãs da Saga não deixa de ser interessante acompanhar a adaptação e ver essa nova roupagem dos personagens já tão conhecidos. Seya continua sendo um bobo por fora e um valente por dentro. Unindo o grupo em prol do bem maior. Shiryu continua zen, buscando a honra e o equilíbrio, e Hyoga continua forte, corajoso e introspectivo. Até Shun continua o frágil em busca de seu lugar, agora gritando menos por seu irmão mais velho Ikki, que é aqui um figurante de luxo. Ah, e a dublagem traz o efeito nostálgico dos tempos em que o anime passava na extinta Rede Manchete.
Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário não precisava existir. Não acrescenta ao que já conhecemos, nem apresenta tão bem às novas gerações toda a sua mitologia. Em um tom mais infantil, pode ser uma porta para esse universo rico em sagas que trazem um tom repetitivo, mas que não deixam de nos envolver. Uma forma de vê-los também nos cinemas, em uma versão mais trabalhada esteticamente. Mas, poderia ser melhor. Sempre poderia ser melhor.
Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário (Seinto Seiya: Legend of Sanctuary, 2014 / Japão)
Direção: Kei'ichi Sato
Roteiro: Chihiro Suzuki, Tomohiro Suzuki
Duração: 93 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Os Cavaleiros do Zodíaco: A Lenda do Santuário
2014-09-10T08:30:00-03:00
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