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As Aventuras de Paddington
As Aventuras de Paddington
Um urso peruano, após perder o tio e a casa em um terremoto, é enviado por sua tia para Londres. Em busca de um novo lar, ele procura por um antigo explorador que os visitou na floresta e os ensinou a falar, entre outros costumes humanos. Nesta jornada, ele conhece a família Brown, que o ajuda e protege das confusões que ele mesmo arruma. Mas, o que eles não sabem é que uma vilã está de olho no ursinho.
Baseado na série literária de Michael Bond, As Aventuras de Paddington é isso. Um filme bastante infantil com um enredo onde precisamos suspender o senso de realidade e embarcar na proposta. Fazendo isso, é uma aventura divertida, até porque o 3D do urso é extremamente realista, nos dando a sensação exata da interação dele com o cenário e com os demais personagens. Pena que sua voz interpretada por Ben Whishaw, não poderá ser ouvida por aqui, já que o filme só irá estrear dublado com a voz de Danilo Gentili.
Aliás, As Aventuras de Paddington é um bom exemplo onde a dublagem pode atrapalhar a análise. Não pelo humorista interpretando o urso. É uma animação e se encaixa bem, mas pela voz dos atores humanos que fica ainda mais caricata, dando a sensação de algo ainda mais exagerado. Principalmente quando está em cena a atriz Nicole Kidman que interpreta uma vilã bastante estereotipada. Fica difícil de analisar sua interpretação real sem a voz, parte tão importante da composição da personagem. Com o que é apresentado em tela, parece que ela desceu alguns degraus em sua carreira.
Outro problema da dublagem é a tentativa de regionalização. Paddington ganha um sotaque de paulista do interior, que não sei se no original era algo para simbolizar um caipira chegando a Londres. Se for, fica engraçadinho, mas não faz sentido já que quem ensinou os ursos a falarem foi o explorador londrino. Inserções de bordões e referências do universo brasileiro também soam estranhos como "tá parecendo a zaga do Flamengo", ou "Eu gostiu" (só faltou o "muitio").
De qualquer maneira, o filme consegue divertir. Há muitos detalhes que enriquecem a trama e as piadas, como ele estar sentado na sessão de "Achados e Perdidos" na estação de trem. Ou a "árvore" na parede da casa dos Brown que muda de acordo com a situação favorável ou desfavorável do urso. Assim como o sótão em que ele é abrigado, sentado em sua janela observando a "selva" londrina, como em uma árvore de seu antigo lar.
Apesar de extremamente infantil, apelando para muitas gags de humor, o filme traz também um tema bastante em voga: a preservação da natureza e das espécies. A trama que envolve o explorador que deveria caçar os ursos, mas se torna amigo deles e da vilã que é taxidermista em busca de mais um item para sua coleção não deixa de ser interessante. Principalmente em um universo onde a caça e a exibição de seus troféus é tão comum como no Reino Unido. Realidade essa que nós, brasileiros, somos um pouco distantes.
Mas, o que chama a atenção mesmo, é a parte tecnológica. A capacidade de colocar o urso em cenários reais, criando situações de humor e aventura com diversas referências. Ainda que nada pareça original, como a utilização de Missão Impossível que já foi parar até em Shrek, mas que ganha um novo fôlego aqui por causa do "elefante". Ou a já manjada cena do banheiro inundado que se torna divertida por ser um urso em "seu bote".
De qualquer forma, As Aventuras de Paddington é um filme infantil, voltado para os pequenos. Mas, que não chega a irritar os adultos que os acompanharem.
As Aventuras de Paddington (Paddington, 2014 / Reino Unido)
Direção: Paul King
Roteiro: Paul King e Hamish McColl
Com: Hugh Bonneville, Sally Hawkins, Julie Walters, Peter Capaldi, Nicole Kidman
Duração: 95 min.
Baseado na série literária de Michael Bond, As Aventuras de Paddington é isso. Um filme bastante infantil com um enredo onde precisamos suspender o senso de realidade e embarcar na proposta. Fazendo isso, é uma aventura divertida, até porque o 3D do urso é extremamente realista, nos dando a sensação exata da interação dele com o cenário e com os demais personagens. Pena que sua voz interpretada por Ben Whishaw, não poderá ser ouvida por aqui, já que o filme só irá estrear dublado com a voz de Danilo Gentili.
Aliás, As Aventuras de Paddington é um bom exemplo onde a dublagem pode atrapalhar a análise. Não pelo humorista interpretando o urso. É uma animação e se encaixa bem, mas pela voz dos atores humanos que fica ainda mais caricata, dando a sensação de algo ainda mais exagerado. Principalmente quando está em cena a atriz Nicole Kidman que interpreta uma vilã bastante estereotipada. Fica difícil de analisar sua interpretação real sem a voz, parte tão importante da composição da personagem. Com o que é apresentado em tela, parece que ela desceu alguns degraus em sua carreira.
Outro problema da dublagem é a tentativa de regionalização. Paddington ganha um sotaque de paulista do interior, que não sei se no original era algo para simbolizar um caipira chegando a Londres. Se for, fica engraçadinho, mas não faz sentido já que quem ensinou os ursos a falarem foi o explorador londrino. Inserções de bordões e referências do universo brasileiro também soam estranhos como "tá parecendo a zaga do Flamengo", ou "Eu gostiu" (só faltou o "muitio").
De qualquer maneira, o filme consegue divertir. Há muitos detalhes que enriquecem a trama e as piadas, como ele estar sentado na sessão de "Achados e Perdidos" na estação de trem. Ou a "árvore" na parede da casa dos Brown que muda de acordo com a situação favorável ou desfavorável do urso. Assim como o sótão em que ele é abrigado, sentado em sua janela observando a "selva" londrina, como em uma árvore de seu antigo lar.
Apesar de extremamente infantil, apelando para muitas gags de humor, o filme traz também um tema bastante em voga: a preservação da natureza e das espécies. A trama que envolve o explorador que deveria caçar os ursos, mas se torna amigo deles e da vilã que é taxidermista em busca de mais um item para sua coleção não deixa de ser interessante. Principalmente em um universo onde a caça e a exibição de seus troféus é tão comum como no Reino Unido. Realidade essa que nós, brasileiros, somos um pouco distantes.
Mas, o que chama a atenção mesmo, é a parte tecnológica. A capacidade de colocar o urso em cenários reais, criando situações de humor e aventura com diversas referências. Ainda que nada pareça original, como a utilização de Missão Impossível que já foi parar até em Shrek, mas que ganha um novo fôlego aqui por causa do "elefante". Ou a já manjada cena do banheiro inundado que se torna divertida por ser um urso em "seu bote".
De qualquer forma, As Aventuras de Paddington é um filme infantil, voltado para os pequenos. Mas, que não chega a irritar os adultos que os acompanharem.
As Aventuras de Paddington (Paddington, 2014 / Reino Unido)
Direção: Paul King
Roteiro: Paul King e Hamish McColl
Com: Hugh Bonneville, Sally Hawkins, Julie Walters, Peter Capaldi, Nicole Kidman
Duração: 95 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
As Aventuras de Paddington
2014-12-06T08:30:00-03:00
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