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Grace de Mônaco
Grace de Mônaco
Demorou, mas chegou ao Brasil o filme sobre Grace Kelly, ou melhor, sobre Grace de Mônaco, a atriz que largou a carreira para ser princesa. E ainda que um pouco melhor que a obra sobre a Princesa Diana, demonstra que Hollywood é melhor criando suas próprias princesas que tentando retratar reais.
Após diversos prêmios, incluindo um Oscar e uma carreira estabelecida, Grace Patrícia Kelly abandonou a carreira para se casar com o príncipe Rainier III do Principado de Mônaco. Era um verdadeiro conto de fadas que o mundo acompanhou com atenção. Mas, tudo pode mudar quando ela recebe a visita de um velho companheiro de estúdios, o diretor Alfred Hitchcock lhe oferecendo o papel principal de seu novo filme.
A obra de Olivier Dahan já começa com um aviso: esta é uma obra de ficção baseada em acontecimentos reais. Temos episódios reais que conduzem a trama: Grace largou a carreira para casar com o príncipe, Hitchcock ofereceu a ela o papel de Marnie, a França entrou em crise com o Principado na década de 60 por causa de impostos.
A mistura de tudo isso, no entanto, nos apresenta um roteiro tendencioso que nos resume a atriz e princesa como uma mulher frágil, submissa, infeliz até descobrir que ser princesa era o mais importante papel de sua carreira. Chega a ser tola a forma como tudo se mistura. A notícia do retorno da princesa a Hollywood causou revolta no principado, claro, mas daí a dizer que isso foi o estopim da quase guerra com a França tem muitos floreios e exageros.
Aliás, exageros é o que o filme mais tem. Seja na composição da figura de Grace Kelly, seja na própria estrutura narrativa abusando do melodrama com muitas cenas de trilhas altas e emotivas com closes em Nicole Kidman.
A atriz, por sinal, está bem no papel, trazendo a graça e beleza da lenda retratada com uma presença em tela contagiante. Mas, a insistência em mostrar seus possíveis momentos de catarse acaba prejudicando porque não passa naturalidade. Uma pena.
De qualquer maneira, o filme tem momentos interessantes e até alguns presságios, como quando vemos a princesa nervosa correndo pela estrada que leva ao castelo ou o momento do baile da Cruz Vermelha, onde vemos todo o seu charme para conquistar as plateias mais diversas.
Grace de Mônaco, no entanto, é apenas um rascunho do que poderia ser. Pega um conto de fadas real e tenta floreá-lo mais do que devia, criando uma trama estranha e difícil de digerir.
Grace de Mônaco (Grace of Monaco, 2014 / EUA / França / Itália / Suíça / Bélgica)
Direção: Olivier Dahan
Roteiro: Arash Amel
Com: Nicole Kidman, Tim Roth, André Penvern, Frank Langella
Duração: 103 min.
Após diversos prêmios, incluindo um Oscar e uma carreira estabelecida, Grace Patrícia Kelly abandonou a carreira para se casar com o príncipe Rainier III do Principado de Mônaco. Era um verdadeiro conto de fadas que o mundo acompanhou com atenção. Mas, tudo pode mudar quando ela recebe a visita de um velho companheiro de estúdios, o diretor Alfred Hitchcock lhe oferecendo o papel principal de seu novo filme.
A obra de Olivier Dahan já começa com um aviso: esta é uma obra de ficção baseada em acontecimentos reais. Temos episódios reais que conduzem a trama: Grace largou a carreira para casar com o príncipe, Hitchcock ofereceu a ela o papel de Marnie, a França entrou em crise com o Principado na década de 60 por causa de impostos.
A mistura de tudo isso, no entanto, nos apresenta um roteiro tendencioso que nos resume a atriz e princesa como uma mulher frágil, submissa, infeliz até descobrir que ser princesa era o mais importante papel de sua carreira. Chega a ser tola a forma como tudo se mistura. A notícia do retorno da princesa a Hollywood causou revolta no principado, claro, mas daí a dizer que isso foi o estopim da quase guerra com a França tem muitos floreios e exageros.
Aliás, exageros é o que o filme mais tem. Seja na composição da figura de Grace Kelly, seja na própria estrutura narrativa abusando do melodrama com muitas cenas de trilhas altas e emotivas com closes em Nicole Kidman.
A atriz, por sinal, está bem no papel, trazendo a graça e beleza da lenda retratada com uma presença em tela contagiante. Mas, a insistência em mostrar seus possíveis momentos de catarse acaba prejudicando porque não passa naturalidade. Uma pena.
De qualquer maneira, o filme tem momentos interessantes e até alguns presságios, como quando vemos a princesa nervosa correndo pela estrada que leva ao castelo ou o momento do baile da Cruz Vermelha, onde vemos todo o seu charme para conquistar as plateias mais diversas.
Grace de Mônaco, no entanto, é apenas um rascunho do que poderia ser. Pega um conto de fadas real e tenta floreá-lo mais do que devia, criando uma trama estranha e difícil de digerir.
Grace de Mônaco (Grace of Monaco, 2014 / EUA / França / Itália / Suíça / Bélgica)
Direção: Olivier Dahan
Roteiro: Arash Amel
Com: Nicole Kidman, Tim Roth, André Penvern, Frank Langella
Duração: 103 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Grace de Mônaco
2015-10-30T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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