
Após diversos prêmios, incluindo um Oscar e uma carreira estabelecida, Grace Patrícia Kelly abandonou a carreira para se casar com o príncipe Rainier III do Principado de Mônaco. Era um verdadeiro conto de fadas que o mundo acompanhou com atenção. Mas, tudo pode mudar quando ela recebe a visita de um velho companheiro de estúdios, o diretor Alfred Hitchcock lhe oferecendo o papel principal de seu novo filme.

A mistura de tudo isso, no entanto, nos apresenta um roteiro tendencioso que nos resume a atriz e princesa como uma mulher frágil, submissa, infeliz até descobrir que ser princesa era o mais importante papel de sua carreira. Chega a ser tola a forma como tudo se mistura. A notícia do retorno da princesa a Hollywood causou revolta no principado, claro, mas daí a dizer que isso foi o estopim da quase guerra com a França tem muitos floreios e exageros.

A atriz, por sinal, está bem no papel, trazendo a graça e beleza da lenda retratada com uma presença em tela contagiante. Mas, a insistência em mostrar seus possíveis momentos de catarse acaba prejudicando porque não passa naturalidade. Uma pena.
De qualquer maneira, o filme tem momentos interessantes e até alguns presságios, como quando vemos a princesa nervosa correndo pela estrada que leva ao castelo ou o momento do baile da Cruz Vermelha, onde vemos todo o seu charme para conquistar as plateias mais diversas.
Grace de Mônaco, no entanto, é apenas um rascunho do que poderia ser. Pega um conto de fadas real e tenta floreá-lo mais do que devia, criando uma trama estranha e difícil de digerir.
Grace de Mônaco (Grace of Monaco, 2014 / EUA / França / Itália / Suíça / Bélgica)
Direção: Olivier Dahan
Roteiro: Arash Amel
Com: Nicole Kidman, Tim Roth, André Penvern, Frank Langella
Duração: 103 min.