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Cidade de Deus - 10 Anos Depois
Cidade de Deus - 10 Anos Depois
Fenômeno mundial, figurando na lista dos melhores filmes da década e tendo concorrido a quatro Oscars, Cidade de Deus é um marco na cinematografia brasileira. O filme de Fernando Meirelles retratou a comunidade do Rio de Janeiro a partir de um formato de luta de gangs e conquistou o mundo. Os atores eram em sua maioria iniciantes, vindos da própria comunidade. A pergunta que o documentário dirigido por Cavi Borges e Luciano Vidigal faz é: o que foi feito deles?
Temos em nosso histórico o caso do ator Fernando Ramos da Silva que fez Pixote e teve um final trágico, até por isso, Walter Salles se preocupou tanto com Vinícius de Oliveira quando fez Central do Brasil, auxiliando em seus estudos e dando suporte ao garoto que hoje é um ator com uma carreira consolidada.
Mas, no caso de Cidade de Deus não tinha um garoto de destaque, mas diversos. E é curioso que alguns que fizeram participações pequenas como Thiago Martins que interpretou o garotinho que mata Zé Pequeno no final, esteja com uma carreira consolidada, enquanto outros como Alexandre Rodrigues que fez Buscapé e o próprio Leandro Firmino que fez Zé Pequeno continuem na comunidade em busca de espaço.
Na verdade, as duas maiores estrelas de Cidade de Deus hoje, se é que podemos dizer assim são Seo Jorge, que além de atuar se consagrou como cantor e compositor. E Alice Braga, que segue uma carreira de sucesso em Hollywood.
Outros atores foram para a Globo, como Roberta Rodrigues e outros que continuam fazendo filmes e peças de teatro, vivendo de arte. Porém, muitos tiveram que acordar após o sonho, retornando a realidade dura da Cidade de Deus. Um foi, inclusive preso, por tentar roubar uma bolsa e outro está desaparecido.
É interessante que o documentário não se furta a discutir sua própria ideia quando um dos garotos questiona o sentido daquilo que considera apenas uma forma de massagear o ego. “Tantas crianças sofrendo aí, porque não fazemos algo por elas?”, ele pergunta, dizendo que aquele documentário só resolve a curiosidade, mas não a situação.
O fato é que o caminho artístico não é mesmo um conto de fadas. E mesmo um filme com tanto sucesso internacional não muda completamente a vida de ninguém, principalmente se ficar apenas nisso. A discussão dos cachês dos garotos, por exemplo, é outro ponto importante da obra. Chama a atenção o “garoto do tiro no pé” que largou a carreia por desconfiar do pai estar pegando seus cachês. Ou … contando que chamaram ele depois e perguntaram se ele preferia porcentagem na bilheteria do filme ou uma verba de dez mil na hora.
Outro ponto positivo do documentário é sempre manter o filme em montagem paralela durante as entrevistas. Não apenas para criar uma ligação direta e identificação mais rápida de quem é quem, já que dez anos depois, muitos cresceram e mudaram. Mas, principalmente, pela composição narrativa que torna o roteiro mais dinâmico e instigante.
Cidade de Deus – Dez anos depois, então, é sim uma forma de matar nossa curiosidade. Mas, é também uma forma desses garotos se expressarem novamente, demonstrando que muitos ainda querem uma segunda chance. E que, cada vez mais, precisamos de programas de incentivo para as comunidades, pois a arte só se confirma como um belo caminho alternativo para essa realidade tão dura. Nos faz refletir e pensar também em nossa responsabilidade em tudo isso.
Cidade de Deus - 10 anos depois (2013 / Brasil)
Direção: Cavi Borges e Luciano Vidigal
Roteiro: André Sampaio, Cavi Borges, Luciano Vidigal
Com: Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino da Hora, Roberta Rodrigues, Jonathan Haagensen, Seu Jorge, Alice Braga, Thiago Martins, Darlan Cunha, Douglas Silva, Rubens Sabino, Felipe Paulino, Renato de Souza, Eduardo BR, Ivanzinho, Bernardo Silva, Michel Gomes, Daniel Zettel, Luis Otávio.
Duração: 75 min.
Temos em nosso histórico o caso do ator Fernando Ramos da Silva que fez Pixote e teve um final trágico, até por isso, Walter Salles se preocupou tanto com Vinícius de Oliveira quando fez Central do Brasil, auxiliando em seus estudos e dando suporte ao garoto que hoje é um ator com uma carreira consolidada.
Mas, no caso de Cidade de Deus não tinha um garoto de destaque, mas diversos. E é curioso que alguns que fizeram participações pequenas como Thiago Martins que interpretou o garotinho que mata Zé Pequeno no final, esteja com uma carreira consolidada, enquanto outros como Alexandre Rodrigues que fez Buscapé e o próprio Leandro Firmino que fez Zé Pequeno continuem na comunidade em busca de espaço.
Na verdade, as duas maiores estrelas de Cidade de Deus hoje, se é que podemos dizer assim são Seo Jorge, que além de atuar se consagrou como cantor e compositor. E Alice Braga, que segue uma carreira de sucesso em Hollywood.
Outros atores foram para a Globo, como Roberta Rodrigues e outros que continuam fazendo filmes e peças de teatro, vivendo de arte. Porém, muitos tiveram que acordar após o sonho, retornando a realidade dura da Cidade de Deus. Um foi, inclusive preso, por tentar roubar uma bolsa e outro está desaparecido.
É interessante que o documentário não se furta a discutir sua própria ideia quando um dos garotos questiona o sentido daquilo que considera apenas uma forma de massagear o ego. “Tantas crianças sofrendo aí, porque não fazemos algo por elas?”, ele pergunta, dizendo que aquele documentário só resolve a curiosidade, mas não a situação.
O fato é que o caminho artístico não é mesmo um conto de fadas. E mesmo um filme com tanto sucesso internacional não muda completamente a vida de ninguém, principalmente se ficar apenas nisso. A discussão dos cachês dos garotos, por exemplo, é outro ponto importante da obra. Chama a atenção o “garoto do tiro no pé” que largou a carreia por desconfiar do pai estar pegando seus cachês. Ou … contando que chamaram ele depois e perguntaram se ele preferia porcentagem na bilheteria do filme ou uma verba de dez mil na hora.
Outro ponto positivo do documentário é sempre manter o filme em montagem paralela durante as entrevistas. Não apenas para criar uma ligação direta e identificação mais rápida de quem é quem, já que dez anos depois, muitos cresceram e mudaram. Mas, principalmente, pela composição narrativa que torna o roteiro mais dinâmico e instigante.
Cidade de Deus – Dez anos depois, então, é sim uma forma de matar nossa curiosidade. Mas, é também uma forma desses garotos se expressarem novamente, demonstrando que muitos ainda querem uma segunda chance. E que, cada vez mais, precisamos de programas de incentivo para as comunidades, pois a arte só se confirma como um belo caminho alternativo para essa realidade tão dura. Nos faz refletir e pensar também em nossa responsabilidade em tudo isso.
Cidade de Deus - 10 anos depois (2013 / Brasil)
Direção: Cavi Borges e Luciano Vidigal
Roteiro: André Sampaio, Cavi Borges, Luciano Vidigal
Com: Alexandre Rodrigues, Leandro Firmino da Hora, Roberta Rodrigues, Jonathan Haagensen, Seu Jorge, Alice Braga, Thiago Martins, Darlan Cunha, Douglas Silva, Rubens Sabino, Felipe Paulino, Renato de Souza, Eduardo BR, Ivanzinho, Bernardo Silva, Michel Gomes, Daniel Zettel, Luis Otávio.
Duração: 75 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Cidade de Deus - 10 Anos Depois
2015-10-31T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
Alexandre Rodrigues|Alice Braga|Cavi Borges|cinema brasileiro|critica|Darlan Cunha|documentario|Douglas Silva|filme brasileiro|Jonathan Haagensen|Leandro Firmino da Hora|Roberta Rodrigues|Seu Jorge|
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