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Dona Flor e Seus Dois Maridos: Coletiva e Exclusiva
Dona Flor e Seus Dois Maridos: Coletiva e Exclusiva
Adaptado da obra de Jorge Amado, Dona Flor e Seus Dois Maridos é um ícone do cinema brasileiro. O filme de Bruno Barreto é considerado ainda hoje um dos maiores sucessos de público e já gerou uma minissérie e uma versão estadunidense. O projeto de Pedro Vasconcelos não deixa de ser ousado, mas não começou no cinema. Sua primeira montagem foi para o teatro, onde ficou em cartaz por cinco anos, como explicou na coletiva de imprensa ocorrida em Salvador no dia 23 de outubro.
Estiveram presentes, além do diretor, os atores Marcelo Faria (Vadinho), Juliana Paes (Flor), Leandro Hassum (Teodoro) e Ana Paula Bouzas (Norminha). Marcelo Faria, sócio de Pedro Vasconcelos explicou como surgiu o projeto e que ele sempre impôs uma única condição: ele seria o Vadinho. Foi ele também que convidou Juliana Paes para ser Flor ainda na peça, quando contracenaram na telenovela Celebridade. Porém, como o projeto demorou, a atriz acabou não indo pro teatro e retorna agora para o filme. Faria falou ainda que conversou com Zé Wilker quando estava no início da produção ainda, o que foi uma alegria, sendo uma pena que ele "foi embora antes" do filme ser realizado.
Juliana Paes falou sobre o clima positivo no set de filmagem. E que não tem problemas em seguir a trilha de Sônia Braga, já que a própria atriz a abençoou quando ela foi fazer Gabriela, lhe enviando flores e desejando boa sorte. "Sônia Braga é uma inspiração para mim, uma musa", ela ressaltou. Sempre bem humorado, Leandro Hassum brincou que foi cotado a princípio para Vadinho e que teve que emagrecer pro projeto para não matar Juliana Paes sufocada. Mas reforçou ter ficado honrado com o convite e que admira muito o diretor Pedro Vasconcelos.
Já Ana Paula Bouzas falou sobre a emoção de participar do projeto. No que Marcelo Faria interrompeu dizendo que ela era a inspiração de todos eles. "Aninha é a Bahia toda aqui". A atriz baiana ressaltou a importância de resgatar sempre Jorge Amado para o grande público e que esse filme será uma ótima oportunidade de para novas gerações. Falou ainda da alegria que foi viver por cinco anos a Norminha no teatro e que esse projeto veio só para coroar. "Um filme de amor e feito com amor", definiu. E ressaltou o talento e amorosidade do diretor que deixou o set sempre gostoso de conviver.
Todos ressaltaram que Dona Flor tem muito do empoderamento feminino em voga. Juliana Paes ressaltou a questão da libertação sexual da mulher, em um mundo machista que a tolhe sempre. E ela terminar com os dois é uma forma de quebrar essas regras e dar à mulher essa permissão de experimentar. "Esse livro foi escrito em 1967, o cara terminava o livro com uma ménage à trois com um espírito, uma mulher e um homem, ou seja, mais revolucionário, transgressor que isso, impossível", destacou Pedro Vasconcelos, ressaltando que Jorge Amado deu poder a essa mulher em uma época em que não era possível isso e que o filme é bem-vindo agora, para lembrar que "desde que você não faça mal a ninguém, pode fazer com sua vida o que você quiser".
Depois da coletiva, pudemos conversar um pouco mais com eles em entrevistas individuais. Pena que Ana Paula Bouzas não pode ficar, mas vejam como foi nossa conversa em duas etapas: com Juliana Paes e Leandro Hassum; e com Marcelo Faria e Pedro Vasconcelos.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Dona Flor e Seus Dois Maridos: Coletiva e Exclusiva
2017-10-30T08:49:00-03:00
Amanda Aouad
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