![Lou - filme Lou - filme](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWwNZ7VD0ClRudWJFv2Vxyf3L9d3xPOWCeqE16qkQTnagCtn-5puTQFpY0IgLhwVZUctXGoj388i3aezIGTE6W5buSSGKEBkMkS8d0fM7_G4GOegu-r6iPsyzAUU2DwnZmmknxge4pZMHW/s1600/lou-filme-01.jpg)
Filósofa, escritora, poetisa, psicanalista, Lou Andreas-Salomé fez de tudo um pouco. Conviveu e chamou a atenção de nomes como Friedrich Nietzsche , Sigmund Freud, Paul Rée e Rainer Maria Rilke, mas é pouco conhecida aqui no Brasil. O filme de Cordula Kablitz-Post é, então, antes de tudo, uma ótima oportunidade de conhecê-la.
O problema é que do trabalho dela em si, pouco existe em Lou. Temos o seu espírito libertário, sua recusa a se adequar ao que era destinado às mulheres no início do século XX, a decisão de não se casar e a forma como encantou todos os homens que a cercaram. A princípio, isso não chega a ser um problema. Porém, pode acabar reduzindo-a aos estereótipos que adoram colocar em mulheres.
![Lou - filme Lou - filme](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz-LClMB5GFE1u_1PTDvdm_o2gXk8lqizzQNREbMyr_GBGPEOmygnFcIbOooitTDx-S9V_7j2qnFOgOp0D2-hTsmkmfaVsosyPRLTFft93CFKd5X5uXBjno5Pyv-JAtUD6wbVY_yotfF_V/s320/lou-filme-02.jpg)
A narrativa não-linear ajuda a ir costurando seu pensamento, já que a própria Lou, interpretada por Nicole Heesters, aos 72, é que nos guia nessa jornada ao resolver contar suas memórias a um escritor que bate em sua porta no início da Alemanha Nazista, quando a psicanálise e muito dos pensamentos que a cercavam estava proibido por Hitler. Katharina Lorenz, que interpreta Lou na fase adulta, parece menos instigante que Heesters, ainda assim, consegue nos manter atentos àquela mulher admirável.
![Lou - filme Lou - filme](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9HH4xsXDaeAq53rZXgEJ3BJZtdqsbBPAHxNKYLySK2-Gb7IK8wvv2-xPanZtQ5eJxHADeDWRn8TnU0Azvm3KGdkdi4buLc9hOpRexFbd3Twgj88vMiqkjYOW41E1XCKWk_gnn_NwXgLO1/s320/lou-filme-poster.jpg)
Por ser guiado pelas memórias, o filme também se vê livre para fazer um apanhado da época, falando sobre as teorias dos pensadores que passam pela vida de Lou e como ela os influenciou ou foi influenciada por eles. Isso acaba reforçando ainda mais a importância em conhecê-la, assim como suas obras.
No final, Lou poderia ousar mais, sair das convenções tal qual a sua retratada, explorando, inclusive o inconsciente. Ainda assim, é um filme correto que cumpre sua principal função de nos instigar a conhecer e admirar Lou Andreas-Salomé para que esta não seja esquecida pela História.
Lou (Lou Andreas-Salomé, 2017 / Alemanha / Áustria)
Direção: Cordula Kablitz-Post
Roteiro: Cordula Kablitz-Post, Susanne Hertel
Com: Nicole Heesters, Katharina Lorenz, Liv Lisa Fries
Duração: 113 min.