
Lara Croft é uma personagem símbolo. Chamada por muitos de Indiana Jones feminina, a arqueóloga britânica já passou por reformulações nos games e, agora, nos cinemas. Após dois filmes estrelados por Angelina Jolie, Alicia Vikander assume o posto e não se pode comparar os dois trabalhos, já que são adaptações de fases diferentes da protagonista dos jogos.

O roteiro não embasa bem sua persona, nos dando uma estrutura superficial de heroína. Alicia Vikander tem pouco material para trabalhar, sendo literalmente jogada na aventura onde tem que correr, pular, lutar e atirar flechas para todos os lados. A investigação e a construção de mistérios que vão sendo desvendados aos poucos se perde, tendo muito pouco a acompanhar. A ponto de algumas reviravoltas não surtirem o efeito que se esperava porque ninguém parece se importar de fato com a trama desenvolvida.

Mas tudo isso acaba esvaziando qualquer tentativa de aprofundar a personagem ou o universo ficcional. Há uma sensação de superficialidade em cada trecho. Sem levar em conta as improváveis situações que, se fossem bem construídas, daria para embarcar perfeitamente. Porém, do jeito que é apresentado, é difícil comprar a ideia ou mesmo abstrair alguns absurdos em prol da narrativa.
Tomb Raider: A Origem acaba sendo um filme genérico de ação. Uma pena, pois a personagem e o universo dos games nos dá material para ir muito além. Não foi dessa vez, mas como o filme deixa margem para continuação, vamos torcer para a franquia encontrar seu caminho.
Tomb Raider: A Origem (Tomb Raider, 2018 / EUA)
Direção: Roar Uthaug
Roteiro: Geneva Robertson-Dworet, Alastair Siddons
Com: Alicia Vikander, Dominic West, Walton Goggins
Duração: 118 min.