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Um Símbolo de Resistência

Foto Mario Miranda Filho - Agência Foto
Foto Mario Miranda Filho - Agência Foto
Embaixo do viaduto do Chá, no Vale do Anhangabaú, em um palco construído ao ar livre, foi assim a cerimônia de premiação da 45ª Mostra de São Paulo. O clima da noite de 03 de novembro traduziu bem o festival desse ano, um ato de resistência de amor ao cinema e de diálogo com o público. 

Em um formato híbrido, a Mostra preencheu a capital paulista e levou um pouco do seu acervo para as plataformas online em todo o país. São tempos de adaptação. A plataforma, inclusive, está com a repescagem com algumas obras à disposição pelo mesmo valor de antes, sendo uma boa opção para os que ainda não conseguiram conferir os títulos. 

O júri oficial escolheu o filme sueco Clara Sola como o melhor da competitiva de novos diretores, dando também o prêmio de melhor atriz para Wendy Chinchilla Araya que interpretou a protagonista, uma mulher que acredita ter uma conexão com Deus e passa por um processo de despertar. O filme levou ainda o prêmio BRADA de direção de arte. 

Mas o filme que saiu como grande vencedor da edição, ovacionado pelo público e sendo exibido após a cerimônia foi mesmo Urubus de Cláudio Borrelli. A obra levou o prêmio do júri popular e do júri da crítica (formado pela imprensa que cobre o festival), causando uma grande comoção entre os presentes. O pichador CRIPTA Djan estava visivelmente emocionado e reforçou a importância de quebrar preconceitos e dar voz à periferia. 

Outro filme premiado foi A Felicidade das Coisas de Thais Fujinagua, escolhido pelo júri da Abraccine - Associação de Críticos de Cinema, que na justificativa explicou que "O filme foi escolhido pela tessitura do cotidiano e do político no retrato de uma família de classe média brasileira que se revela em gestos, afetos, faltas e frustrações, sobretudo a aflição materna em um cenário - e país - à beira do abismo". 

É curioso de perceber que a pandemia acabou não sendo pauta em muitas obras, ainda que algumas tenham trazido o tema e construindo uma linguagem a partir disso como o filme de Caco Ciocler, O Melhor Lugar do Mundo É Agora, que levou o prêmio de melhor documentário pelo júri popular, ou SARS-COV de Eduardo e Lauro Escorel. O que fica dessa Mostra é a sensação de sobrevivência. Sobrevivência da cultura, do cinema, da possibilidade de expressão e da busca de um mundo melhor. Só nos resta continuar.

Premiados:
Prêmio do Júri | Melhor Filme
Clara Sola, de Nathalie Álvarez Mesén (Suécia, Costa Rica, Bélgica)

Prêmio do Júri | Menção Honrosa
Pequena Palestina, Diário de um Cerco, de Abdallah Al-Khatib (Líbano, França, Catar)

Prêmio do Júri | Melhor Atriz
Wendy Chinchilla Araya, por Clara Sola

Prêmio do Júri | Melhor Ator
Yuriy Borisov, por Compartment Nº 6

Prêmio do Público | Melhor Documentário Brasileiro
O Melhor Lugar do Mundo É Agora, de Caco Ciocler (Brasil)

Prêmio do Público | Melhor Filme de Ficção Brasileiro
Urubus, de Cláudio Borrelli (Brasil)

Prêmio do Público | Melhor Documentário Internacional
Summer of Soul (...ou, Quando a Revolução Não Pôde Ser Televisionada), de Ahmir Questlove Thompson (EUA)

 Prêmio do Público | Melhor Filme de Ficção Internacional
Onoda - 10 Mil Noites na Selva, de Arthur Harari (França, Japão, Alemanha, Bélgica, Itália, Camboja)

Prêmio da Crítica | Melhor Filme Internacional
O Compromisso de Hasan, de Semih Kaplanoğlu (Turquia)

Prêmio da Crítica | Melhor Filme Brasileiro
Urubus, de Cláudio Borrelli (Brasil)

Prêmio da ABRACCINE | Melhor Filme Brasileiro de Diretor Estreante
A Felicidade das Coisas, de Thais Fujinaga (Brasil)

Prêmio Brada de Melhor Direção de Arte
Amparo Baeza e Agustin Moreaux pelo filme Clara Sola

Prêmio Incubadora Paradiso
Entre Espelhos, do produtor Ailton Franco e do roteirista João Braga

Prêmio Leon Cakoff
Helena Ignez



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