Crepúsculo
Já estão a venda os ingressos para Lua Nova, novo filme da Saga Crepúsculo. Os fãs de Stephenie Meyer aguardam ansiosamente pela continuação da história de amor entre Edward Cullen e Bella Swan. Eu, que até então, não tinha visto nem lido nada e não gosto da filosofia não vi e não gostei, fui atrás do primeiro filme. E, os fãs que me perdoem, mas tudo que já li de ruim sobre ele é justo.
Amor proibido é um dos argumentos universais. Imortalizado pelo texto de Shakespeare em Romeu&Julieta, já foi contado em verso e prosa, sempre envolvendo multidões. Freud explica. Os argumentos universais fazem parte do nosso inconsciente e, ao reconhecer, tendemos a gostar da história. Não é de se estranhar que o amor entre um vampiro e uma mortal vire febre entre adolescentes. Além disso, o personagem Edward é o clichê do princípe encantado, forte, protetor, apaixonado e com um código de ética. Vampiros bonzinhos e com crise de identidade também não é novidade, vide os dramas de Louis nas obras de Anne Rice. A fórmula de Crepúsculo funciona, o problema é que a construção de tudo isso é simplista.
A começar pelo roteiro. Melissa Anne Rosenberg é essencialmente uma roteirista de televisão, participou de grandes séries como Dexter. Cinema ainda não me convenceu, já que seu outro filme Step Up (Ela dança, eu danço) também não tem nada demais. A construção narrativa é pobre. A narração de Belle é infantil, muitas vezes desnecessária, um diário de adolescente que incomoda. A progressão dramática também não ajuda. O romance dos dois não é bem construído, as informações são jogadas na tela, a sensação é de que é apenas uma ilustração para quem leu o livro.
A atuação do novo galã Robert Pattinson é muito fraca. Se em Harry Potter ele tinha um pequeno papel e se destacou, aqui ele não consegue sustentar o drama do protagonista. Basta comparar a carga de Brad Pitt em Entrevista com o Vampiro, para perceber que o garoto não consegue passar o dilema de um ser que vive de sangue, mas não quer morder um ser humano. Já Kristen Stewart está até bem como a garota sem sal apaixonada pelo cara misterioso, que se revela um vampiro. Porque a falta de emoção parece ser parte da personagem. O problema aí, acho que é a construção da personagem mesmo, seus objetivos, suas convicções não estão bem claras. A direção de Catherine Hardwicke também é um ponto inconstante, tem momentos interessantes, por causa da montagem e efeitos, mas as escolhas de planos e movimentos de câmera, além da fotografia, acabam frustando o que poderiam ser boas cenas de ação e romance. Um momento chave, em uma sala de espelho poderia ser muito melhor aproveitado. Acaba sendo um anti-clímax. Li em algum lugar que Crepúsculo seria uma malhação vampiresca. E pelo que vi, é algo bem parecido com isso mesmo. Seu sucesso arrebatador, provavelmente, é por causa do tal argumento universal e do belo rosto de Edward Cullen. Para alguns é o bastante, para mim é muito pouco.
Amor proibido é um dos argumentos universais. Imortalizado pelo texto de Shakespeare em Romeu&Julieta, já foi contado em verso e prosa, sempre envolvendo multidões. Freud explica. Os argumentos universais fazem parte do nosso inconsciente e, ao reconhecer, tendemos a gostar da história. Não é de se estranhar que o amor entre um vampiro e uma mortal vire febre entre adolescentes. Além disso, o personagem Edward é o clichê do princípe encantado, forte, protetor, apaixonado e com um código de ética. Vampiros bonzinhos e com crise de identidade também não é novidade, vide os dramas de Louis nas obras de Anne Rice. A fórmula de Crepúsculo funciona, o problema é que a construção de tudo isso é simplista.
A começar pelo roteiro. Melissa Anne Rosenberg é essencialmente uma roteirista de televisão, participou de grandes séries como Dexter. Cinema ainda não me convenceu, já que seu outro filme Step Up (Ela dança, eu danço) também não tem nada demais. A construção narrativa é pobre. A narração de Belle é infantil, muitas vezes desnecessária, um diário de adolescente que incomoda. A progressão dramática também não ajuda. O romance dos dois não é bem construído, as informações são jogadas na tela, a sensação é de que é apenas uma ilustração para quem leu o livro.
A atuação do novo galã Robert Pattinson é muito fraca. Se em Harry Potter ele tinha um pequeno papel e se destacou, aqui ele não consegue sustentar o drama do protagonista. Basta comparar a carga de Brad Pitt em Entrevista com o Vampiro, para perceber que o garoto não consegue passar o dilema de um ser que vive de sangue, mas não quer morder um ser humano. Já Kristen Stewart está até bem como a garota sem sal apaixonada pelo cara misterioso, que se revela um vampiro. Porque a falta de emoção parece ser parte da personagem. O problema aí, acho que é a construção da personagem mesmo, seus objetivos, suas convicções não estão bem claras. A direção de Catherine Hardwicke também é um ponto inconstante, tem momentos interessantes, por causa da montagem e efeitos, mas as escolhas de planos e movimentos de câmera, além da fotografia, acabam frustando o que poderiam ser boas cenas de ação e romance. Um momento chave, em uma sala de espelho poderia ser muito melhor aproveitado. Acaba sendo um anti-clímax. Li em algum lugar que Crepúsculo seria uma malhação vampiresca. E pelo que vi, é algo bem parecido com isso mesmo. Seu sucesso arrebatador, provavelmente, é por causa do tal argumento universal e do belo rosto de Edward Cullen. Para alguns é o bastante, para mim é muito pouco.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Crepúsculo
2009-09-29T09:34:00-03:00
Amanda Aouad
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