
Falar sobre Ernesto Guevara
O filme tem duas partes, Che - O Argentino, que mostra desde seu encontro com Fidel Castro até a vitória na ilha, sendo mostrado em paralelo com cenas futuras de Che Guevara nos Estados Unidos e na reunião da ONU. E Che - A Guerrilha, que mostra a tentativa de Che em expandir os ideais por toda a América Latina, sendo morto na Bolívia. Ambos são baseados nos relatos do próprio protagonista ‘Reminiscências da Guerra Revolucionária’ e ‘O Diário do Che na Bolívia’, respectivamente, primeira e segunda parte do filme. E conta em detalhes o ocorrido, em um clima quase documental.
Steven Soderbergh imprime uma direção delicada, com belos enquadramentos e mostrando um contraste interessante entre as cenas da floresta , sempre com muito verde, colorido, demonstrando a esperança daqueles guerrilheiros em construir um país melhor. E a parte dos Estados Unidos e na reunião da ONU, onde o filme é todo em preto e branco, mostrando a realidade fria que espera Ernesto Guevara.
Benicio del Toro está muito bem no papel do médico guerrilheiro, justificando o prêmio de melhor ator em Cannes. Ele consegue transmitir a dureza do personagem, um excelente estrategista, com posições claras e que não vacila. Mas, sem "perder a ternura" do idealista e humanista. Porque somos brasileiros, vai o destaque também para Rodrigo Santoro na pele de Raul, irmão de Fidel Castro e atual presidente de Cuba. Nas poucas cenas em que aparece, Santoro defende bem o seu papel, em um espanhol com um pouco de sotaque, mas ainda assim, bem interpretado.
