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Ainda é a Época da Inocência
Ainda é a Época da Inocência
Melancolia é o sentimento que fica após assistir A Época da Inocência de 1993. A sensação de vazio por não conseguir aquilo que mais se quer, ou mesmo a frustração de ter que abrir mão isso. Nenhum dos três teve êxito naquele triângulo. Ellen que amou, foi amada, mas teve que entregar o homem de sua vida à prima. May que amou sem ser amada, teve um marido ao seu lado, mas sempre viveu com a sombra da prima. E Archer, o verdadeiro joguete nas mãos de duas mulheres tão decididas.
Apesar de ambientado no século XIX, a trama é atemporal, pois fala de amor, paixão e da falta de coragem do ser humano de assumir suas escolhas, pautado no que irá pensar a sociedade. Estamos sempre buscando a aprovação alheia. E Martin Scorsese soube levar esse dilema com maestria para as telas. A versão de Scorsese é a terceira da história, antes um filme mudo em 1924 e outro já falado em 1934, já tinha contado a história do livro de Edith Wharton.
Um homem da aristocracia americana, noivo de uma moça de igual status, conhece uma condessa recém-separada, que demonstra ser uma mulher extremamente avançada para aquela cidade de Nova York do ano de 1870. A princípio, ele apenas defende a prima de sua noiva, mas aos poucos os dois se apaixonam perdidamente. Apesar disso, ela pede que ele se case com a prima, que se demonstra uma mulher extremamente manipuladora.
O sofrimento nos envolve, principalmente pelos detalhes fílmicos. Daniel Day Lewis passa toda dor contida daquele homem em frangalhos. Winona Ryder aproveita-se da sua cara de anjo para construir melhor as tramas de sua personagem. E Michelle Pfeiffer é a verdadeira lady, sem demonstrar sentimentos em um sorriso disfarçado, mas que os olhos denunciam toda a frustração de não poder estar com o homem que ama.
O roteiro de Jay Cocks e, do próprio, Scorsese dosam bem as passagens de tempo, nos envolvendo na longa trama. E a fotografia de Michael Ballhaus é marcante, não sendo à toa que uma das cenas mais lembradas do filme é a imagem de Ellen em um pôr-do-sol, a beira do mar, tendo o farol e um barquinho de fundo. Os detalhes são sugestivos, a ponto de uma das cenas mais sensuais ser em uma carruagem quando Archer "despe" a mão de Ellen tirando aos poucos sua luva. É paixão à flor da pele. Um melodrama clássico, com um desfecho melancólico, mas tão rico de detalhes e carregado de emoção que só vendo para entender o que eu digo. De todas as formas, um filme encantador para se ter na estante.
Aqui, uma rara cena de bastidores do filme.
Apesar de ambientado no século XIX, a trama é atemporal, pois fala de amor, paixão e da falta de coragem do ser humano de assumir suas escolhas, pautado no que irá pensar a sociedade. Estamos sempre buscando a aprovação alheia. E Martin Scorsese soube levar esse dilema com maestria para as telas. A versão de Scorsese é a terceira da história, antes um filme mudo em 1924 e outro já falado em 1934, já tinha contado a história do livro de Edith Wharton.
Um homem da aristocracia americana, noivo de uma moça de igual status, conhece uma condessa recém-separada, que demonstra ser uma mulher extremamente avançada para aquela cidade de Nova York do ano de 1870. A princípio, ele apenas defende a prima de sua noiva, mas aos poucos os dois se apaixonam perdidamente. Apesar disso, ela pede que ele se case com a prima, que se demonstra uma mulher extremamente manipuladora.
O sofrimento nos envolve, principalmente pelos detalhes fílmicos. Daniel Day Lewis passa toda dor contida daquele homem em frangalhos. Winona Ryder aproveita-se da sua cara de anjo para construir melhor as tramas de sua personagem. E Michelle Pfeiffer é a verdadeira lady, sem demonstrar sentimentos em um sorriso disfarçado, mas que os olhos denunciam toda a frustração de não poder estar com o homem que ama.
O roteiro de Jay Cocks e, do próprio, Scorsese dosam bem as passagens de tempo, nos envolvendo na longa trama. E a fotografia de Michael Ballhaus é marcante, não sendo à toa que uma das cenas mais lembradas do filme é a imagem de Ellen em um pôr-do-sol, a beira do mar, tendo o farol e um barquinho de fundo. Os detalhes são sugestivos, a ponto de uma das cenas mais sensuais ser em uma carruagem quando Archer "despe" a mão de Ellen tirando aos poucos sua luva. É paixão à flor da pele. Um melodrama clássico, com um desfecho melancólico, mas tão rico de detalhes e carregado de emoção que só vendo para entender o que eu digo. De todas as formas, um filme encantador para se ter na estante.
Aqui, uma rara cena de bastidores do filme.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Ainda é a Época da Inocência
2010-03-31T08:21:00-03:00
Amanda Aouad
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