![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwAPaW4Gxq651PHRftzbr42LJW3UTLlWZ4r7cBVuhLbIQMVd01BzkrfzCywHxzFtRY5stNWEEgf9fdN3t8tCVD-ktKzPUQuc_gr6b-cnqk3hMhqCk1dy82P4blElpT38YjXTKDzzLCyzg/s200/oscar.jpg)
Já que estamos na semana do Oscar e hoje é dia de cinema nacional no
CinePipocaCult, aproveito para fazer um balanço de nosso país na competição. O Oscar é a festa mais popular do cinema, mas é uma festa da indústria americana. Não acredito que o cinema brasileiro dependa dessa premiação, como já falei
anteriormente. Ainda assim, é uma visibilidade ímpar para qualquer filme estar entre os escolhidos.
A trajetória do Brasil no Oscar é pequena, mas com alguns pontos significativos. A primeira indicação foi com
O Pagador de Promessas em 1963. Apesar de ter ganho a disputada Palma de Ouro em Cannes, acabou perdendo para o francês
Sempre aos Domingos. Desde então, foi um jejum de trinta e três anos até que, na retomada do cinema nacional,
O Quatrilho fosse indicado em 1996, com poucas chances, é verdade. Em 1998 veio
O Que é isso companheiro? de Bruno Barreto e, em 1999,
Central do Brasil, de Walter Salles. Desde então, não conseguimos indicações na categoria de filme estrangeiro. O Brasil teve ainda uma indicação em curta-metragem com o documentário
Uma história de Futebol de Paulo Machline.
![Fernanda Montenegro no Oscar 1999 Fernanda Montenegro no Oscar 1999](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghyphenhyphenP8pumBkJ95a7vAWNbd2S1MwRoneWpdA3ts1jZB6DFEv0s55R-KrCGSZF9uFv5uGaHAo03n1OPwWpswGk0yM81jd2e4Y8Rej3eOvK7cDh3nObDv7qMxMM9RTq9RYIoI3bxg2UssRiZ4/s200/brasileira.jpg)
Porém, as indicações mais importantes de nosso cinema foram em 1999 e em 2004. Mesmo falando em português, com pouca projeção internacional e com um filme que concorreu apenas em uma categoria considerada menor,
Fernanda Montenegro apareceu na lista das cinco candidatas a melhor atriz. "O que estou fazendo no meio dessas louras todas", teria dito ela ao ver o anúncio. A categoria de melhor atriz é uma das mais importantes da premiação, ficando atrás apenas de melhor filme, diretor e ator. Ver Fernanda ali, entre Meryl Streep, Cate Blanchett, Emily Watson, Gwyneth Paltrow e sendo anunciada por Jack Nicholson foi um grande motivo de orgulho. É uma grande atriz que merece todos os nossos aplausos. Engraçado que depois disso, ela virou uma espécie de amuleto nacional, grandes produções colocaram a atriz com participações, mesmo que pequenas, a exemplo de Olga. Mas, ela ainda merecia outro grande papel no cinema.
![Cartaz de Cidade de Deus Cartaz de Cidade de Deus](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUmdYDtKNnYe4MT0ZKdFJZRX6FBgmxq6K1ZDLu3HKVCDime402_J0DSOx8uQ1KbZ9O6GeFqqPRVYqkVc6_M-DsTmsZSCHblWO1j5gwOGXPLhwJwYZWCmssg0HiZ7jQh7lGJhkY486Haw4/s200/cidade-de-deus-poster02.jpg)
Já em 2004, após ser preterido a indicação do Oscar de filme estrangeiro em 2003, Cidade de Deus conseguiu um feito inédito: quatro indicações em categorias importantes. Primeiro,
Fernando Meirelles indicado a melhor diretor, a segunda categoria mais importante da Academia. Foi com isso que ele se tornou diretor internacional encabeçando projetos como
O Jardineiro Fiel e
Ensaio sobre a Cegueira. Segundo, melhor roteiro adaptado. Para uma obra em português isso é ainda mais fantástico. Por último, dois prêmios técnicos, mas nem por isso menos importantes: fotografia e montagem, as almas do cinema. Não é a toa que
Cidade de Deus figura em todas as listas de melhores filmes da década.
Nesse ano, estamos mais uma vez fora da festa,
Salve Geral era nosso indicado e não tinha mesmo muito espaço entre produções como A Fita Branca ou O Segredo de Seus Olhos. Ainda assim, fica a torcida para que nosso cinema consiga emplacar, cada vez mais, bons filmes, estabelecendo de vez a indústria cinematográfica em nosso país e podendo mostrar nossa arte para o mundo. Afinal, talento, nós temos de sobra.