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Pierre Morel
Dupla Implacável
Dupla Implacável
Não estou resgatando nenhum filme antigo. Apesar de ter o mesmo nome em português de um longa de 1994, o novo filme de Pierre Morel que estreia sexta-feira no Brasil, não é um remake do seu homônimo. Na verdade, a nomenclatura em versão brasileira tenta forçar a barra para assemelhar-se com o título do filme anterior do mesmo diretor, Busca Implacável, que teve um razoável sucesso. Pena que tirando isso e o fato da história se passar novamente nos submundos de Paris, os dois também em nada se assemelham.
A trama, bem rasa, gira em torno de James, um assessor especial do embaixador norte-americano na França, e Charlie Wax, agente secreto com métodos poucos ortodoxos, segundo a definição no próprio filme, que chegam a Paris para investigar um possível atentado terrorista. A trama rasa com uma tentativa pífia de surpresa final serve apenas para ligar as diversas cenas de ação, bem eletrizantes, com algumas atitudes mentirosas até a alma. A cena em que James joga o revólver para Charlie mesmo é forçada ao extremo. Ainda assim, tem umas muito boas, como na sala de manequins ou a perseguição de carro.
John Travolta devia pedir a Tarantino para voltar a fazer um filme seu. Suas últimas escolhas não estão sendo nem um pouco felizes, vide Metrô 123. Tudo bem, o ator se sai bem como o irresponsável agente secreto e, até por isso, merecia coisa melhor do que ficar xingando e dando tiro. Já Jonathan Rhys-Meyers, que teve seu grande papel em Match Point, ainda assim consegue dar veracidade a seu assessor especial de embaixador com conduta politicamente correta.
A grande diferença deste para Busca Implacável é mesmo a história. Ambas tem um homem super talentoso que sabe como encontrar bandidos em Paris, com perseguições eletrizantes, muito tiro e ritmo acelerado. Aliás, depois desses filmes do diretor francês vou pensar duas vezes antes de visitar a Cidade-luz. Porém, enquanto no primeiro nos envolvíamos no sofrimento e busca daquele pai desesperado, em Dupla Implacável fica tudo muito solto e irreal. A tentativa de explicação é tão difícil de engolir e tão óbvia a partir de uma determinada cena da trama que chega a ser ridícula.
Difícil entender como Luc Besson conseguiu escrever um roteiro tão raso. Alguém que criou O Profissional ou O Quinto Elemento sabe que filmes de ação podem ter boas histórias. Ainda assim, é uma diversão para quem gosta de muito tiro, correria e explosões.
A trama, bem rasa, gira em torno de James, um assessor especial do embaixador norte-americano na França, e Charlie Wax, agente secreto com métodos poucos ortodoxos, segundo a definição no próprio filme, que chegam a Paris para investigar um possível atentado terrorista. A trama rasa com uma tentativa pífia de surpresa final serve apenas para ligar as diversas cenas de ação, bem eletrizantes, com algumas atitudes mentirosas até a alma. A cena em que James joga o revólver para Charlie mesmo é forçada ao extremo. Ainda assim, tem umas muito boas, como na sala de manequins ou a perseguição de carro.
John Travolta devia pedir a Tarantino para voltar a fazer um filme seu. Suas últimas escolhas não estão sendo nem um pouco felizes, vide Metrô 123. Tudo bem, o ator se sai bem como o irresponsável agente secreto e, até por isso, merecia coisa melhor do que ficar xingando e dando tiro. Já Jonathan Rhys-Meyers, que teve seu grande papel em Match Point, ainda assim consegue dar veracidade a seu assessor especial de embaixador com conduta politicamente correta.
A grande diferença deste para Busca Implacável é mesmo a história. Ambas tem um homem super talentoso que sabe como encontrar bandidos em Paris, com perseguições eletrizantes, muito tiro e ritmo acelerado. Aliás, depois desses filmes do diretor francês vou pensar duas vezes antes de visitar a Cidade-luz. Porém, enquanto no primeiro nos envolvíamos no sofrimento e busca daquele pai desesperado, em Dupla Implacável fica tudo muito solto e irreal. A tentativa de explicação é tão difícil de engolir e tão óbvia a partir de uma determinada cena da trama que chega a ser ridícula.
Difícil entender como Luc Besson conseguiu escrever um roteiro tão raso. Alguém que criou O Profissional ou O Quinto Elemento sabe que filmes de ação podem ter boas histórias. Ainda assim, é uma diversão para quem gosta de muito tiro, correria e explosões.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Dupla Implacável
2010-04-08T08:50:00-03:00
Amanda Aouad
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