
Ontem teve a segunda exibição do filme Quincas Berro d´Água especialmente para o público blogueiro. Recém concluído, o longa foi exibido na quarta-feira em São Paulo e quinta-feira em Salvador. O público do Rio, que veria em primeira mão dia 06, poderá conferir no dia 13 de abril, já que a sessão foi adiada devido às fortes chuvas na terça-feira. É um feito curioso e não deixa de ser uma vitória das mídias sociais que despontam cada vez mais com forte influência nos meios de comunicação. O filme estreia dia 14 de maio em todo país, quando aquelas pessoas que não puderam estar nas três sessões poderão conferir o melhor de Jorge Amado e da boemia de Salvador.
Muitas coisas eu gostaria de falar desse filme. A começar pelo seu diretor e roteirista Sérgio Machado. Amigo pessoal de Jorge Amado, que o indicou para Walter Salles, Machado deve ter se esmerado em levar às telas essa história jocosa, cheia de trejeitos baianos como as linhas dos livros do escritor. Todos estão muito naturais e se sentindo em casa, até os cariocas e o pernambucano Irandhir Santos, o que ajuda na fruição do filme.

Palmas para Paulo José, em sua entrega à carreira, utilizando as limitações de sua doença sem perder o fôlego. Destaque também aos quatro amigos de Quincas: Flávio Bauraqui (o Pastinha), Luis Miranda (o Pé-de-Vento), Irandhir Santos (o Cabo Martim) e Frank Menezes (o Curió) que estão ótimos nas situações mais diversas e engraçadas. Mariana Ximenes, no entanto, deixa um pouco a desejar como a filha do defunto. A moça já demonstrou interpretações mais inspiradas. E o baiano globalizado Vladimir Brichta está quase um figurante de luxo, como seu marido, mas suas poucas aparições são boas e convincentes.
A fotografia do filme, apesar da produtora ter avisado antes que a cópia que vimos ainda não está finalizada, está muito bem composta. Dando a dimensão da noite do Pelourinho, com muita penumbra e contraste, apoiada por uma direção de arte detalhada. O efeito especial da cena da tempestade também impressiona, principalmente com a explicação prévia de Frank Menezes, único do elenco presente na sessão de Salvador, de que foi toda montada em estúdio. Pra não dizer que não falei mal de nada, houve apenas um descuido com o defunto, já que em vários takes era possível perceber Paulo José respirando.
