Quem é Salt?
Filme com ação, espionagem, efeitos especiais, lutas empolgantes e Angelina Jolie. Não precisa explicar muito para entender o porquê de SALT estar fazendo tanto sucesso e gerando tanta expectativa. Quando Tom Cruise recusou o papel do agente da CIA, Phillip Noyce acertou em cheio ao escolher a atriz para interpretar Evelyn Salt. O roteiro sofreu pequenas alterações e Jolie se torna a primeira mulher a interpretar uma protagonista de um filme de ação no mundo real, sem misturar-se ao gênero de ficção científica como Alien, ou o videogame, como a própria atriz em Tomb Raider. É um avanço significativo, viva ao girl power, algumas podem comemorar. O fato é que sou fã confessa da atriz e Salt me conquista enquanto personagem, mas devo dizer que o roteiro é dos mais sem nexo que já vi.
É difícil falar qualquer coisa com medo de entregar vários spoilers, pelo menos os que o trailer ainda não entregou. Até porque o pouco de lógica do roteiro se baseia no suspense: quem é Salt? Vilã? Mocinha? Espiã dupla? Espiã tripla? Bode espiatório? Isso é interessante, principalmente ao brincar com as referências do espectador que está sempre achando que deu um passo a frente e é surpreendido. Mas, ao analisar a essência da trama, vemos que ela é tão frágil quanto o belo rosto de Angelina Jolie. Aliás, quanto apanha a coitadinha.
Gosto da idéia de uma mulher espiã, protagonista, agente número um da equipe que não precisa de um homem para protegê-la. Aliás, em nenhum momento o roteiro esboça qualquer tipo de proteção por causa do sexo de sua protagonista. Há cenas esdrúxulas como ela tirando a calcinha para tapar a câmera de segurança, afinal está de saia e isso é fácil, mas nada que tire o mérito de sua agilidade, força e inteligência.
Russos vs americanos dá uma sensação imensa de túnel do tempo. Facção resistente tentando reviver os tempos de glória? Espiões disfarçados pelo país? Dia X? É tudo tão demodê que o escárnio da protagonista no início é a melhor resposta de que aquilo não pode ser sério. Mas, aí, fica sério. E o pior, com o mesmo viés de sempre. Estados Unidos defendem a nossa honra, os russos são os vilões sanguinários querendo destruir o mundo. Pausa para pensar.
Esquecendo a história, fixando-se na performance de Angelina Jolie, que ela garante ter sido mais de 50% sem dublê, e na produção impecável, SALT é um filme divertido e até mesmo instigante. As perseguições são aquelas de sempre, carro em alta velocidade, gente saltando, tiro para todo lado e uma mulher dirigindo do banco de trás dando choque no motorista desacordado. É, você não entendeu errado, mas isso também está no trailer. O que é uma pena. Ainda assim, a adrenalina é alta, porque estamos colados na protagonista. Onde ela nos levar estamos juntos, torcendo por seu sucesso.
O artifício do reverso da expectativa é bom, mas poderia ser mais surpreendente. Mesmo com o esforço de Angelina Jolie para parecer dúbia, dá para ver logo qual é o seu papel naquele jogo. E quando tudo se confirma, faz ainda menos sentido. Os momentos finais, então, doem na alma. Principalmente pela ideologia exposta. Chega a ser incongruente, uma mulher que viaja o mundo como missionária defender algo assim. Mas, faz parte do American Way of Life. O que é uma pena. De qualquer forma, o talento da atriz deu um charme especial a velha fórmula de filmes de espiões. Se fosse com Tom Cruise, talvez pudesse se tornar um fracasso retumbante. Mas, com a Sra. Smith, tudo ganha outro colorido. Boa atriz, bonita e humanitária. Não há como resistir a Angelina Jolie.
Ah, claro, se não bastasse tudo isso, ela é casada com Brad Pitt, hehe. Quem não queria ser essa mulher?
É difícil falar qualquer coisa com medo de entregar vários spoilers, pelo menos os que o trailer ainda não entregou. Até porque o pouco de lógica do roteiro se baseia no suspense: quem é Salt? Vilã? Mocinha? Espiã dupla? Espiã tripla? Bode espiatório? Isso é interessante, principalmente ao brincar com as referências do espectador que está sempre achando que deu um passo a frente e é surpreendido. Mas, ao analisar a essência da trama, vemos que ela é tão frágil quanto o belo rosto de Angelina Jolie. Aliás, quanto apanha a coitadinha.
Gosto da idéia de uma mulher espiã, protagonista, agente número um da equipe que não precisa de um homem para protegê-la. Aliás, em nenhum momento o roteiro esboça qualquer tipo de proteção por causa do sexo de sua protagonista. Há cenas esdrúxulas como ela tirando a calcinha para tapar a câmera de segurança, afinal está de saia e isso é fácil, mas nada que tire o mérito de sua agilidade, força e inteligência.
Russos vs americanos dá uma sensação imensa de túnel do tempo. Facção resistente tentando reviver os tempos de glória? Espiões disfarçados pelo país? Dia X? É tudo tão demodê que o escárnio da protagonista no início é a melhor resposta de que aquilo não pode ser sério. Mas, aí, fica sério. E o pior, com o mesmo viés de sempre. Estados Unidos defendem a nossa honra, os russos são os vilões sanguinários querendo destruir o mundo. Pausa para pensar.
Esquecendo a história, fixando-se na performance de Angelina Jolie, que ela garante ter sido mais de 50% sem dublê, e na produção impecável, SALT é um filme divertido e até mesmo instigante. As perseguições são aquelas de sempre, carro em alta velocidade, gente saltando, tiro para todo lado e uma mulher dirigindo do banco de trás dando choque no motorista desacordado. É, você não entendeu errado, mas isso também está no trailer. O que é uma pena. Ainda assim, a adrenalina é alta, porque estamos colados na protagonista. Onde ela nos levar estamos juntos, torcendo por seu sucesso.
O artifício do reverso da expectativa é bom, mas poderia ser mais surpreendente. Mesmo com o esforço de Angelina Jolie para parecer dúbia, dá para ver logo qual é o seu papel naquele jogo. E quando tudo se confirma, faz ainda menos sentido. Os momentos finais, então, doem na alma. Principalmente pela ideologia exposta. Chega a ser incongruente, uma mulher que viaja o mundo como missionária defender algo assim. Mas, faz parte do American Way of Life. O que é uma pena. De qualquer forma, o talento da atriz deu um charme especial a velha fórmula de filmes de espiões. Se fosse com Tom Cruise, talvez pudesse se tornar um fracasso retumbante. Mas, com a Sra. Smith, tudo ganha outro colorido. Boa atriz, bonita e humanitária. Não há como resistir a Angelina Jolie.
Ah, claro, se não bastasse tudo isso, ela é casada com Brad Pitt, hehe. Quem não queria ser essa mulher?
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Quem é Salt?
2010-07-29T08:58:00-03:00
Amanda Aouad
acao|Angelina Jolie|aventura|critica|Liev Schreiber|oscar 2011|Phillip Noyce|
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