Grandes Cenas: Amor, Sublime Amor
Romeu e Julieta é a história mais adaptada de todos os tempos, não tenho estatísticas, mas não tenho receio de falar isso. O amor proibido é um argumento universal e Shakespeare soube traduzí-lo de uma maneira ímpar. Assim, transportando Verona para os Estados Unidos. Montéquios e Capuletos para americanos e imigrantes, temos a narrativa de Amor, Sublime Amor. A história proibida de Maria e Tony gerou um clássico dos musicais dos anos 60 com cenas memoráveis.
Escolhi para analisar uma que me marcou desde a primeira vez que vi, pela movimentação em cena e pela música. Em termos cinematográficos não é tão esplêndida. Os enquadramentos e cortes são típicos da época. Abertos, com corte seco de cena a cena. O valor aqui é mesmo o teatral e musical. A coreografia é muito bem construída dramaticamente, reforçando a disputa entre as mulheres e os homens na cena em questão.
Tony e Maria acabaram de ser flagrados por Bernardo, o irmão da moça, dançando de forma íntima. Um conselho de guerra foi marcado para meia noite. Bernardo prendeu Maria em casa, ela não pode se aproximar de Tony, um polaco. Anita, a namorada de Bernardo começa a discutir a atitude insana daquela briga. Dois valores muito fortes estão ali representados. Ela, uma porto riquenha que quer viver na América como uma americana, acha que ali é a terra prometida. Ele, um porto riquenho realista, que já percebeu que imigrante latino não tem as mesmas chances que um americano nato ou europeu. É preciso ser branco para se dar bem na América.
Os grupos, então, se dividem. As mulheres unem sua voz e corpo a Anita, defendendo as maravilhas daquele local enquanto os homens unem-se a Bernardo, falando das dificuldades de ser um imigrante ali. A coreografia é forte, de duelo. Mas, cheia de ironias e brincadeiras. Elas querem viver lá. Eles querem ganhar dinheiro e voltar para Porto Rico.
Reparem na composição de cena. Anita começa a cantar, os casais ainda estão misturados, ouvindo. No refrão, a separação começa. Homens de um lado, mulheres de outro. O ping pong é ágil, divertido, instigante. Tudo bem ensaiado. A cada coisa boa que elas falam que existe na América, eles rebatem mostrando que não está acessível para todos. Os homens sempre ironizando, criam situações mais engraçadas, enquanto as mulheres são mais emotivas. Em um determinado momento, entra o instrumental e os homens fazem um balé hilário ironizando o que seria a política para imigrantes nos Estados Unidos, fingindo estar tudo bem, mas batendo forte. Toda a coreografia é bela, assim como a música, e empolga. Sendo um belo momento de descontração que resume a luta do filme e nos prepara para todo o drama que vem a seguir.
Escolhi para analisar uma que me marcou desde a primeira vez que vi, pela movimentação em cena e pela música. Em termos cinematográficos não é tão esplêndida. Os enquadramentos e cortes são típicos da época. Abertos, com corte seco de cena a cena. O valor aqui é mesmo o teatral e musical. A coreografia é muito bem construída dramaticamente, reforçando a disputa entre as mulheres e os homens na cena em questão.
Tony e Maria acabaram de ser flagrados por Bernardo, o irmão da moça, dançando de forma íntima. Um conselho de guerra foi marcado para meia noite. Bernardo prendeu Maria em casa, ela não pode se aproximar de Tony, um polaco. Anita, a namorada de Bernardo começa a discutir a atitude insana daquela briga. Dois valores muito fortes estão ali representados. Ela, uma porto riquenha que quer viver na América como uma americana, acha que ali é a terra prometida. Ele, um porto riquenho realista, que já percebeu que imigrante latino não tem as mesmas chances que um americano nato ou europeu. É preciso ser branco para se dar bem na América.
Os grupos, então, se dividem. As mulheres unem sua voz e corpo a Anita, defendendo as maravilhas daquele local enquanto os homens unem-se a Bernardo, falando das dificuldades de ser um imigrante ali. A coreografia é forte, de duelo. Mas, cheia de ironias e brincadeiras. Elas querem viver lá. Eles querem ganhar dinheiro e voltar para Porto Rico.
Reparem na composição de cena. Anita começa a cantar, os casais ainda estão misturados, ouvindo. No refrão, a separação começa. Homens de um lado, mulheres de outro. O ping pong é ágil, divertido, instigante. Tudo bem ensaiado. A cada coisa boa que elas falam que existe na América, eles rebatem mostrando que não está acessível para todos. Os homens sempre ironizando, criam situações mais engraçadas, enquanto as mulheres são mais emotivas. Em um determinado momento, entra o instrumental e os homens fazem um balé hilário ironizando o que seria a política para imigrantes nos Estados Unidos, fingindo estar tudo bem, mas batendo forte. Toda a coreografia é bela, assim como a música, e empolga. Sendo um belo momento de descontração que resume a luta do filme e nos prepara para todo o drama que vem a seguir.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Grandes Cenas: Amor, Sublime Amor
2010-08-12T09:28:00-03:00
Amanda Aouad
drama|grandes cenas|musical|romance|
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