Home
acao
aventura
critica
Guy Ritchie
Jude Law
Kelly Reilly
livro
Mark Strong
Rachel McAdams
Robert Downey Jr.
suspense
Sherlock Holmes
Sherlock Holmes
O famoso personagem de Arthur Conan Doyle já teve várias adaptações. Quem não se lembra de Basil Rathbone, seu intérprete em 14 filmes? Ano passado, Guy Ritchie trouxe aos cinemas uma versão moderna do clássico, tendo Robert Downey Jr. no papel principal e Jude Law como seu fiel escudeiro o Dr. Watson. A idéia foi válida e deu um bom filme de entretenimento. Não mais do que isso. Em vez de suspense, temos um filme de ação, com muita correria e um mistério desvendado no final a la Scooby Doo. Faltou envolver o espectador nesse mistério, que aliás demonstrou-se bobo.
Não espere ouvir o famoso “Elementar, meu caro Watson”. Em um determinado momento até cabia a frase, mas Robert Downey Jr. é um Sherlock Holmes com manias muito mais exóticas, como colecionar moscas. Sua inteligência, para alívio, continua imensa, a lógica de dedução também, assim como seus métodos científicos. Downey Jr. está seguro em seu papel, mas traz para o personagem um pouco do sua característica caótica, com trejeitos atrapalhados para nos fazer rir. E não gostei muito de ver Sherlock Holmes assim. Watson continua sendo o pé no chão do personagem, sempre ponderado e tentando trazê-lo para o mundo real. Jude Law está muito bem no papel.
Ainda na Londres Vitoriana, eles têm que enfrentar agora o vilão Blackwood, que alega ter poderes místicos e usa da magia negra para alterar a história mundial, destruindo o mundo que conhecemos. Para lhe ajudar, o feiticeiro conta com Irene Adler, uma sedutora ladra por quem Holmes tem uma atração incontrolável. Tanto Mark Strong quanto Rachel McAdams estão bem nos papéis de vilões. O problema é que o tom da história deixa Blackwood um pouco caricato.
O roteiro de Michael Robert Johnson, Anthony Peckham e Simon Kinberg, é bobo, o mistério não é tão inteligente e demora a começar. Por quase trinta minutos ficamos sendo apresentados ao personagem Holmes, suas manias, sua personalidade, sua rotina. Só quando Blackwood é executado e logo depois visto pelo coveiro andando no cemitério a história começa. É aí que a direção de Guy Ritchie nos leva, sem nos deixar pensar, nem tentar investigar junto ao famoso detetive. Não há tempo para isso. O ritmo da ação é rápido, a fotografia é escura, a edição indo e voltando. Tudo nos é dado e explicado, apenas para divertir e entreter. Esse é o objetivo da obra.
Prefiro histórias de detetives tradicionais. Mas não deixo de admirar a estética proposta por Ritchie. Ele traz uma espécie de mito moderno para lenda, com um protagonista mais ágil e brincalhão, além do charme que é característico ao autor. Vi algumas críticas comparando o filme ao primeiro Piratas do Caribe. Tem sentido. Mexer com obras quase endeusadas é perigoso e o diretor mostrou coragem, sendo bem sucedido e agradando a muitos. Só foi pedante ao colocar no final um sinal tão claro de continuação, como se seu filme já fosse sucesso garantido.
Sherlock Holmes (Sherlock Holmes, 2009 / EUA , Reino Unido , Austrália)
Direção: Guy Ritchie
Roteiro: Simon Kinberg, Michael Robert Johnson, Anthony Peckham
Com: Robert Downey Jr., Jude Law, Rachel McAdams, Mark Strong, Kelly Reilly
Duração: 128 min.
Não espere ouvir o famoso “Elementar, meu caro Watson”. Em um determinado momento até cabia a frase, mas Robert Downey Jr. é um Sherlock Holmes com manias muito mais exóticas, como colecionar moscas. Sua inteligência, para alívio, continua imensa, a lógica de dedução também, assim como seus métodos científicos. Downey Jr. está seguro em seu papel, mas traz para o personagem um pouco do sua característica caótica, com trejeitos atrapalhados para nos fazer rir. E não gostei muito de ver Sherlock Holmes assim. Watson continua sendo o pé no chão do personagem, sempre ponderado e tentando trazê-lo para o mundo real. Jude Law está muito bem no papel.
Ainda na Londres Vitoriana, eles têm que enfrentar agora o vilão Blackwood, que alega ter poderes místicos e usa da magia negra para alterar a história mundial, destruindo o mundo que conhecemos. Para lhe ajudar, o feiticeiro conta com Irene Adler, uma sedutora ladra por quem Holmes tem uma atração incontrolável. Tanto Mark Strong quanto Rachel McAdams estão bem nos papéis de vilões. O problema é que o tom da história deixa Blackwood um pouco caricato.
O roteiro de Michael Robert Johnson, Anthony Peckham e Simon Kinberg, é bobo, o mistério não é tão inteligente e demora a começar. Por quase trinta minutos ficamos sendo apresentados ao personagem Holmes, suas manias, sua personalidade, sua rotina. Só quando Blackwood é executado e logo depois visto pelo coveiro andando no cemitério a história começa. É aí que a direção de Guy Ritchie nos leva, sem nos deixar pensar, nem tentar investigar junto ao famoso detetive. Não há tempo para isso. O ritmo da ação é rápido, a fotografia é escura, a edição indo e voltando. Tudo nos é dado e explicado, apenas para divertir e entreter. Esse é o objetivo da obra.
Prefiro histórias de detetives tradicionais. Mas não deixo de admirar a estética proposta por Ritchie. Ele traz uma espécie de mito moderno para lenda, com um protagonista mais ágil e brincalhão, além do charme que é característico ao autor. Vi algumas críticas comparando o filme ao primeiro Piratas do Caribe. Tem sentido. Mexer com obras quase endeusadas é perigoso e o diretor mostrou coragem, sendo bem sucedido e agradando a muitos. Só foi pedante ao colocar no final um sinal tão claro de continuação, como se seu filme já fosse sucesso garantido.
Sherlock Holmes (Sherlock Holmes, 2009 / EUA , Reino Unido , Austrália)
Direção: Guy Ritchie
Roteiro: Simon Kinberg, Michael Robert Johnson, Anthony Peckham
Com: Robert Downey Jr., Jude Law, Rachel McAdams, Mark Strong, Kelly Reilly
Duração: 128 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Sherlock Holmes
2010-10-19T08:28:00-03:00
Amanda Aouad
acao|aventura|critica|Guy Ritchie|Jude Law|Kelly Reilly|livro|Mark Strong|Rachel McAdams|Robert Downey Jr.|suspense|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
Em cartaz nos cinemas com o filme Retrato de um Certo Oriente , Marcelo Gomes trouxe à abertura do 57º Festival do Cinema Brasileiro uma ...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...
-
Em um mundo repleto de franquias de ação altamente estilizadas, onde o termo "tipo John Wick" parece se aplicar a qualquer filme ...
-
O cinema sempre olhou para os locais periféricos e pessoas de classe menos favorecidas com um olhar paternalista. Não é incomum vermos na t...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
O filme Capote (2005), dirigido por Bennett Miller , é uma obra que vai além do simples retrato biográfico. Ele se aprofunda na complexidad...
-
O CinePipocaCult adverte: se você sofre de claustrofobia, síndrome do pânico ou problemas cardíacos é melhor evitar esse filme. Brincadeiras...