O Turista
Concorrente a melhor filme de comédia ou musical no Globo de Ouro, O Turista é exatamente isso, uma grande piada. Não que o filme seja ruim, mas também não é bom. É mais uma tentativa de filme de ação com comédia, mas que fica a sensação de "muito barulho por nada". Principalmente pela propaganda em cima da dupla de protagonistas "pela primeira vez juntos". Não resta dúvidas de que Johnny Depp e Angelina Jolie são grandes estrelas e excelentes atores. Até por isso, exigimos um pouco mais deles. Assim como do diretor Florian Henckel von Donnersmarck, após o belo A Vida dos Outros.
Frank Tupelo é um turista americano na Itália que é abordado por uma bela mulher no trem em que viaja para Veneza. Ela é Elise Clifton-Ward, uma mulher misteriosa que está sendo vigiada pela Interpol e pela Scotland Yard. O motivo: seu relacionamento com Alexander Pearce, um homem que deu um golpe em um grande gangster e que pode entrar em contato a qualquer momento. Frank acaba sendo usado por Elise para despistar a identidade de seu amante, mas nem tudo é o que parece nessa história de espionagem.
Há muitos furos nessa história e algumas situações muito forçadas como a atitude da recepção do hotel em que eles estão hospedados. Ainda assim, algumas cenas são divertidas e bem feitas. O suspense e a tensão não conseguem nos prender, pois ficamos o tempo todo perdidos em quem torcer. Mudei a descrição da trama para o ponto de vista de Frank, ao contrário de todas as sinopses oficiais que contam pelo ponto de vista de Elise, porque acabamos colados a ele durante a história, não a ela, apesar de o ponto de vista ser, na verdade, de outro personagem. E, até por isso, a sensação final é negativa. Mas, não vou explicar muito para não entregar mais do que devia.
Confesso que é um alívio ver Johnny Depp em um papel um pouco mais normal do que as caricaturas recentes. Um professor de matemática, viúvo e um pouco abobalhado cai bem. Mas, não chega a ser uma interpretação sublime, muito menos para a indicação que ele teve no Globo de ouro, mas aí, nem vou entrar no mérito já que o triste Chapeleiro de Alice também foi indicado. Já Angelina Jolie é capaz de muito mais. A atriz passa mais tempo fazendo charme e desfilando belos vestidos assinados por Collen Atwood do que interpretando. Aliás, a direção abusa desse charme da atriz, onde ela passa, todos os homens se viram para olhar, literalmente. Tem até uma aposta ridícula na primeira cena sobre ela estar ou não de calcinha. Destaque mesmo para Paul Bettany como o inspetor John Acheson e sua obsessão por pegar o criminoso.
O roteiro inspirado no filme francês "Anthony Zimmer - A Caçada" de 2005, é assinado pelo próprio diretor com Christopher McQuarrie e Julian Fellowes. Parece que a história perde um pouco de sua alma e se preocupa mais em dar destaque aos dotes dos astros e brincar com o enigma. A direção de Florian Henckel von Donnersmarck é morna, sem abusar das cenas de ação, nem de comédia, muito menos de romance, que é a parte menos resolvida da história. Realmente é difícil acreditar no amor daqueles dois e não é por falta de química. Acaba sendo uma narração sem emoção de uns dias meio doidos em Veneza. Ah, sim. Pelo menos temos a bela vista da cidade italiana para nos entreter.
Frank Tupelo é um turista americano na Itália que é abordado por uma bela mulher no trem em que viaja para Veneza. Ela é Elise Clifton-Ward, uma mulher misteriosa que está sendo vigiada pela Interpol e pela Scotland Yard. O motivo: seu relacionamento com Alexander Pearce, um homem que deu um golpe em um grande gangster e que pode entrar em contato a qualquer momento. Frank acaba sendo usado por Elise para despistar a identidade de seu amante, mas nem tudo é o que parece nessa história de espionagem.
Há muitos furos nessa história e algumas situações muito forçadas como a atitude da recepção do hotel em que eles estão hospedados. Ainda assim, algumas cenas são divertidas e bem feitas. O suspense e a tensão não conseguem nos prender, pois ficamos o tempo todo perdidos em quem torcer. Mudei a descrição da trama para o ponto de vista de Frank, ao contrário de todas as sinopses oficiais que contam pelo ponto de vista de Elise, porque acabamos colados a ele durante a história, não a ela, apesar de o ponto de vista ser, na verdade, de outro personagem. E, até por isso, a sensação final é negativa. Mas, não vou explicar muito para não entregar mais do que devia.
Confesso que é um alívio ver Johnny Depp em um papel um pouco mais normal do que as caricaturas recentes. Um professor de matemática, viúvo e um pouco abobalhado cai bem. Mas, não chega a ser uma interpretação sublime, muito menos para a indicação que ele teve no Globo de ouro, mas aí, nem vou entrar no mérito já que o triste Chapeleiro de Alice também foi indicado. Já Angelina Jolie é capaz de muito mais. A atriz passa mais tempo fazendo charme e desfilando belos vestidos assinados por Collen Atwood do que interpretando. Aliás, a direção abusa desse charme da atriz, onde ela passa, todos os homens se viram para olhar, literalmente. Tem até uma aposta ridícula na primeira cena sobre ela estar ou não de calcinha. Destaque mesmo para Paul Bettany como o inspetor John Acheson e sua obsessão por pegar o criminoso.
O roteiro inspirado no filme francês "Anthony Zimmer - A Caçada" de 2005, é assinado pelo próprio diretor com Christopher McQuarrie e Julian Fellowes. Parece que a história perde um pouco de sua alma e se preocupa mais em dar destaque aos dotes dos astros e brincar com o enigma. A direção de Florian Henckel von Donnersmarck é morna, sem abusar das cenas de ação, nem de comédia, muito menos de romance, que é a parte menos resolvida da história. Realmente é difícil acreditar no amor daqueles dois e não é por falta de química. Acaba sendo uma narração sem emoção de uns dias meio doidos em Veneza. Ah, sim. Pelo menos temos a bela vista da cidade italiana para nos entreter.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O Turista
2011-01-20T08:55:00-03:00
Amanda Aouad
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