Que a Força esteja com vocês
Mais uma vez os Jedis invadem os cinemas. Mais uma vez a Saga Star Wars está disponível para os milhares de fãs que a cultuam desde 1977 quando Guerra nas Estrelas foi lançado. A desculpa agora é a tecnologia 3D. Digo desculpa, porque o resultado apresentado não justifica tanto alvoroço. Na realidade, a conversão dá alguma profundidade nas cenas de luta, mas não altera a visão do filme. O que importa mesmo para os fãs da série é o prazer de compartilhar mais uma vez a mitologia de Anakin Skywalker na tela grande. Essa sensação é que vale qualquer ingresso, pena que tenha que começar pelo início, ou seja, pelo fraco Episódio 1 - A Ameaça Fantasma.
Foi com essa consciência que o Conselho Jedi Bahia (sim, existe esse conselho), invadiu o UCI Iguatemi na última terça-feira vestido a caráter. Tinha todo tipo de Sith e Jedi, além de soldados da Aliança esperando ansiosamente por mais uma dose de aventura. O cuidado com a fantasia era tanto que um dos líderes do conselho, João Marcelo, trazia uma trança no cabeço representando o símbolo do padawan, já que seu personagem Obi Wan Kenobi ainda não era um Jedi no Episódio 1. Segundo ele, ia ser difícil ter que aturar Jar Jar Binks em 3D, mas vale tudo por Star Wars.
De fato, o personagem Jar Jar Binks é a pior coisa do primeiro filme da Saga. Atrapalhado, sem graça, tolo e extremamente chato, o Gungan irrita em todos os momentos em que está na tela. Seja apanhando ou de boca fechada, Jar Jar Binks é uma tentativa forçada de trazer graça ao filme, tentando conquistar novas gerações de crianças. Algo semelhante ao que George Lucas já tinha feito em O Retorno de Jedi ao inserir as criaturinhas Ewoks na lua de Endor. Não percebe ele que a dupla R2D2 e C3PO já vale qualquer graça e brincadeira. Um dos melhores momentos do filme é o primeiro encontro dos dois, quando C3PO ainda é um dróide inacabado.
Outro chamariz para o filme é a presença de Natalie Portman, ainda longe do Oscar, como a rainha Amidala. Mesmo já tendo surpreendido o mundo com sua interpretação em O Profissional, Portman aqui não convence como uma grande atriz, parece estar em alguma espécie de piloto automático. Da mesma forma que Ewan McGregor faz número como Obi-Wan Kenobi, principalmente porque seu personagem quase não tem mesmo função nesse filme. Quem rouba a cena é mesmo Liam Neeson, como o Jedi Qui-Gon Jinn. Ele sim, passa a verdade do seu personagem, seu drama, sua trajetória trágica.
Outro grande problema da retomada da origem da Saga é o vilão. Darth Maul é apenas uma sombra de vilão, literalmente, já que o verdadeiro vilão da série é o senador e futuro imperador Palpatine. Mas, ainda assim, o personagem não tem nenhuma consistência, aparece poucas vezes em cena, e sua única função é lutar com Qui-Gon Jinn e Obi-Wan. É frágil, não tem a menor profundidade, não dá medo como dava ver Darth Vader ameaçando a todos.
Por fim, Episódio 1 é um filme sem alma. Um remendo de diversas situações de diversos filmes diferentes. Até a destruição da nave de controle da Federação é muito semelhante a destruição da Estrela da Morte no Episódio 6, até o grito de Anakin saindo em velocidade do local lembra Lando saindo na Millennium Falcon. Isso sem falar na melhor cena do filme, a corrida de Pods, que é claramente inspirada em Ben-Hur.
Mas, como disse João Marcelo, "é Star Wars e pela Saga vale a emoção dos fãs". Não tem novidade, não tem novos efeitos que chamem a atenção de leigos, não tem grande diferença em ser na terceira dimensão. O que importa é que a força esteja com todos que compartilham a paixão por essa Galáxia Muito Muito Distante reconstruindo a magia do cinema.
Foi com essa consciência que o Conselho Jedi Bahia (sim, existe esse conselho), invadiu o UCI Iguatemi na última terça-feira vestido a caráter. Tinha todo tipo de Sith e Jedi, além de soldados da Aliança esperando ansiosamente por mais uma dose de aventura. O cuidado com a fantasia era tanto que um dos líderes do conselho, João Marcelo, trazia uma trança no cabeço representando o símbolo do padawan, já que seu personagem Obi Wan Kenobi ainda não era um Jedi no Episódio 1. Segundo ele, ia ser difícil ter que aturar Jar Jar Binks em 3D, mas vale tudo por Star Wars.
De fato, o personagem Jar Jar Binks é a pior coisa do primeiro filme da Saga. Atrapalhado, sem graça, tolo e extremamente chato, o Gungan irrita em todos os momentos em que está na tela. Seja apanhando ou de boca fechada, Jar Jar Binks é uma tentativa forçada de trazer graça ao filme, tentando conquistar novas gerações de crianças. Algo semelhante ao que George Lucas já tinha feito em O Retorno de Jedi ao inserir as criaturinhas Ewoks na lua de Endor. Não percebe ele que a dupla R2D2 e C3PO já vale qualquer graça e brincadeira. Um dos melhores momentos do filme é o primeiro encontro dos dois, quando C3PO ainda é um dróide inacabado.
Outro chamariz para o filme é a presença de Natalie Portman, ainda longe do Oscar, como a rainha Amidala. Mesmo já tendo surpreendido o mundo com sua interpretação em O Profissional, Portman aqui não convence como uma grande atriz, parece estar em alguma espécie de piloto automático. Da mesma forma que Ewan McGregor faz número como Obi-Wan Kenobi, principalmente porque seu personagem quase não tem mesmo função nesse filme. Quem rouba a cena é mesmo Liam Neeson, como o Jedi Qui-Gon Jinn. Ele sim, passa a verdade do seu personagem, seu drama, sua trajetória trágica.
Outro grande problema da retomada da origem da Saga é o vilão. Darth Maul é apenas uma sombra de vilão, literalmente, já que o verdadeiro vilão da série é o senador e futuro imperador Palpatine. Mas, ainda assim, o personagem não tem nenhuma consistência, aparece poucas vezes em cena, e sua única função é lutar com Qui-Gon Jinn e Obi-Wan. É frágil, não tem a menor profundidade, não dá medo como dava ver Darth Vader ameaçando a todos.
Por fim, Episódio 1 é um filme sem alma. Um remendo de diversas situações de diversos filmes diferentes. Até a destruição da nave de controle da Federação é muito semelhante a destruição da Estrela da Morte no Episódio 6, até o grito de Anakin saindo em velocidade do local lembra Lando saindo na Millennium Falcon. Isso sem falar na melhor cena do filme, a corrida de Pods, que é claramente inspirada em Ben-Hur.
Mas, como disse João Marcelo, "é Star Wars e pela Saga vale a emoção dos fãs". Não tem novidade, não tem novos efeitos que chamem a atenção de leigos, não tem grande diferença em ser na terceira dimensão. O que importa é que a força esteja com todos que compartilham a paixão por essa Galáxia Muito Muito Distante reconstruindo a magia do cinema.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Que a Força esteja com vocês
2012-02-12T08:56:00-02:00
Amanda Aouad
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