
São quatro filmes que chegam às telas hoje. Entre eles um dos mais esperados do ano: Jogos Vorazes. Dirigido por Gary Ross, tendo Jennifer Lawrence no elenco, o filme é uma adaptação da trilogia de autoria de Suzanne Collins. Os livros lançados a partir de 2008 são ambientados em um mundo pós-apocalíptico onde jovens de 12 a 18 anos são selecionados anualmente para participar de um programa de televisão onde deverão lutar até a morte, sobrevivendo apenas um. Nos Estados Unidos, o sucesso está tanto que os ingressos da primeira semana esgotaram, vamos ver se aqui também será assim.
Estreia também Pina, o documentário de Wim Wenders sobre a coreógrafa alemã Pina Bausch. O filme foi um dos indicados ao Oscar na categoria e tem um formato bastante inovador, flertando com vídeos arte. Destaque para a tecnologia 3D, muito bem aplicada aqui, nos fazendo sentir realmente na platéia daquele espetáculo. São imagens incríveis que valem a pena serem vistas na tela grande, em uma projeção 3D.
As Flores de Kirkuk, filme do italiano Fariborz Kamkari, retrata o drama da médica Najla que tem que escolher entre seus sonhos e as tradições de sua família, também é destaque nos cinemas. Ela decide voltar da Itália, onde estudava, para Kirkuk a fim de encontrar seu noivo, um lutador da resistência. Najla segue seu noivo durante o genocídio curdo, num relato que tem como pano de fundo um dos capítulos mais brutais da história iraquiana.
Outro filme que chega às telas é o documentário Raul Seixas: O Início, o Fim e o Meio, dirigido por Walter Carvalho. Uma obra completa e fácil de acompanhar devido à genialidade do artista retratado. No filme conhecemos toda a história de Raul desde criança ainda em Salvador como fã de Elvis Presley, passando por todas as fases, parceiros, esposas, filhas e amigos. Isso sem falar nas polêmicas como a Sociedade Alternativa, a doença e o retorno aos palcos ao lado de Marcelo Nova.
Pegando gancho na estreia do filme de Raul Seixas, indico três bons documentários musicais.

Direção: Fernando Grostein Andrade
Registra a turnê A Foreign Sound, de Caetano Veloso, por São Paulo, EUA e Japão. Sempre colocado no música, o diretor explora a linguagem, deixando Caetano à vontade para falar sobre seus pensamentos a respeito da música, carreira e vida. Uma verdadeira jornada seguir Caetano e suas divagações, recheadas de momentos ímpares como a emoção de Michelangelo Antonioni ao rever uma cena sua, a piada de ver Pedro Almodóvar falando em inglês e no meio da fala se perguntar porque estaria falando naquela língua ou a resposta de Caetano a uma crítica de Hermeto Pascoal.

Direção: Georges Gachot
Não é uma simples compilação de depoimentos que constroem a vida de Nana Caymmi. Rio Sonata busca um sentido macro, uma poesia, uma construção fílmica que encadeia a história da cantora. É gostoso de assistir, nos conduz em uma história bonita, envolvente, de uma personagem carismática e cheia de talento.

Direção: Georges Gachot
Poético sem deixar de ser biográfico, o filme sobre a cantora Maria Bethânia é bastante sensível, captando a alma da artista e emocionando mesmo aqueles que não são fãs dela. Mais focado em construir o processo criativo e a essência da música do que descrever a trajetória de Bethânia, Música é Perfume é outro bom exemplo de documentário que repensa a linguagem.