Battleship – A Batalha dos Mares
Quem nunca jogou Batalha Naval? O joguinho simples criado nos anos 30 que já deve algumas versões, inclusive online, sempre foi uma diversão interessante. Descobrir as coordenadas dos navios inimigos para conseguir atingi-los antes que ele atinja os seus podia nos entreter por horas. Quando o capitão Yugi Nagata dá a ideia de localização que os radares não estavam conseguindo, temos um vislumbre daquele jogo. São apenas alguns minutos dentro de um filme longo, que servem como inspiração e ponto de partida de uma aventura tola.
O mote é esse, uma justificativa para uma batalha no mar. Para isso, os roteiristas Erich Hoeber e Jon Hoeber encontraram um motivo para reunir toda a frota da marinha mundial em um evento especial e trouxe a eles alienígenas estranhos que desabam em nosso Oceano Pacífico e não possuem naves capazes de voar. Suas máquinas, no máximo, saltam entre as águas e comandam uma batalha, primeiro privada, em uma área protegida por um enorme campo de força, depois ampla, pelo domínio da Terra. Pelo menos isso é o que os humanos subentendem, já que os alienígenas se resumem a atirar e tentar telefonar para casa a exemplo do famoso E.T. de Spielberg.
Mas, claro que uma batalha assim não poderia ser tão impessoal. Então, temos o nosso protagonista interpretado por Taylor Kitsch, o mesmo herói que encarnou John Carter no recente filme da Disney. O tenente Alex Hopper possui duas apresentações quase desnecessárias para demonstrar sua personalidade rasa e sua motivação futura de tomar as rédeas da situação e se tornar o comandante da batalha. Um rapaz irresponsável, que nunca conseguiu um trabalho e não tinha perspectiva de futuro, após uma situação onde deveria ser preso por vandalismo acaba sendo arrastado pelo irmão para a Marinha. Lá, continua com um gênio forte e é considerado um desperdício de talento, mas tudo poderá mudar com o início da batalha. Engraçado são as escolhas para nos demonstrar tudo isso, principalmente com a partida de futebol em pleno mar.
Sim, porque estamos em pleno mar, apesar de nada se assemelhar com a profundidade das palavras de Castro Alves. A Marinha reunida, o mocinho, a mocinha que é filha do almirante vivido por Liam Neeson, o irmão responsável, os jovens destemidos, e claro, os alienígenas que foram convidados para a festa em um radar apresentado entre uma cena ou outra durante o primeiro ato e que, ao chegarem, perceberam humanos aparentemente despreparados, mas com muita vontade de defender seu planeta.
Uma coisa que chama a atenção em Battleship – A Batalha dos Mares é a mudança de paradigma norte-americano, se Independence Day era todo centralizado nos Estados Unidos, e claro, no dia 04 de julho. Aqui temos uma aventura mundial melhor distribuída. A batalha é no Oceano Pacífico, a cidade destruída no impacto inicial é Hong Kong e, apesar de os heróis continuarem a ser norte-americanos, há uma cúpula mundial que busca decidir os caminhos da humanidade. Pode parecer besteira, mas é um indício que de a filosofia de dominação difundida em todos os filmes hollywoodianos começa a ter que ser repaginada com um ar de mundial, afinal, os Estados Unidos não são mais o centro do mundo.
No mais, é tudo uma grande oportunidade para testar belos efeitos especiais e muita cena de ação. E Peter Berg consegue realizar um bom trabalho. Tudo é bastante tenso, com muita adrenalina e um ótimo ritmo para atrair multidões. A tecnologia evoluiu a um nível tal que fica até difícil existir filmes assim mal realizados. A roupagem engana bem, disfarçando a falta de conteúdo, e parece ditar a nova onda dos filmes entretenimento com maestria. E não deixa de ser surpreendente um filme assim não ter aderido a última tecnologia caça-níqueis do cinema, a projeção em 3D. De qualquer forma, é um visual que impressiona.
Battleship – A Batalha dos Mares é aquilo que se esperava dele, não podemos criticar o que não nos engana. Uma grande desculpa para criar mais batalhas mirabolantes entre terráqueos e alienígenas, demonstrando a força de nosso povo guerreiro que não deixará de defender o próprio planeta. Só que agora é a vez de ver como homens da água demonstram seu valor.
Battleship – A Batalha dos Mares (Battleship, 2011 / EUA)
Direção: Peter Berg
Roteiro: Erich Hoeber e Jon Hoeber
Com: Taylor Kitsch, Liam Neeson, Alexander Skarsgard, Rihanna.
Duração: 113 min.
O mote é esse, uma justificativa para uma batalha no mar. Para isso, os roteiristas Erich Hoeber e Jon Hoeber encontraram um motivo para reunir toda a frota da marinha mundial em um evento especial e trouxe a eles alienígenas estranhos que desabam em nosso Oceano Pacífico e não possuem naves capazes de voar. Suas máquinas, no máximo, saltam entre as águas e comandam uma batalha, primeiro privada, em uma área protegida por um enorme campo de força, depois ampla, pelo domínio da Terra. Pelo menos isso é o que os humanos subentendem, já que os alienígenas se resumem a atirar e tentar telefonar para casa a exemplo do famoso E.T. de Spielberg.
Mas, claro que uma batalha assim não poderia ser tão impessoal. Então, temos o nosso protagonista interpretado por Taylor Kitsch, o mesmo herói que encarnou John Carter no recente filme da Disney. O tenente Alex Hopper possui duas apresentações quase desnecessárias para demonstrar sua personalidade rasa e sua motivação futura de tomar as rédeas da situação e se tornar o comandante da batalha. Um rapaz irresponsável, que nunca conseguiu um trabalho e não tinha perspectiva de futuro, após uma situação onde deveria ser preso por vandalismo acaba sendo arrastado pelo irmão para a Marinha. Lá, continua com um gênio forte e é considerado um desperdício de talento, mas tudo poderá mudar com o início da batalha. Engraçado são as escolhas para nos demonstrar tudo isso, principalmente com a partida de futebol em pleno mar.
Sim, porque estamos em pleno mar, apesar de nada se assemelhar com a profundidade das palavras de Castro Alves. A Marinha reunida, o mocinho, a mocinha que é filha do almirante vivido por Liam Neeson, o irmão responsável, os jovens destemidos, e claro, os alienígenas que foram convidados para a festa em um radar apresentado entre uma cena ou outra durante o primeiro ato e que, ao chegarem, perceberam humanos aparentemente despreparados, mas com muita vontade de defender seu planeta.
Uma coisa que chama a atenção em Battleship – A Batalha dos Mares é a mudança de paradigma norte-americano, se Independence Day era todo centralizado nos Estados Unidos, e claro, no dia 04 de julho. Aqui temos uma aventura mundial melhor distribuída. A batalha é no Oceano Pacífico, a cidade destruída no impacto inicial é Hong Kong e, apesar de os heróis continuarem a ser norte-americanos, há uma cúpula mundial que busca decidir os caminhos da humanidade. Pode parecer besteira, mas é um indício que de a filosofia de dominação difundida em todos os filmes hollywoodianos começa a ter que ser repaginada com um ar de mundial, afinal, os Estados Unidos não são mais o centro do mundo.
No mais, é tudo uma grande oportunidade para testar belos efeitos especiais e muita cena de ação. E Peter Berg consegue realizar um bom trabalho. Tudo é bastante tenso, com muita adrenalina e um ótimo ritmo para atrair multidões. A tecnologia evoluiu a um nível tal que fica até difícil existir filmes assim mal realizados. A roupagem engana bem, disfarçando a falta de conteúdo, e parece ditar a nova onda dos filmes entretenimento com maestria. E não deixa de ser surpreendente um filme assim não ter aderido a última tecnologia caça-níqueis do cinema, a projeção em 3D. De qualquer forma, é um visual que impressiona.
Battleship – A Batalha dos Mares é aquilo que se esperava dele, não podemos criticar o que não nos engana. Uma grande desculpa para criar mais batalhas mirabolantes entre terráqueos e alienígenas, demonstrando a força de nosso povo guerreiro que não deixará de defender o próprio planeta. Só que agora é a vez de ver como homens da água demonstram seu valor.
Battleship – A Batalha dos Mares (Battleship, 2011 / EUA)
Direção: Peter Berg
Roteiro: Erich Hoeber e Jon Hoeber
Com: Taylor Kitsch, Liam Neeson, Alexander Skarsgard, Rihanna.
Duração: 113 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Battleship – A Batalha dos Mares
2012-05-12T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
acao|critica|Liam Neeson|Taylor Kitsch|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
Tem uma propaganda em que a Dove demonstra como o padrão de beleza feminino é construído pelo mercado publicitário . Uma jovem com um rost...
-
Muitos filmes eróticos já foram realizados. Fantasias sexuais, jogo entre dominação e dominado, assédios ou simplesmente a descoberta do pr...
-
Brazil , dirigido por Terry Gilliam em 1985, é uma obra que supera todos os rótulos que a enquadrariam como apenas uma distopia . Seu mundo...
-
O desejo de todo ser humano é ser amado e se sentir pertencente a algo. Em um mundo heteronormativo, ser homossexual é um desafio a esse des...
-
O dia de hoje marca 133 anos do nascimento de John Ronald Reuel Tolkien e resolvi fazer uma pequena homenagem, me debruçando sobre sua vid...
-
Em determinada cena no início da obra, Maria Callas está em pé na cozinha, cantando enquanto sua governanta faz um omelete para o café da m...
-
Encarar o seu primeiro longa-metragem não é fácil, ainda mais quando esse projeto carrega tamanha carga emocional de uma obra sobre sua mãe....
-
Agora Seremos Felizes (1944), ou Meet Me in St. Louis , de Vincente Minnelli , é um dos marcos do cinema americano da década de 1940 e exe...
-
Poucas obras na literatura evocam sentimentos tão contraditórios quanto O Morro dos Ventos Uivantes , o clássico gótico de Emily Brontë . A...