
"A
toalha é um dos objetos mais úteis para um
mochileiro interestelar. Em parte devido a seu valor prático: você pode usar a
toalha como agasalho quando atravessar as frias luas de Beta de Jagla; pode deitar-se sobre ela nas reluzentes praias de areia marmórea de Santragino V, respirando os inebriantes vapores marítimos; você pode dormir debaixo dela sob as estrelas que brilham avermelhadas no mundo desértico de Kakrafoon; pode usá-la como vela para descer numa minijangada as águas lentas e pesadas do rio Moth; pode umedecê-la e utilizá-la para lutar em um combate corpo a corpo; enrolá-la em torno da cabeça para proteger-se de emanações tóxicas ou para evitar o olhar da Terrível Besta Voraz de Traal (um animal estonteantemente burro, que acha que, se você não pode vê-lo, ele também não pode ver você - estúpido feito uma anta, mas muito, muito voraz); você pode agitar a
toalha em situações de emergência para pedir socorro; e naturalmente pode usá-la para enxugar-se com ela se ainda estiver razoavelmente limpa".
Douglas Adams,
Guia do Mochileiro das Galáxias, Cap. 3.

Pois é, por causa dessa descrição tão apaixonada, os fãs de
Douglas Adams resolveram homenageá-lo após a sua morte, carregando por um dia inteiro uma
toalha. Afinal, sabe-se lá quando precisaremos pedir carona para alguma nave interestrelar. Brincadeiras a parte, o dia 25 de maio passou a ser conhecido como o
Dia da Toalha desde a primeira homenagem em 2001. É também, o
Dia Mundial do Orgulho Nerd, já que foi nessa data que o filme Guerra nas Estrelas, mais tarde rebatizado de
Episódio IV, Uma Nova Esperança tinha sua première. Esse ano de 2013, ele ganha um significado ainda maior para os fãs de Star Wars, já que fazem exatamente 30 anos que foi lançado
O Retorno de Jedi, conclusão da trilogia original. Ou seja, 25 de maio é mesmo uma data-chave.
Mas, como já falei bastante de
Star Wars em outro
post sobre o tema, quero falar um pouco mais sobre
Guia do Mochileiro das Galáxias e o filme lançado em 2005.
Dirigido por
Garth Jennings, o
filme conta a história de Arthur Dent, um pacato inglês que adora tomar seu chá vespertino e se vê em uma
aventura pelo espaço com o amigo Ford, quando o
planeta Terra é destruído. É muito bem feita a construção em paralelo da
destruição da casa de Arthur para construção de uma estrada e da
Terra para construção de uma rota estrelar. Os mínimos detalhes, até na informação de que os planos estavam à disposição e que poderíamos ter reclamado antes do ato em si.

O tom do
filme é mesmo o da farsa. Tudo é muito
irônico, com um humor ácido e divertido, trazendo coisas absurdas como Marvin, o robô depressivo, ou as duas criaturas em busca da pergunta definitiva. Isso sem falar no presidente vivido por
Sam Rockwell com suas duas cabeças e a raça alienígena burocrática Vogons.
Claro, todo esse mundo fascinante foi construído por
Douglas Adams no livro, mas o
filme consegue nos passar esse fascínio a contento, principalmente em sua parte inicial, com a apresentação dos personagens do universo fílmico. A ideia de intercalar a história com partes do
Guia dos Mochileiros é também bem-vinda. Nesse contexto, não funciona como uma quebra e ainda nos faz sentido um pouco como Arthur lendo o manual essencial de
sobrevivência.

O
filme, no entanto, parece que vai perdendo um pouco o fôlego à medida que avança na
aventura. As piadas vão ficando repetitivas e cansativas. Ainda que muita coisa continue
divertida e irônica. A arma para entender o adversário, por exemplo, é sensacional. E traz desdobramentos inteligentes que ajudam na resolução de tudo aquilo. Assim como a revelação dos seres mais inteligentes da Terra. É interessante que, no início, a narração nos apresenta os
golfinhos como os segundos mais inteligentes e o homem como o terceiro. Mas, e o primeiro? A revelação não deixa de ser irônica também.
Aliás, falando em
golfinhos, a música, "So long and thanks for all the fish" ("adeus e obrigado pelos peixes") é algo de incrível. Animada e repleta de
ironia, fica ainda melhor com todos aqueles golfinhos pulando e dando cambalhotas. Um dos grandes momentos do filme, tanto que retorna nos créditos. Uma pena que todo o
filme não seja assim.

De qualquer maneira,
O Guia do Mochileiro das Galáxias não chega a ser um
filme ruim. Muito por causa do
universo que adapta, mas tem bons momentos. Carece, no entanto de
ritmo e de um roteiro melhor desenvolvido. Perde-se muito tempo no espaço para construir as resoluções de maneira apressada. E no final, não temos vontade de continuar a jornada com Arthur, nem mesmo nos importamos para onde ele vai. Uma pena. O potencial era imenso.
O Guia do Mochileiro das Galáxias (The Hitchhiker's Guide to the Galaxy, 2005)
Direção: Garth Jennings
Roteiro: Douglas Adams e Karey Kirkpatrick
Com: Martin Freeman, Mos Def, Sam Rockwell, Zooey Deschannel e John Malkovich.
Vozes: Alan Rickman e Helen Mirren
Duração: 109 min.
Resultado da Promoção Billy Bottons

E, como prometemos, aqui os grandes vencedores de uma cartela com quatro bottons cada com temas do universo Nerd. Lembrando que essa promoção foi uma parceria do
CinePipocaCult com a
Billy Bottons.
Vencedores pelo Twitter
Sorteio
1.
@sandracmmir
2.
@ZugoCst
3.
@claritasalgado
4.
@Senhor_H
Vencedores Pelo Facebook
Sorteio
1. Vinicius Alves
2. Liliane Santos
3. Marcio Melo
4. Adriano de Pinho
Parabéns a todos! Enviem endereço completo para
cinepipocacult@gmail.com até dia 31/05/2013.