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Cinefoot: Paixão pelo Cinema e pelo Futebol

CinefootPrimeira experiência do Cinefoot em Salvador teve um saldo positivo. Após quatro edições no Rio de Janeiro e São Paulo, o festival chegou à capital baiana com uma seleção de melhores filmes que já passaram por lá. Além de juntar futebol e cinema, uma das características do Cinefoot é ter sessões gratuitas, ampliando o acesso do público.

Infelizmente, dos quatros dias do evento aqui, só pude conferir o último. Mas, foram boas experiências.


Partida Internacional

(Alemanha, 2011)
Direção: Nadine Schrader e Sven Schrader

Esse micro-curta traz uma piada final bem divertida, que faz o filme fazer realmente sentido. Toda a ação se passa dentro de um carro, com o motorista ouvindo no rádio uma partida entre Alemanha e Argentina pela semi-final da Copa do Mundo. A câmera fica praticamente fechada nele, acompanhando suas reações a cada lance da narração empolgante. Aliás, como toda narração de futebol em rádio.

O interessante é podermos acompanhar isso sem muitas explicações. Não sabemos o ano, os detalhes, o contexto. Apenas, vemos um torcedor torcendo enquanto dirige. E a revelação final do que realmente significa aquilo é o mais divertido. Um curta feito para brincar com a paixão pelo futebol.

Geral

(Brasil, 2010)
Direção: Anna Azevedo

A Geral do Maracanã era a própria representação do povo e o futebol. Um espaço concentrado, onde as pessoas não apenas assistiam ao jogo amontoadas. Elas, de fato, participavam da festa, como o décimo segundo jogador. Com o Novo Maracanã, esse espaço deixou de existir, mas antes disso, Anna Azevedo registrou a sensação que era estar ali.

Geral (Brasil, 2010)O filme é construído com depoimentos e imagens da geral. Mas, a criatividade está em como isso é dosado. A maioria dos depoimentos vem em voz over, com imagens da geral vazia. E quando a vemos em jogos, lotada, estamos apenas ali, acompanhando a movimentação, as rezas, os xingamentos, as comemorações, as provocações entre torcidas.

Geral nos passa o verdadeiro sentimento do amor de um povo por um time e um esporte, com seus casos curiosos como o torcedor apito, que influenciou uma partida, ou a eterna rixa do Fla x Flu. Nos sentimos ali também, participando de tudo isso.

Três no Tri

(Brasil, 2013)
Direção: Eduardo Souza Lima

Este curta traz um viés diferente da maioria dos filmes de futebol. Ele fala dos fotógrafos esportivos. As dificuldades do trabalho, a forma como se posicionam para conseguir o melhor ângulo e o esquema que era preciso para enviar as fotos para a revista a tempo, em uma época em que se dependia da revelação e do envio físico das imagens.

Três no Tri (Brasil, 2013)É aí que o filme se concentra em Orlando Abrunhosa, verdadeiro foco do documentário, e sua foto mais famosa. A comemoração de Pelé, Tostão e Jairzinho após o gol contra a Tchecoslováquia na Copa do Mundo de 1970. Esta foto já foi reproduzida milhares de vezes no mundo, muitas sem créditos. E o fotógrafo conta em detalhes como foi que a conseguiu.

O curta trabalha bem a forma como a história vai sendo contada entre depoimentos, imagens de arquivo e a foto famosa sendo revelada à moda antiga.


Memórias de Chumbo - O futebol nos tempos do Condor: Chile

(Brasil, 2012)
Direção: Lúcio de Castro

Por último, tem o média-metragem Memória de Chumbo feito pela ESPN. Em seu formato clássico televisivo, o documentário não traz uma construção de linguagem que chame a atenção, porém, o tema é extremamente importante. Fala sobre a questão do futebol durante a ditadura no Chile. A ESPN também fez documentários na mesma série contando a mesma relação entre ditadura e futebol no Uruguai, Argentina e Brasil.

Memórias de Chumbo - O futebol nos tempos do Condor: Chile (Brasil, 2012)Temos depoimentos impressionantes sobre o massacre dentro do Estádio Mundial que virou cenário de prisões e torturas. Os jogadores da União Soviética se recusando a jogar lá e o Chile ganhando a partida por WO. O jogador que se recusou a apertar a mão do ditador Pinochet e teve como represália sua mãe presa e torturada. Ou o cantor que, por suas músicas de protesto, viu sua esposa e filho assassinados.

Tudo isso, enquanto o governo tentava distrair o público com o futebol, ainda que o Chile não tenha conseguido façanhas como o Brasil Tri-Campeão Mundial. Aliás, a colaboração entre as duas ditaduras é tratada também no filme, não apenas com militares brasileiros torturando presos políticos no Estádio Mundial. Como com acordos às pressas, a exemplo da partida entre o Chile e o Santos, para apagar a vergonha que foi o WO contra a União Soviética.

O maior mérito do documentário é, então, este resgate histórico de um período nefasto para o Chile que só terminou em 1988, com um plebiscito popular, como foi mostrado no filme No.

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