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Turbo
Turbo
Em um ano fraco para as animações, a DreamWorks nos apresenta uma trama surreal, com pitadas simbólicas e divertidas. Mas, que, no fundo, não passa de mais uma trama clichê de sonhos e superação.
Theo é um caracol de jardim que sonha com a velocidade. Seu ídolo é o campeão da Fórmula Indy Guy Gagné que ele revê todos os dias em fitas abandonadas em uma garagem. Seu irmão Chet se irrita com esse lado sonhador que o atrapalha de focar no trabalho diário de catar tomates. Mas, tudo muda quando um acidente deixa Theo mais veloz que muitos carros. O que parecia impossível, então, pode tornar-se realidade, Theo, agora com o codinome Turbo pode participar das 500 Milhas de Indianápolis.
Se tem uma questão essencial para a verossimilhança em uma trama é o pacto ficcional. Acertam-se quais as regras daquele mundo e tudo certo. Homem pode voar, viagens no tempo podem acontecer, bichos podem conversar e ser mais inteligentes que os humanos e por aí vai. Uma questão complicada em Turbo é que tudo é construído de uma maneira muito realista. Mesmo conversando entre si, Turbo não conversa com seres humanos, por exemplo. E se as regras são do nosso mundo é muito fora do contexto um caracol correr em meio a carros de corrida caríssimos em uma das principais provas do automobilismo mundial.
Por mais que Turbo seja um super-herói nos mesmo moldes da maioria dos heróis da Marvel, é complicado. Afinal, Theo sofre um acidente, ganha super-poderes e tem sua missão. Mas, ao ultrapassar os limites do seu próprio mundo para se igualar, mais do que a um ser humano, a um carro, fica muito complicado comprar a ideia. Que ele ficasse como uma atração à parte, até experimentasse uma pista de corrida de verdade, mas correr de fato, força um pouco o bom senso. E mesmo em uma animação isso acaba causando problemas, exatamente porque o universo foi criado realista demais.
De qualquer maneira, o sonho do caracolzinho é construído de uma maneira que cativa e diverte. Principalmente, ao ter como contraponto o Tito, o mexicano também sonhador que adota Theo e o leva a Indianápolis. Assim como Theo tem Chet, Tito tem Angelo, o irmão sério, trabalhador que fica podando seus sonhos. E diversas vezes o filme brinca com isso, colocando até mesmo as duas duplas de irmãos discutindo ao mesmo tempo.
A maior diferença entre Theo e Tito, é que Tito é bobo e burro demais, sendo completamente conduzido pelo caracol. É Theo quem dá a ideia da corrida, que consegue uma forma de se inscrever. É ele até que se dá o nome de Turbo, precisando da ajuda de um grupo de caracóis de corrida para fazer Tito entender. Não precisava exagerar tanto no estereótipo do bobo. Como não precisava exagerar no estereótipo do vilão em outro personagem. Principalmente na resolução da trama, um detalhe destrói o que poderia ser um final até emocionante.
Mas, se tem uma qualidade em Turbo é a técnica. A animação é muito bem feita, impressiona nos detalhes, na construção de profundidade de campo, no 3D que nos dá uma imersão na trama, principalmente nas cenas de corrida. É tudo construído de uma maneira muito realista e detalhista. O visual impressiona.
Há também uma boa construção da transformação de Turbo, piadas divertidas com um carro, pois é como se o caracol se transformasse em um. Com direito a faróis, "motor" e até rádio. É interessante também a forma como eles se utilizam do costume atual da internet, quando o garotinho posta o vídeo dizendo "nossa, como é veloz" e logo ele se torna um viral, com direito a paródias musicais feitas no AutoTune. Mas, outras piadas repetitivas como a questão do corvo pegando um caracol a cada dia, conta ponto negativo.
No final das contas, Turbo não chega a ser uma animação ruim. É absurda se pararmos para analisar o que estamos assistindo, mas é uma construção divertida, principalmente para as crianças pequenas e do sexo masculino que sempre se interessam mais por carros, corridas e até mesmo, super-heróis. Levando apenas para o lado simbólico, é mais um garoto sonhando com seu ídolo e uma maneira de seguir os seus passos, sem nunca desistir ou achar que é impossível. Quem nunca brincou assim?
Turbo (Turbo, 2013 / EUA)
Direção: David Soren
Roteiro: Darren Lemke, Robert D. Siegel
Vozes Originais: Ryan Reynolds, Paul Giamatti, Samuel L. Jackson, Michael Peña, Luis Guzmán, Snoop Dogg
Vozes versão brasileira: Bruno Garcia e Ísis Valverde
Duração: 96 min.
Theo é um caracol de jardim que sonha com a velocidade. Seu ídolo é o campeão da Fórmula Indy Guy Gagné que ele revê todos os dias em fitas abandonadas em uma garagem. Seu irmão Chet se irrita com esse lado sonhador que o atrapalha de focar no trabalho diário de catar tomates. Mas, tudo muda quando um acidente deixa Theo mais veloz que muitos carros. O que parecia impossível, então, pode tornar-se realidade, Theo, agora com o codinome Turbo pode participar das 500 Milhas de Indianápolis.
Se tem uma questão essencial para a verossimilhança em uma trama é o pacto ficcional. Acertam-se quais as regras daquele mundo e tudo certo. Homem pode voar, viagens no tempo podem acontecer, bichos podem conversar e ser mais inteligentes que os humanos e por aí vai. Uma questão complicada em Turbo é que tudo é construído de uma maneira muito realista. Mesmo conversando entre si, Turbo não conversa com seres humanos, por exemplo. E se as regras são do nosso mundo é muito fora do contexto um caracol correr em meio a carros de corrida caríssimos em uma das principais provas do automobilismo mundial.
Por mais que Turbo seja um super-herói nos mesmo moldes da maioria dos heróis da Marvel, é complicado. Afinal, Theo sofre um acidente, ganha super-poderes e tem sua missão. Mas, ao ultrapassar os limites do seu próprio mundo para se igualar, mais do que a um ser humano, a um carro, fica muito complicado comprar a ideia. Que ele ficasse como uma atração à parte, até experimentasse uma pista de corrida de verdade, mas correr de fato, força um pouco o bom senso. E mesmo em uma animação isso acaba causando problemas, exatamente porque o universo foi criado realista demais.
De qualquer maneira, o sonho do caracolzinho é construído de uma maneira que cativa e diverte. Principalmente, ao ter como contraponto o Tito, o mexicano também sonhador que adota Theo e o leva a Indianápolis. Assim como Theo tem Chet, Tito tem Angelo, o irmão sério, trabalhador que fica podando seus sonhos. E diversas vezes o filme brinca com isso, colocando até mesmo as duas duplas de irmãos discutindo ao mesmo tempo.
A maior diferença entre Theo e Tito, é que Tito é bobo e burro demais, sendo completamente conduzido pelo caracol. É Theo quem dá a ideia da corrida, que consegue uma forma de se inscrever. É ele até que se dá o nome de Turbo, precisando da ajuda de um grupo de caracóis de corrida para fazer Tito entender. Não precisava exagerar tanto no estereótipo do bobo. Como não precisava exagerar no estereótipo do vilão em outro personagem. Principalmente na resolução da trama, um detalhe destrói o que poderia ser um final até emocionante.
Mas, se tem uma qualidade em Turbo é a técnica. A animação é muito bem feita, impressiona nos detalhes, na construção de profundidade de campo, no 3D que nos dá uma imersão na trama, principalmente nas cenas de corrida. É tudo construído de uma maneira muito realista e detalhista. O visual impressiona.
Há também uma boa construção da transformação de Turbo, piadas divertidas com um carro, pois é como se o caracol se transformasse em um. Com direito a faróis, "motor" e até rádio. É interessante também a forma como eles se utilizam do costume atual da internet, quando o garotinho posta o vídeo dizendo "nossa, como é veloz" e logo ele se torna um viral, com direito a paródias musicais feitas no AutoTune. Mas, outras piadas repetitivas como a questão do corvo pegando um caracol a cada dia, conta ponto negativo.
No final das contas, Turbo não chega a ser uma animação ruim. É absurda se pararmos para analisar o que estamos assistindo, mas é uma construção divertida, principalmente para as crianças pequenas e do sexo masculino que sempre se interessam mais por carros, corridas e até mesmo, super-heróis. Levando apenas para o lado simbólico, é mais um garoto sonhando com seu ídolo e uma maneira de seguir os seus passos, sem nunca desistir ou achar que é impossível. Quem nunca brincou assim?
Turbo (Turbo, 2013 / EUA)
Direção: David Soren
Roteiro: Darren Lemke, Robert D. Siegel
Vozes Originais: Ryan Reynolds, Paul Giamatti, Samuel L. Jackson, Michael Peña, Luis Guzmán, Snoop Dogg
Vozes versão brasileira: Bruno Garcia e Ísis Valverde
Duração: 96 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Turbo
2013-07-22T07:30:00-03:00
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