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Leandro Hassum
Roberto Santucci
Até Que a Sorte Nos Separe 2
Até Que a Sorte Nos Separe 2
Na época do lançamento de Até Que a Sorte Nos Separe, comparei a Se Eu Fosse Você. Comédias divertidas, descompromissadas e com um certo cuidado na trama que as tornam mais do que um simples besteirol. Uma pena que a continuação não conseguiu seguir o mesmo caminho do filme de Daniel Filho que repetiu o padrão com mais charme e coerência.
Porque repetir a fórmula não chega a ser um pecado mortal, diversas continuações caíram nessa mesma armadilha e conseguiram fazer filmes divertidos como Esqueceram de Mim 2, Mudança de Hábito 2 ou o já citado Se Eu Fosse Você 2. Mas, aqui, Paulo Cursino e Chico Soares forçaram tanto a situação que tornou o filme um emaranhado de bobagens pouco críveis.
Tinho começa o filme pobre, junto com sua mulher Jane, que é a mesma personagem apesar da mudança de atriz, e os filhos. Poderia ser um filme engraçado e divertido sobre as dificuldades de viver sem dinheiro depois de experimentar o luxo. Mas, os roteiristas preferem dar uma herança à família e levá-los à Las Vegas para cumprir o último desejo do tio rico. Poderia, então, ser uma aventura atrapalhada de uma família suburbana nos States. Mas, não. E aí começam os problemas.
Assim como o primeiro filme, a premissa da continuação tinha que ser Tinho rico, esbanjar dinheiro até ficar pobre, tentar esconder isso da esposa e continuar as trapalhadas de sempre. A solução é, então, fazer o personagem perder 50 milhões de reais em uma noite no cassino. E como não se dão por satisfeitos, ele ainda perde mais 10 milhões que pegou emprestado da máfia Mexicana. A trama, então, será fugir desses bandidos, enquanto continua mentindo para a esposa.
Leandro Hassum é um humorista incrível. Tem timing, só de vê-lo em tela já dá vontade de rir. Mas, nem ele consegue segurar uma sinopse tão forçada. Nem a adição de participações de peso como Arlete Salles e Berta Loran, ou mesmo a micro-aparição de Jerry Lewis salvam a sessão. O filme é sem-graça e força nas piadas de situação, inclusive com o fato de Hassum ser gordo, como na cena de strip-tease.
Isso sem falar na mudança de Danielle Winits para Camila Morgado, que é melhor atriz, mas não funcionou no papel. A única parte realmente engraçada é sua primeira aparição, onde fazem uma brincadeira com a mudança da atriz. Em compensação, a presença da mesma acaba gerando uma piada sem noção, em uma referência a sua participação no filme Olga de Jayme Monjardim. Como se já não bastasse, a atriz ainda protagoniza uma cena que faz referência a Psicose.
Divertido mesmo são os créditos, onde podemos ver as cenas dos erros de gravação. Dá para perceber que o elenco se divertiu mais que a plateia. Inclusive Anderson Silva que faz uma piada com a própria voz que leva todo o set de gravação às gargalhadas. Diante de tantas brincadeiras, nosso humor acaba se renovando e perdoamos a maioria dos absurdos que vimos em tela.
Até Que a Sorte Nos Separe 2 é o retrato do cinema nacional atual em busca de público fácil. Comédias deram certo, então, vamos fazer comédias. Se algumas delas batem recordes de bilheteria, então, vamos repetir a dose com continuações. Nada contra, é um pensamento mercadológico que fez a indústria cinematográfica dos Estados Unidos. Mas, diante da quantidade, tá cada vez mais difícil pescar qualidade.
Até Que a Sorte Nos Separe 2 (Até Que a Sorte Nos Separe 2, 2013 / Brasil)
Direção: Roberto Santucci
Roteiro: Paulo Cursino, Chico Soares
Com: Leandro Hassum, Camila Morgado, Kiko Mascarenhas, Berta Loran, Arlete Salles, participação especial de Jerry Lewis
Duração: 104 min.
Porque repetir a fórmula não chega a ser um pecado mortal, diversas continuações caíram nessa mesma armadilha e conseguiram fazer filmes divertidos como Esqueceram de Mim 2, Mudança de Hábito 2 ou o já citado Se Eu Fosse Você 2. Mas, aqui, Paulo Cursino e Chico Soares forçaram tanto a situação que tornou o filme um emaranhado de bobagens pouco críveis.
Tinho começa o filme pobre, junto com sua mulher Jane, que é a mesma personagem apesar da mudança de atriz, e os filhos. Poderia ser um filme engraçado e divertido sobre as dificuldades de viver sem dinheiro depois de experimentar o luxo. Mas, os roteiristas preferem dar uma herança à família e levá-los à Las Vegas para cumprir o último desejo do tio rico. Poderia, então, ser uma aventura atrapalhada de uma família suburbana nos States. Mas, não. E aí começam os problemas.
Assim como o primeiro filme, a premissa da continuação tinha que ser Tinho rico, esbanjar dinheiro até ficar pobre, tentar esconder isso da esposa e continuar as trapalhadas de sempre. A solução é, então, fazer o personagem perder 50 milhões de reais em uma noite no cassino. E como não se dão por satisfeitos, ele ainda perde mais 10 milhões que pegou emprestado da máfia Mexicana. A trama, então, será fugir desses bandidos, enquanto continua mentindo para a esposa.
Leandro Hassum é um humorista incrível. Tem timing, só de vê-lo em tela já dá vontade de rir. Mas, nem ele consegue segurar uma sinopse tão forçada. Nem a adição de participações de peso como Arlete Salles e Berta Loran, ou mesmo a micro-aparição de Jerry Lewis salvam a sessão. O filme é sem-graça e força nas piadas de situação, inclusive com o fato de Hassum ser gordo, como na cena de strip-tease.
Isso sem falar na mudança de Danielle Winits para Camila Morgado, que é melhor atriz, mas não funcionou no papel. A única parte realmente engraçada é sua primeira aparição, onde fazem uma brincadeira com a mudança da atriz. Em compensação, a presença da mesma acaba gerando uma piada sem noção, em uma referência a sua participação no filme Olga de Jayme Monjardim. Como se já não bastasse, a atriz ainda protagoniza uma cena que faz referência a Psicose.
Divertido mesmo são os créditos, onde podemos ver as cenas dos erros de gravação. Dá para perceber que o elenco se divertiu mais que a plateia. Inclusive Anderson Silva que faz uma piada com a própria voz que leva todo o set de gravação às gargalhadas. Diante de tantas brincadeiras, nosso humor acaba se renovando e perdoamos a maioria dos absurdos que vimos em tela.
Até Que a Sorte Nos Separe 2 é o retrato do cinema nacional atual em busca de público fácil. Comédias deram certo, então, vamos fazer comédias. Se algumas delas batem recordes de bilheteria, então, vamos repetir a dose com continuações. Nada contra, é um pensamento mercadológico que fez a indústria cinematográfica dos Estados Unidos. Mas, diante da quantidade, tá cada vez mais difícil pescar qualidade.
Até Que a Sorte Nos Separe 2 (Até Que a Sorte Nos Separe 2, 2013 / Brasil)
Direção: Roberto Santucci
Roteiro: Paulo Cursino, Chico Soares
Com: Leandro Hassum, Camila Morgado, Kiko Mascarenhas, Berta Loran, Arlete Salles, participação especial de Jerry Lewis
Duração: 104 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Até Que a Sorte Nos Separe 2
2013-12-22T08:00:00-03:00
Amanda Aouad
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