A importância de Mary Poppins
Estreia esta semana o filme Saving Mr. Banks, que no Brasil ganhou o título de Walt nos Bastidores de Mary Poppins. E antes da crítica, acho importante um texto preparatório sobre o tema. Afinal, quem é Mary Poppins e o que significou para a indústria e história do cinema.
O musical da Disney é um clássico, não resta dúvidas. Tanto que ocupa a sexta posição na lista do American Film Institute sobre os 25 maiores musicais do cinema. Ficando atrás apenas de Cantando na Chuva, Amor, Sublime Amor, O Mágico de Oz, A Noviça Rebelde e Cabaret. O filme era um sonho de Walt Disney e demorou a ser produzido pelo receio da autora dos livros, P.L. Travers, em ceder os direitos. Disso, se trata o filme de John Lee Hancock que estreia essa semana.
Mary Poppins é uma espécie de babá mágica que cai do céu guiada por um guarda-chuvas como um paraquedas. Rígida e doce ao mesmo tempo, Poppins consegue domar os filhos do Mr. Banks ajudando-os a enfrentar os problemas diários e melhorando a relação com o pai, que é um homem muito ocupado, pensando sempre de maneira racional e em dinheiro. Até por trabalhar em um banco.
Muitos comparam de maneira depreciativa Mary Poppins com Maria, de A Noviça Rebelde, até pelo fato da atriz que as interpreta ser a mesma. Mas, vejo diferenças sensíveis tanto na interpretação de Julie Andrews quanto na própria construção das personagens e sua trajetória. A Noviça Rebelde é melhor, mas isso não tira o mérito do filme da Disney.
Maria era uma noviça atrapalhada, muito diferente do porte austero de Mary Poppins. Não há romance também no filme da Disney, Mr. Banks nem é viúvo, é casado e continua assim. Poppins é uma profissional apenas que ajuda na condução das relações ali presentes. A mágica da Disney também diferencia e muito de The Sound Of Music. Temos viagens por telhados, imersões em pinturas que nos dão pinguins dançantes, toques de mágica para arrumar a casa e uma bolsa que cabe de tudo.
As comparações, no entanto, ajudaram a gerar diversos tipos de preconceitos, principalmente com a atriz Julie Andrews que foi taxada de atriz apenas de musicais, mesmo tendo ganho o Oscar de melhor atriz pela performance em Mary Poppins. Aliás, este fato traz outra polêmica de bastidores, já que Andrews havia sido preterida para o papel de Eliza Doolittle no papel de My Fair Lady.
Apesar de fazer o papel no teatro, com o qual ficou famosa. Os estúdios acharam que um rosto desconhecido não seria bom para o filme, preferindo escalar a estrela Audrey Hepburn. Como a atriz não tinha potência vocal para tanto, a maioria dos números foi dublada pela soprano Marni Nixon. Muitos dizem até hoje que Julie Andrews só ganhou o Oscar de Mary Poppins por causa dessa polêmica. Uma injustiça com uma atriz que demonstrou tanta versatilidade em poucos filmes. Vide este vídeo, onde ela contracena com suas duas personagens.
Polêmicas à parte, Mary Poppins foi um grande sucesso e entrou para a história do cinema por toda a sua magia, efeitos especiais e músicas inesquecíveis. Afinal, quem não queria uma babá como essa?
O musical da Disney é um clássico, não resta dúvidas. Tanto que ocupa a sexta posição na lista do American Film Institute sobre os 25 maiores musicais do cinema. Ficando atrás apenas de Cantando na Chuva, Amor, Sublime Amor, O Mágico de Oz, A Noviça Rebelde e Cabaret. O filme era um sonho de Walt Disney e demorou a ser produzido pelo receio da autora dos livros, P.L. Travers, em ceder os direitos. Disso, se trata o filme de John Lee Hancock que estreia essa semana.
Mary Poppins é uma espécie de babá mágica que cai do céu guiada por um guarda-chuvas como um paraquedas. Rígida e doce ao mesmo tempo, Poppins consegue domar os filhos do Mr. Banks ajudando-os a enfrentar os problemas diários e melhorando a relação com o pai, que é um homem muito ocupado, pensando sempre de maneira racional e em dinheiro. Até por trabalhar em um banco.
Muitos comparam de maneira depreciativa Mary Poppins com Maria, de A Noviça Rebelde, até pelo fato da atriz que as interpreta ser a mesma. Mas, vejo diferenças sensíveis tanto na interpretação de Julie Andrews quanto na própria construção das personagens e sua trajetória. A Noviça Rebelde é melhor, mas isso não tira o mérito do filme da Disney.
Maria era uma noviça atrapalhada, muito diferente do porte austero de Mary Poppins. Não há romance também no filme da Disney, Mr. Banks nem é viúvo, é casado e continua assim. Poppins é uma profissional apenas que ajuda na condução das relações ali presentes. A mágica da Disney também diferencia e muito de The Sound Of Music. Temos viagens por telhados, imersões em pinturas que nos dão pinguins dançantes, toques de mágica para arrumar a casa e uma bolsa que cabe de tudo.
As comparações, no entanto, ajudaram a gerar diversos tipos de preconceitos, principalmente com a atriz Julie Andrews que foi taxada de atriz apenas de musicais, mesmo tendo ganho o Oscar de melhor atriz pela performance em Mary Poppins. Aliás, este fato traz outra polêmica de bastidores, já que Andrews havia sido preterida para o papel de Eliza Doolittle no papel de My Fair Lady.
Apesar de fazer o papel no teatro, com o qual ficou famosa. Os estúdios acharam que um rosto desconhecido não seria bom para o filme, preferindo escalar a estrela Audrey Hepburn. Como a atriz não tinha potência vocal para tanto, a maioria dos números foi dublada pela soprano Marni Nixon. Muitos dizem até hoje que Julie Andrews só ganhou o Oscar de Mary Poppins por causa dessa polêmica. Uma injustiça com uma atriz que demonstrou tanta versatilidade em poucos filmes. Vide este vídeo, onde ela contracena com suas duas personagens.
Polêmicas à parte, Mary Poppins foi um grande sucesso e entrou para a história do cinema por toda a sua magia, efeitos especiais e músicas inesquecíveis. Afinal, quem não queria uma babá como essa?
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A importância de Mary Poppins
2014-03-05T08:00:00-03:00
Amanda Aouad
classicos|Dick Van Dyke|infantil|Julie Andrews|musical|
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